Capítulo 10

2.8K 371 27
                                    

Boa leitura 🔞❌🔞⚠

S

em Revisão


A saia de couro e a mini blusa eram pequenas demais. Ajeito a peruca loira e passo um pouco de batom nos lábios. Fazia quinze minutos que Alek me ligou dizendo que estavam indo embora.

Respiro fundo e saio do carro. Conforme vou andando pela rua escura sinto os olhares das mulheres, afinal sou mais uma tentando a sorte na noite. Fico em baixo de um poste de luz e aguardo.

Meus olhos e ouvidos atentos ao local. Um ponto onde a prostituição é grande, diversos tipos de serviços são feitos aqui. Vancouver pode ser bela, mas existe a podridão.

Meu coração bate forte quando vejo a BMW prata se aproximando da rua. Ela está devagar, provavelmente observando as putas. Ponho o melhor sorriso forçado no rosto quando o carro para ao meu lado e o vidro desce. Engulo seco ao ver Thomas e seu sorriso estúpido.

— Uma noite esplendorosa para um bom sexo. Vamos doçura, prometo ser bruto.

Porco asqueroso. Ele abre a porta do carro e sai, vem na minha direção e passa as mãos pelos meus braços.

— Muito gostosa. Vamos lá.

Ele abre a porta do passageiro e me ajuda a entrar. Enquanto dá a volta no carro eu tiro a peruca e pego a seringa que coloquei no elástico. Thomas senta e quando vai abrir a boca para dizer algo eu enfio a agulha no pescoço e injeto a substância. Fui rápida o suficiente para deter o soco que ele lançou na minha direção.

— Calma grandão, prometo ser bruta.

O corpo fica mole e ele cai de rosto no volante.

Foi um sacrifício trocar de lugar com ele. Ligo o carro e faço a volta na rua, parando ao lado do carro que aluguei. Pego minhas coisas e passo para o carro dele.

Alguns quilômetros da saída da cidade existe um parque abandonado, algumas pesquisas e achei o lugar. Um ponto perfeito para o que planejei. Sem a maquiagem pesada e as roupas curtas me senti mais leve.

Coloquei fogo no carro de Thomas. Sem provas e digitais.

Com a espada na mão caminho pelo parque até a Casa dos Espelhos. Foi lá que deixei Thomas. Ele levanta cambaleando quando me vê. A postura altiva se foi, como todo bom covarde faz quando se vê em maus lençóis.

— Thomas Richardson, sabe quem sou?

Os reflexos o deixam atordoado. São tantas de mim, faço questão de me mover, deixá-lo sem rumo, assim como fez com meu pai.

— Quem é você?!

— Sou parte do seu passado. Não se lembra?

As luzes apagam assim como programei. Na escuridão eu me movo, deslizando a espada pelo corpo dele. O grito estridente ecoa por todo o local.

O odor metálico do sangue invade minhas narinas.

— Você caçou meu pai pela floresta.

Outro corte e mais gritos. Aperto o dispositivo e as luzes voltam.

O sangue brota nas duas coxas dele.

— Sua vadia! Vai pagar caro por isso!

— Sabe quem sou? — pergunto. Apago as luzes novamente.

Dessa vez o grito é mais alto e escuto o baque no chão.

— Você mandava ele correr enquanto atirava para cima. Eu estava ali, você me colocou ali para ver tudo.

— Os diamantes... — um sussurro ofegante. — A garota de olho negros.

— Eu mesma.

Acendi a luz. Thomas está caído no chão, o braço decepado, jorrando sangue para todo lado.

— O que você fez com meu pai?

Fiquei de frente para ele. O puxei pelo cabelo e o fiz ficar de joelhos.

— DIGA!

— Eu mandei ele correr... atirei na perna...

— E depois você me arrastou pelo cabelo e me jogou ao lado dele. E o que você disse?

— Veja sua filha uma última vez.

"E depois ele tirou uma faca do bolso e furou os olhos do meu pai. Papai era o único que tinha olhos claros, e ver todo aquele sangue descendo pelo rosto dele foi assustador. Gritei junto com ele e tentei abraçá-lo. Não podia deixar ele assim. O homem mau gargalhava com os outros.

— Ajuda meu papai!

— Oh pobre garotinha... seu papai é um homem morto. — o homem mau disse. Ele cortou a barriga do meu pai e mandou os homens me pegarem.

Tentei me soltar, papai gritava, ele precisava de um abraço.

— Dizem que existe animais ferozes e famintos aqui nessa floresta. Não ficarei sabendo disso, mas você sim.

Vi meu pai rastejar pelo chão chamando meu nome. Eu não conseguia me soltar. Aos poucos a imagem de papai e os gritos dele foram ficando para trás. Naquela noite ele não saiu de lá, e nunca mais o vi."

Fiuag Makuir, o homem que me levava para as colheitas de cereja e fazia bonecos de madeira. Ele tinha o sorriso mais lindo do mundo, ele era meu herói e foi tirado de mim por esse monstro.

Cortei o rosto dele, dois cortes sobre os olhos, formando um X. Thomas gritou e gritou, o vermelho manchando o chão.

— Imagina a fome de dois Pitt Bulls que não comem há quatro dias. — digo. — Coitadinhos, estão famintos e ferozes.

Dei as costas para ele e caminhei até as jaulas no canto da sala de espelhos. Subi em cima e olhei para Thomas.

— NÃO FAÇA ISSO! POR FAVOR!

— Você já é um homem morto.

Puxei as travas das jaulas e os cães até então adormecidos, acordaram rosnando e babando. Os gritos de Thomas atiçaram eles e o que veio a seguir foi horrendo e prazeroso. Os Pitt Bulls estraçalharam o corpo dele, os gritos de agonia foram substituídos por lamurias.

Desci da jaula e caminhei tranquilamente para fora. Não ouvi mais nada e limpei a lâmina da espada em minha calça. Troquei de roupa e queimei qualquer vestígio.

O sol tinha amanhecido quando cheguei na entrada da cidade. Minhas pernas doíam pela caminhada, mas a satisfação de ter feito aquilo com Thomas substituiu qualquer cansaço.

Restam apenas dois.

BJS E ATÉ MAIS ♥

Perigo Inevitável - Duologia Assassinos (Im) Perfeitos #2Onde histórias criam vida. Descubra agora