Capítulo 3

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Sem Revisão


Ajusto a arma no coldre e visto o terno escuro cobrindo-a. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo, analiso meu corpo no espelho, respirando lentamente. Hoje será meu primeiro dia como segurança do senador de Vancouver, não sei dizer como me sinto, será algo grande e que exigirá minha concentração. Trabalhar para Collin Hattman faz parte do meu plano, como grande influenciador na cidade ele convive com pessoas importantes, e isso será de grande ajuda para que eu conclua meus propósitos.

O envelope que Samantha me deu continha as informações básicas sobre o caso de Hattman. Ele descobriu um antro de corrupção no governo anterior e com isso está com a cabeça a prêmio. Teve três tentativas de assassinato, sendo que a última quase foi morto. Minha função será de lhe acompanhar em eventos políticos e privados, nada muito especial. Ser a  sombra de um homem por muitos odiado é uma prova de que minha vida mudou completamente.

Já faz um mês que cheguei aqui, tempo necessário para eu me acostumar com a novidade de viver com a sociedade.

Voltei algumas vezes na biblioteca, com a ajuda do mesmo rapaz -que se apresentou como James-, aprendi a utilizar coisas simples no computador, como o Google. Uma ferramenta que foi bastante útil para me dar informações sobre o primeiro nome da lista.

Blake Sullivan. Um empresário do ramo de importações de peças automobilísticas, casado e pai de duas garotas. Quando vi a imagem dele, junto da esposa e filhas senti a raiva, o ódio, tentei controlar a fúria que senti. Foi impossível, os flashs vieram com tudo.

Alek disse que eu teria ajuda da Bratva. Depois de um telefonema eu consegui informações sobre Blake, sua rotina diária foi fundamental para que eu começasse meu plano.

Saio dos meus devaneios com o som do celular tocando. É uma mensagem de Trevor, o chefe de segurança, mandando a localização de onde devo me encontrar com ele. Digito uma curta resposta com a confirmação de que em breve estarei lá.

Me adaptar com essas novas tecnologias foi mais difícil do que aprender a ler e escrever com Alek. Ele não era muito paciente durante as aulas que tivemos há muito anos atrás.   Eu só tinha doze anos quando conheci Alek, ele foi a primeira pessoa que vi depois que fui jogada naquela floresta, ele me acolheu mesmo estando na merda. Para minha sorte Alek sabia falar coreano e pelo tempo que  passou na floresta me ensinou a falar inglês, ler e escrever. Foram cinco meses vivendo juntos, um adolescente de dezesseis anos e uma garota de doze, ambos vivendo e sobrevivendo, até que um dia o treinamento de sobrevivência dele acabou e ele foi embora. Alek disse que eu poderia ir com ele, mas o meu lugar era ali, isolada de todos.

— Mas agora será diferente. — murmuro, calçando os sapatos. Outra coisa que tive que aprender a usar. Angelina ria das minhas tentativas fracassadas te tentar me equilibrar em cima deles. Foi necessário duas semanas para finalmente eu andar sem cair.

Por falar em Angelina ela viajou há uma semana, disse a situação do pai tinha piorado e teve que ir. Eu não deveria sentir saudades dela, mas sinto. E me odeio por isso. Prometi a mim mesma não sentir nada por ninguém, falhei miseravelmente.

Tranco a porta do apartamento e guardo a chave e o celular na bolsa. A descida de elevador sempre é agoniante.

Já do lado se fora do prédio eu aceno para um táxi. O motorista pede o endereço e dou a ele. Não demora muito e paramos em frente ao prédio da prefeitura. Pago e saio do veículo, indo diretamente aonde Trevor está. Ele acena e andamos lado a lado.

— Pronta para conhecer o idiota? — ele pergunta. — Não se preocupe, ele na maioria das vezes é um cretino de merda, mas é uma boa pessoa.

Passamos pela recepção e seguimos por um extenso corredor. Várias pessoas acenam para Trevor, que sempre sorri e acena de volta. Paramos em frente a porta da sala do prefeito. Trevor bate e sem esperar uma resposta ele entra, o sigo tentando relaxar.

— Pontual como sempre, Trevor. — diz um senhor, conferindo o relógio de pulso. Ele pede para nós nos sentarmos e empurra uma pasta na minha direção. — Espero que faça seu trabalho bem feito, o senhor Hattman é importante.

Evito revirar os olhos. Como se eu me importasse com a vida medíocre de alguém. A porta abre e uma mulher entra, seguida de um homem e o tão "importante" Collin Hattman.

Faço uma rápida análise, o charme masculino é sempre diferente. Pelos dias que passei aqui na cidade eu vi muitos homens, alguns bonitos e outro normais. Me encantei com o ator Henry Cavill e Jason Mamoa durante um filme de super heróis que assisti com Angelina, belezas naturais e formidáveis.

E essa espécime de homem parado na soleira da porta é bastante interessante.

— Senhor Hattman. — diz o velho sorrindo, até parece que a boca vai rasgar tamanho o sorriso que mostra. — Quero te apresentar sua nova segurança particular, a senhorita Hasina  Makuir.

— Eu disse que não queria ninguém. — Hattman fala, a veia pulsando no pescoço.

— Senhor Hattman. — Trevor assume a liderança da conversa. — Todos sabemos que você está sendo procurado por criminosos, então sugiro que não conteste uma decisão dada pelo próprio presidente. A senhorita Makuir será sua sombra pelos próximos meses, até que se resolva essa situação.

Hattman suspira resignado. A mulher ao seu lado diz algo para ele e o mesmo nega.

— Ótimo então. — diz com desdém. — Vejo vocês no jantar de amanhã.

Ele e a mulher saem da sala. Mais um minuto escutando ele falar eu atiraria nele. Mal o conheço e já odeio.

— Será um trabalho interessante. — diz o outro homem que entrou com o Hattman. — Sou Wilson e seremos parceiros de trabalho por algum tempo.

Aperto a mão que ele estende. Trevor me diz que em breve entrará em contato comigo e se despede. Ao lado de Wilson e o sigo para fora do edifício.

Bjs e não se esqueçam de votar e dizer o que estão achando

Perigo Inevitável - Duologia Assassinos (Im) Perfeitos #2Onde histórias criam vida. Descubra agora