Capítulo 16

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A primeira semana tendo Taylor constantemente em nossas vidas, se passou melhor do que o jamais esperado. Bom, digo isso por mim, que hoje, sei que aprendi a perdoá-lo pelas merdas que ocorreram no passado. Sophie, aparentemente esqueceu ter ouvido o pai dizer que não os queriam... Nathan, por outro lado, não cede o carinho ao pai de maneira alguma. 

Taylor, na massiva tentativa de agradar o filho, o leva para uma tarde só de homens, me deixando sozinha com Sophie a tiracolo. 

- Já que o papai e o Nathan foram passear e ter uma tarde de meninos... o que acha de fazermos o mesmo?

- Não gosto de coisas de menino, mamãe. - Sorrio com sua ingenuidade.

- Não, meu amor. Vamos fazer coisas de meninas.

- Como.. ir ao shopping? - Faço que sim com a cabeça. - E comprar batom? E sapatinhos com lacinho? E depois comer para reclamar que está gorda? -Sorrio de sua ultima definição de coisas de mulher. - Vou poder fazer tudo isso?

-Claro, porque não? Hoje o dia é só nosso.

-A pedido de Sophie, o primeiro lugar em que vamos, é o Shopping. Passamos por muitas lojas, compramos muitos vestidos, parando, finalmente, na loja de sapatos que ela tanto queria. 

- Não sei qual eu escolho? - Diz ela segurando dois modelos diferentes. - Esse é muito a minha cara, mas não combina com o vestido que eu quero usar. Esse combina bastante, é o sapato da moda, mas não sei se gostei muito dele. 

A vendedora e eu começamos a rir da situação, fazendo com que ela fique vermelha de vergonha e raiva.

- Não tem graça, eu estou em um "pidema" importante aqui.

- Em um o que?

- Um "pidema", mamãe. - Ela diz como se fosse algo simples e que eu tivesse a obrigação de saber. - Quando você não sabe o que quer e precisa escolher.

- Você quis dizer DILEMA.  

- Tem certeza? Eu acho que falei certo. Essa palavra ai é tão dificil.

- Tenho sim. - Sorrio. - E então, onde foi que você ouviu todas essas coisas?

- Na televisão. A menina bonita de cabelo amarelo adora falar essas palavras complicadas.

- E você adora repetir o que a menina de cabelo amarelo fala, né?

Ela sorri enquanto faço cosquinha. Peço a vendedora que embale os dois. De que mais serve o dinheiro que não ajudar aqueles que precisam, ou, colocar um sorriso no rosto de uma criança? Ah, se existe algum outro motivo melhor, eu desconheço.

Saindo da loja, o próximo lugar para que vamos, é a loja de maquiagens. Sophie estava verdadeiramente empolgada para esta parte da aventura. Ela queria tudo o de tudo quanto era cor. Tive que puxar as rédeas e explicar que algumas das quelas coisas, só podem usar, meninas mais velhas. Com muito custo, ela entendeu. 

- Eu quero ter uma maleta igual a sua, mamãe. Para ficar tão bonita quanto você.

- Mas você já é linda sem precisar de maquiagem.

- A moça do cabelo amarelo disse, que quando a mulher passa maquiagem, ela fica mais bonita e os meninos da idade dela, olham para ela diferente. - Mais essa agora.

- E quem você quer que te olhe diferente?

- O papai. -  Diz ela naturalmente. - Quando ele me olha, parece estar sempre triste. Ele sorri, mas não parece querer sorrir de verdade. E eu quero que ele me olhe e sorria de verdade.

Diante isso, como dizer não a ela? Peço a uma atendente que acabara de passar completamente alienada a nós, que passeie com Sophie pela loja, e lhe dê a maleta que ela desejar, porém, somente com tons naturais e rosa claro. Além do jogo de pinceis, claro.

Permita-me Viver - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora