Capítulo 11

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Sem Revisão

O jantar transcorria na maior plenitude política. Deputados, senadores e o governador, todos reunidos na mansão de Collin conversando sobre o novo mandato para a presidência.

Wilson teve problemas familiares e sobrou para mim tomar conta de Collin. Se existisse tédio maior que esse... um tentando ser melhor que o outro. Até mesmo Collin parecia estar em outro planeta.

Como se tivesse lendo meus pensamentos ele olha na minha direção e sorri, erguendo as sobrancelhas. Volto a ficar na minha posição, observando as empregadas servirem a sobremesa.

Minha barriga faz um barulho constrangedor, indicando que não como nada há horas. O tempo que vivi isolada na floresta fez eu me acostumar a não ter tanta fome, a comida era escassa e por muito tempo sobrevivi com pouco. Hoje até que como muito, mas não tanto.

Vejo que está tudo normal e faço o caminho para a cozinha. O grande lugar está calmo, comparado há momentos atrás, onde era uma correria só. Peço o cozinheiro para fazer um sanduíche e em questão de minutos estou saciada.

Encontro-os na sala de jogos. Risadas e cheiro de cigarro. Fico no canto da sala observando tudo. Uma mulher entra segurando uma bandeja com dois copos. Serve um para o governador e  outro para Collin, ao voltar ela passa por mim e sorri brevemente.

A passos largos eu chego até Collin e esbarro nele, derrubando o copo na camisa branca.

— Que porra é essa?

—  Sinto muito, senhor Hattman.

Passo a mão pelo cabelo e pisco três vezes. É o sinal de código vermelho que criamos, para o caso de algo acontecer. Collin entende e olha para os demais.

— Sinto muito, mas já está na hora de me retirar.

Sem mais delongas ele acena e se retira, sigo ele. Encontro um segurança pelo caminho e aviso que a mansão foi comprometida e ordeno que procurem a mulher, dou detalhes sobre ela e vou para o quarto onde Collin está.

Tento controlar a excitação que corre pelo corpo quando o vejo sem a camisa.

— Suponho que era veneno.

— Tudo leva a crer que sim. Já estamos na procura da mulher. — digo. Faço uma rápida revista pelo quarto. — Podemos ir para algum lugar, aqui não é seguro.

— Prefiro ficar aqui. Não gasto meu dinheiro à toa com funcionários que não sabem o que fazem. Aumente a segurança se for necessário.

— Sim senhor.

Alguns minutos depois saí do quarto e desci para o andar de baixo. Fui direto para a cozinha. Todos estavam reunidos.

— Quem era a mulher que foi servir as bebidas? — pergunto para o chefe e organizador.

— Não sabemos. Ela não estava na cozinha.

— Então está me dizendo que uma qualquer entrou na cozinha, pegou uma bandeja de bebidas e foi servir? Não sou idiota, espero que digam a verdade, ou teremos consequências graves.

Ninguém se manifestou.

— Saiam todos! — um a um eles foram saindo. — Menos você de tênis azul.

O rapaz parou e vi ele ficar tenso.

— Venha aqui.

Cabelos negros e pele clara, suava muito e as mãos tremiam. Indicação clara de que escondia algo.

— Como conseguiu que ela entrasse aqui?

— Sinto muito! Por favor não chama a polícia.  Ela disse que precisava de dinheiro para comprar o remédio do filho, me pediu para ajudar. Fiz tudo para ajudar a moça, já passei por isso também senhora, por favor não me deixa ser preso.

Quando termina de falar está sem fôlego. Aquela mulher não parecia precisar de dinheiro, aliás, parecia ser muito bem de vida. O rapaz parece que vai desmaiar a qualquer momento.

— Sabe o nome dela?

Ele me olha envergonhado.

— Não sabe... — digo. — Vá, antes que eu mude de ideia.

Ele some rapidamente. Converso com alguns dos seguranças e ninguém viu ela. Seria divertido caçá-la, mas por enquanto terei outros assuntos para resolver.

— O que faz aqui?

Viro o rosto e olho para Collin. Continua sem camisa, e a calça social foi substituída por uma cueca... Por Deus! Meu rosto instantaneamente fica vermelho.

— Eu... eu...

— O que foi? O gato comeu sua língua?

Cruza os braços na altura do peito, evidenciando os músculos. Meus olhos passeiam pelo corpo dele, é inevitável. Collin é bonito, isso não posso negar. Ao longo do tempo trabalhando com ele, vi muitas mulheres indo e vindo. Percebi que ele era um homem que não repetia mulheres. Eram ruivas, loiras, negras, altas, baixas, magras, gordas, uma variedade enorme.

— São três da manhã, deveria estar dormindo senhor.

— É Collin, e estou sem sono. Eu gostaria de saber...

— O que foi? O gato comeu sua língua? — pergunto sorrindo. Ele nota e parece surpreso.

— Nunca vi você sorrindo. É uma bela imagem.

Engulo seco. Outra vez aquela sensação diferente na barriga.

— O que deseja senhor?

— Você.

Ergo as sobrancelhas confusa.

— Não entendi.

— Preciso de você para assistir um filme comigo. — diz e pisca. Esses duplos sentidos.

— Não acho que seja correto.

— É só um filme. — fala, segura minha mão e me puxa para dentro do quarto.

O ambiente está frio e meio escuro. Ficoq parada enquanto ele escolhe o filme. Deita na cama e assobia.

— Pode deitar aqui, não mordo. A não ser que você peça.

Reviro os olhos e tiro os sapatos. Sento na cama e encosto na cabeceira da cama. Mantenho uma distância considerável dele.

O filme começou e sou verdadeira ao dizer que não prestei atenção em nada. Meus pensamentos estavam no homem ao meu lado, que vez ou outra tocava minha coxa. Meu corpo era uma bagunça, minha intimidade latejava, minha boca ansiava para beijá-lo.

Não resisti e pulei nele. Ataquei sua boca com voracidade e desejo. Senti a mão dele no meu cabelo e a outra na cintura. Nossas línguas provocando, as mãos dele tocando meu corpo.

Eu sentia a excitação dele, dura e gloriosa contra minha coxa.

Separei nossas lábios e encostei meu rosto no dele. Minha respiração ofegante, não muito diferente da dele.

— Ainda não estou pronta.

Ele acena, esta tão confuso quanto eu.
— Não sou virgem. — falo. A dor de lembrar daquele dia ameaça sair. — Não quero falar sobre isso, é muito doloroso para mim. Mas não sou o tipo de mulher que você está acostumado.

— Eu sei disso.

Deitou ao lado de Collin e ele me abraça. Naquela noite senti uma pequena esperança de que meu mundo poderia ser diferente. Ou não.

Bjs e até mais

Perigo Inevitável - Duologia Assassinos (Im) Perfeitos #2Onde histórias criam vida. Descubra agora