Changes

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Alguns meses se passaram desde aquele dia, mais especificamente 3. Não tenho falado muito com Tom, parece que ele respeitou meu pedido.

Durante esses 3 meses eu só estava realmente preocupada com uma coisa: descobrir quem eu sou, essa é uma das questões mais complicadas da vida, pelo menos do meu ponto de vista.

Infelizmente eu não pude largar tudo para sair por aí procurando pela resposta para a minha pergunta, não pude voltar ao Brasil, o que eu estava bem afim de fazer, sabe? Voltar às origens e tudo mais. Mas pensando melhor agora talvez seja melhor assim, é uma questão sobre mim, tenho que descobrir por mim mesma.

Passei muitos dias pensando, pensando em tudo, sobre a minha família, meus amigos, a faculdade, meu emprego, sobre Tom. E depois de tantos pensamentos, uma coisa começou a martelar em minha mente, sempre tentei ajudar a todos, e isso é uma coisa maravilhosa, me faz feliz e me ajuda a dar sentido à minha vida. Mas para isso, é extremamente necessário que eu também me ajude, e eu não venho fazendo muito isso.

Não vou passar a me colocar em primeiro lugar, não acho isso tão bom, e além do mais, eu não conseguiria nem se tentasse, o que decidi começar a fazer é me importar comigo também, porque eu preciso estar bem para fazer o bem. Preciso cuidar de mim, me importar mais comigo mesma. E para fazer isso, resolvi mudar todas, ao menos a maior parte, das minhas ações.

E foi assim que o processo começou, essa sementinha dentro de mim, pode parecer bem ridículo falando assim, mas eu vejo dessa forma. Para fazer as mudanças é necessário força de vontade, e esse foi o primeiro passo.

O segundo foi a mudança nos meus pensamentos, percebi que deixar as pessoas me usarem como bem entenderem não faz bem, nem para mim e nem à elas, não vou ser mais assim tão bobinha, não sou só eu que preciso mudar, todos precisamos, especialmente Zoe, e por isso eu nunca mais vou deixar aquela vaca me usar de novo, ela tem que aprender a lidar com seus compromissos, aiai sem xingar Sophie...

Através da mudança nos meus pensamentos, eu consegui mudar meu jeito de ser, mas é claro sem perder a minha essência. Comecei a ajudar alguns grupos, principalmente os que abordam temas como abandonos de animais, já que é mais a minha área, e que na minha opinião é algo trágico, e outros grupos assim também.

Gosto de ajudar as pessoas porque me dá uma sensação magnífica, ver o sorriso em seus rostos e ver que eu fui útil é uma das melhores sensações.

Percebi que a minha felicidade não pode ser assim tão dependente dos outros, é óbvio que eles influenciam, porém não são responsáveis, mas sim como eu vejo o mundo e as coisas que ele me traz, é escolha minha vê-las como um presente ou uma maldição, e além disso, não vou mais ficar esperando que as coisas caíam sobre mim, agora vou tomar mais riscos, ser mais corajosa, quem não arrisca não petisca.

E por fim, a mudança exterior, é claro que com todas essas transformações interiores eu não podia deixar o exterior igual certo? E talvez isso seja só uma desculpa pra eu poder mudar o corte de cabelo e o estilo? Talvez, mas, isso é conversa pra outro dia.

Meu cabelo, que antes era bem longo, agora estava na altura dos meus ombros além disso eu também havia doado algumas roupas e levado outras a brechós, além de ter comprado algumas nesses locais ou em bazares, liquidações, outlets e esses tipos de lugares abençoados, hehe.

O melhor de tudo é que eu me sinto diferente, e sei que se qualquer pessoa que já me conheça olhar para mim irá perceber isso também.

Após contar pra vocês sobre todas essas mudanças, aqui estou eu, sentada no meu sofá, ou melhor, largada nele, com um balde de pipoca e um copão de guaraná, assistindo à umas das minhas séries favoritas, Suits.

Eu estava tranquila até alguém bater na minha porta. Quem será? Com curiosidade e raiva por ter abandonado minha tão amada série e comida, fui atender a porta.

-E ai, Soh? - Fany me cumprimenta com um beijo na bochecha.

-E ai? O que você tá fazendo aqui?

-Sophie, sempre suave como um coice. - Nós duas rimos de sua piada.

Sentamos no sofá e ela começou a falar o motivo de sua visita.

-Eu fiquei preocupada com você amiga! Você não atendia minhas ligações, não estava falando com ninguém, aí eu venho aqui e te vejo completamente mudada! A propósito, amei seu cabelo. - Falou sorrindo e passando a mão em algumas de minhas mechas.

-Então, depois de domingo e tudo mais eu precisei me desligar um pouco do mundo, sabe?

-Mas, o que aconteceu domingo? Eu só lembro que a gente estava na balada, aí eu me distrai um pouco e depois eu não te vi mais.

-Jura que eu não te contei? - Nossa, esqueci totalmente de falar com ela nesse tempo, ela deve ter achado muito estranho.

-Juro.

-Então... - Falei à ela tudo o que tinha acontecido, algumas lágrimas insistiram em sair enquanto eu revivia aquele dia em minha mente.

Quando eu terminei de falar ela me abraçou, e ficamos um tempo assim.

-Então quer dizer que você não falou mais com ele?

-É, mas eu acho que agora eu já estou pronta. - Está na hora de esclarecer o que aconteceu de verdade, vou dar uma chance para Thomas se explicar.

-Certeza?

-Aham.

Chat On  - Thomas

Oi Tom, você pode me encontrar hoje? Acho que nós precisamos conversar...

Oi Sophie! Posso, é só falar a hora e o lugar que eu vou.

16:00 p.m, no 'nosso' parque

Ok, vou estar lá.

Chat off

Já eram 15:47, eu já estava pronta e estava indo ao local combinado, havia colocado um vestido leve e uma sapatilha.

O dia estava bonito, quente, o que não é muito comum, espero que o resto do dia seja assim também. No parque tinha várias famílias, casais e pessoas passeando.

Estava observando um cachorro lindo, golden retriever, correr na grama, parecia que ele estava voando, quando eu o vi, Tom, ele estava tão bonito, com uma calça jeans e uma camisa polo.

Thomas ainda não tinha me visto, mas eu não o chamei, fiquei apenas apreciando sua beleza, e também refletindo se essa era a coisa certa a se fazer. Entretanto minha reflexão não durou muito, seu olhar logo encontrou o meu, e eu senti de novo algo mexer dentro de mim, uma coisa que há muito tempo eu não sentia, um sentimento interessante, uma excitação e ao mesmo tempo um medo do desconhecido, medo de estragar tudo.

Ele começou a caminhar em minha direção, sem pressa, e sem parar de me encarar.

-Oi, Thomas.

-Oi Sophie, quanto tempo... senti sua falta.

-Eu também senti a sua... - E como se nossos corpos necessitassem estar juntos, nos abraçamos, não foi demorado, mas foi suficiente para aquele algo dentro de mim crescer.

-Então, quer sentar em algum lugar?

-Sim, vamos naquele banco ali.- Falei e apontei para um banco onde havia poucas pessoas envolta.

Nos sentamos e começamos a resolver nossos assuntos inacabados.

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Então gente, desculpa pelo capítulo meio chato, mas ele foi necessário pra explicar essas mudanças pela qual Sophie passou.

Espero que tenham gostado!!

Até a próxima, bjs.

When it all began - Tom Holland [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora