Perigo Inevitável - Duologia Assassinos (Im) Perfeitos #2

Capítulo 24

Sem Revisão

Bip. Bip. Bip.

Som irritante, esta zumbindo em meu ouvido há alguns minutos. Puxo a máscara em meu rosto, jogando-a para o lado.

Hospital.

Estou em um quarto de hospital. Respiro fundo tentando lembrar o que aconteceu. Só me lembro de sair afoita do funeral de Travis e andar sem rumo.

O pai de Collin. A informação repassa pela minha cabeça. Ele é o verdadeiro monstro, o desgraçado que acabou com minha vida.

Movi os olhos pelo quarto. Eu precisava sair daqui. Arranquei as agulhas de acesso ao soro do meu braço. As máquinas começaram a apitar, o som ficando mais irritante ainda.

— Senhora, por favor. Não pode fazer isso! 
Um enfermeiro com uniforme entrou no quarto e me segurou pelo braço. Empurrei ele, devagar eu consegui ficar de pé, senti tonturas, minhas vistas se escureceram.

— Senhora...

— Que d-dia é hoje? — pergunto.

— Como?

— Data, a data de hoje!

— 24 de agosto.

Droga. O casamento de Angelina é hoje.

— Alguém está aqui? Por mim?

— Não. Te encontram em um beco, não achamos identidade ou celular. — ele diz. — Você deveria ter se recuperado mais, um tiro é algo delicado. Ainda mais na situação que você está.

Ele dá alguns passos na minha direção. Cauteloso. Respiro fundo, ele levanta a mão como se tivesse medo de me tocar. Avanço para ele e bato a cabeça dele contra a parede duas vezes. O enfermeiro cai mole no chão.

Eu sai do quarto vestindo o uniforme do enfermeiro. As paredes dos corredores serviram de apoio.

Minha cabeça girava, tudo dentro de mim uma bagunça. Sair do hospital foi fácil, acenei para um táxi e em quinze minutos já estávamos em frente ao prédio onde moro. Algo estava errado. Assim que sai do carro senti. Pedi para a recepcionista pagar a corrida e subi pela escada. Todos os meus próximos passos definiram meu futuro. Eu não podia deixar o pai de Collin vivo, passei quinze anos com desejo de vingança, a vontade de vê-lo morto.

Entrei no apartamento, recolhi minha espada e troquei de roupa, optando por algo mais flexível. Teria que deixar tudo para trás. O telefone que mantenho com Alek tocou.

— Você precisa sair daí agora! — o tom de voz dele era urgente.

— O que aconteceu?

— O FBI aconteceu, Hasina. Antes de morrer Travis colocou investigadores atrás de você. Nesse exato momento uma equipe inteira do FBI está na sua porta.

Ouvi aquilo atentamente. Devagar fui até a sala, escutei alguns barulhos do lado de fora. Engoli em seco e afastei para trás.

— Estou pousando em Vancouver agora. Faça o que tem que fazer, só não morra.

Joguei o aparelho no chão e pisei várias vezes em cima, até destruí-lo por completo.

Fui para a varanda. Lá em baixo eu podia ver as pessoas andando pela rua. Respirei mais fundo ainda. Segurei na grade de proteção e passei a perna por cima. A região onde o tiro foi dado começou a latejar intensamente. Escutei os barulhos mais altos no apartamento. O vento batia no meu rosto, segurei na barra e impulsionei meu corpo.

Gritei quando senti o nada abaixo de mim. Cai na varanda do apartamento no andar de baixo. Por alguns segundos fiquei inerte,sentindo a dor alucinante.

Puxei a blusa para baixo, o curativo manchado de sangue. Levantei e caminhei pelo apartamento não muito diferente do meu. As portas de entrada eram sofisticadas, não precisava de chave para abrir do lado de dentro, somente do lado de fora.

Abri e olhei para os lados. De cabeça baixa caminhei até o elevador. Pensei não ser uma boa ideia, mas fui pela escada.

Tive que sair pela cozinha do restaurante. Vi vários policiais na recepção.

Quarenta minutos depois eu estava em frente ao salão aonde acontecia a festa de casamento de Phoebe e Angelina.

— Me perdoem.

♥

Collin usava um smoking perfeito, sorria para todos, mas seu olhar era distante. Angelina era a noiva perfeita, assim.assim como Phoebe.

Tudo perfeito, como ela sempre sonhou. No canto da tenda improvisada atrás de uma árvore grande eu observo tudo. À procura dele.

Fiquei tão focada em meus pensamentos que nem notei Angelina se aproximar.

— Meu Deus! O que aconteceu com você? Fiquei horas ligando para você, nunca mais faça isso!

— Lembra o que você me disse quando falei que matei pessoas e eu faria de novo? — pergunto.

— Sim, mas o que isso...

— Eu quero que entenda Angelina, quero que saiba que tudo o que fiz e farei foi pela minha família.

Beijei o rosto dela. Uma lágrima caiu pelo meu rosto, abracei ela forte.

— Hasina.

— Me perdoa.

Escolher entre o amor e a vingança é uma decisão difícil. Com Collin conheci sentimentos bons, lembranças que ficarão para sempre na minha memória. E com as lembranças boas terão as ruins depois do que farei agora.

Vi nos olhos de Collin a surpresa e o ódio quando coloquei a espada no pescoço de seu pai. Todos gritaram.

— Solta ele, Hasina! — Collin diz se aproximando.

— Não. Eu vou matá-lo, assim como ele fez com minha família.

— Do que está falando? Isso é loucura!

Ri sem humor. As lágrimas estavam fluindo com facilidade. Tudo doía, e não eram feridas superficiais.

— Seu amado pai foi quem matou toda minha família! Diga para eles, conte tudo o que você fez.

Balancei ele. Lucien não disse nada. Nem sequer moveu um centímetro. Pressionei a lâmina em sua garganta. Nada.

— Ele e seus capangas dizimaram a vila onde eu vivia. — falei, minha voz trêmula. — Ele abusou da minha mãe inúmeras vezes, abusou de mim incontáveis vezes. Cada segundo da minha vida eu sonhei em matá-lo, fazer ele sofrer. E eu só tinha dez anos! Dez anos.

Uma aglomerado de policiais armados entraram na tenda.

— Hasina Makuir, você está presa por assassinato.

— Que merda é essa? — Collin grita.

Ouvi Angelina chorar. Ouvi gritos. Ouvi o policial dizer que matei Travis e os outros. Ouvi Collin me chamar de monstro. Ouvi tudo. E só senti minha lâmina deslizar pelo pescoço de Lucien.

Meu suspiro foi de alívio.

Os olhos de Collin arregalados estavam fixos em mim.

Olhei para todos os lados. Angelina chorava nos braços de Phoebe. Collin ainda me olhava. Ódio. Pena. Desilusão.

Corri para longe deles.

Corri até que esbarrei em alguém. O cheiro do perfume de Alek foi o que senti antes de chorar.

— Está tudo bem.

O livro está completo. Mas para liberar os capítulos restantes depende de vcs. Muitos comentários e eu libero mais ;)