Capítulo 25

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Mais um pq tenho as melhores leitoras

Sem Revisão

A chuva batia contra o teto do carro. Um prenúncio de como seria meus dias futuros. Frio e escuro. Observei a enorme casa, sentindo tudo destruído dentro de mim. Seria impossível viver uma nova vida, mas agora eu teria que não só pensar em mim.

Sai do carro, pensei em tudo que vivi ao lado de Collin, isso foi o empurrão que eu precisei.

Caminhei até a entrada da casa. A porta já estava aberta, segui pela sala, os poucos móveis revirados.

Ouvi algo quebrar, seguindo o som encontro Collin jogando todos os pratos no chão da cozinha. As mãos manchadas de sangue, o cabelo desgrenhado.

Eu parei abruptamente quando seus olhos focaram na minha direção. Diria que ele parou de respirar por alguns segundos, a raiva desenhou seu belo rosto. O rosto que só me dava sorrisos bonitos agora era tomado pelo ódio. Meu peito apertou. Eu merecia aquilo, matei dois membros importantes de sua família.

— Veio terminar o serviço? — disse agressivamente.

— Eu não sei o que dizer para você.

— Não diga nada. Suma daqui! Vá para longe e nunca mais volte a pensar em mim!

A cada palavra que ele proferia algo dentro de mim quebrava.

— Eu...

— Você é um monstro. — ele diz. Contorna a bancada, ficando a poucos passos de distância.

— Eu não sou! Eles eram. Foram eles que mataram minha família, foram eles que tiraram toda minha alegria! Você não pode dizer isso!

Novamente as lágrimas voltaram a cair. Collin gargalhou alto, me encurralou contra a parede com violência.

O hálito de álcool bateu contra meu rosto. Olhos vermelhos, lábios trêmulos.

— Eu amava você. Fiz planos para nós, e você...

— Eu amo você, Collin. Amo mais que tudo, pensei que jamais poderia amar novamente. Então você apareceu e mudou tudo. — ele olha em meus olhos. Suas mãos sobem pelo meus braços até minha nuca, trazendo nossos rostos para mais perto. — Eu fui destruída de várias maneiras, se matei foi por isso, foi para vingar e ser vingada.

— Meu pai, meu tio. — ele aperta meus cabelos, a fúria voltando em seu olhar. — Eu te odeio Hasina. Odeio. Odeio. Odeio. Mas eu amo você, e te odeio.

Grunhi quando Collin beijou meus lábios. Não era um beijo como antes, era um beijo frio e sem sentimentos. O que fiz acabou com o homem que ele era.

— Você está me machucando...

— Essa dor é pequena comparada com a que estou sentindo. Vá embora e não volte, pois se voltar eu vou matar você. Isso é uma promessa.

— Depois de tudo o que falei para você sobre o meu passado, depois de falar todas as atrocidades que sofri... Eu estava enganada, Collin, você nunca me amou realmente. Se fosse amor talvez você saberia que tudo o que fiz foi para ter paz.

"Descobrir que o homem que fez minha vida ruir era seu pai foi torturante. Cada pensamento de morte para ele, metade foi pensando em como isso afetaria sua vida. E a cada momento de reflexão, metade era sobre você."

Tirei as mãos dele e o afastei. 

— Entendo que você me odeie, realmente entendo. Matei seu pai, o verdadeiro monstro da história, matei seu tio, o homem que matava inocentes. E quer saber de algo, Collin? Eu faria tudo de novo.

Collin tropeçou para trás.

— Não quero mais te ver. Nunca mais, Hasina! Eu odeio você.

Doeu ouvir, porém era essa a realidade. Eu já imaginava que algo assim iria acontecer.

— Estou grávida. — ele não reagiu. Suspirei fundo. — Fique bem.

Virei e caminhei de volta para a sala.

— Tenho pena dessa criança! Não merece uma mãe como você!

Collin gritou essas palavras. E quando entrei no carro desabei a chorar, o que ele disse ecoando na minha mente. Toquei minha barriga instintivamente. Eu não seria uma péssima mãe, eu iria recomeçar longe de tudo, e meu bebê seria minha âncora.

Dei partida no carro e segui para meu último destino em Vancouver.

Não consegui falar na presença de Angelina. Era como se fossemos estranhas, era notável a dor em seu olhar.

— Me perdoa. Não sei se algum dia você será capaz de me perdoar, mas saiba que você foi uma irmã que não tive. E que todos os nossos momentos juntos ficarão para sempre guardados em meu coração.

Dificilmente ela conseguiu olhar para mim. Quando mandei uma mensagem para ela dizendo que gostaria de falar com ela, esperei todos os tipos de respostas negativas. Um simples "tudo bem" foi o que ela mandou. Nós nos encontramos no estacionamento da biblioteca pública da cidade.

Quando a vi sair do carro minha vontade foi de abraçá-la forte

— Você se arrepende? — pergunta.

— Não.

Ela acena. Parece querer se aproximar, mas pões as mãos atrás do corpo e se afasta.

— Não serei eu a te julgar. — Ela fala. As mesmas palavras que disse há dias atrás.

Tiro o envelope da bolsa e entrego para ela. Quando ela pega eu sorrio.

— Não se pode ver muito ainda. Mas é uma lembrança, e se algum dia quiser conhecê-lo é só me procurar.

Fiz o ultrassom dois dias depois do casamento de Angelina. Certifiquei de que tudo estava bem como meu bebê.

Ela chora emocionada quando vê a fotografia.

— Cuide dele, por favor. — digo a ela. 

Viro e sigo para o carro. Encontrei-me com Alek em uma pista de pouso particular. Observando as nuvens lá em baixo fechei os olhos, pensando em um futuro melhor, um futuro em que eu faria tudo certo.

Pois tudo o que vivi foi cruel, e o perigo era inevitável. Porém tudo era preciso, para que no fim eu soubesse o que realmente valia a pena.

Mais um e concluímos ♥ Comentem bastante e solto o próximo.

Perigo Inevitável - Duologia Assassinos (Im) Perfeitos #2Onde histórias criam vida. Descubra agora