Capítulo 03

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NARRADORA KARINA

Eu tampava a boca de Ruth para que ela não gemesse tão alto.
- Porra Ruth, geme mais baixo.
- Se eu conseguisse acha que eu não estaria?!
- Tá tão gostoso assim?! - a olhei maliciosa
- Pode crer. - ela me puxou e beijou-me violentamente 
- Gosta violento é? - enfiei mais profundo meus dedos
- AAAAAHHH.
Os retirei e estavam todos grudados.
- Olha, você goza bastante.
Ela ri e começa a chupar meus peitos. Eu olhava para meus dedos e não sentia mais tanto tesão.
Eu a empurrei e fui tomar um banho.
- Que porra é essa Karina? -  ela estava ajoelhada.
- Nada!
- Então por quê fez isso?
- Porque.. acabou o tesão.
- Acabou?! Mas você sempre está com tesão.. Ah.. é por causa da Lívia.
- Nãao. - eu falava como se fosse óbvio
- Você está apaixonada? - ela se levanta e recolhe seu uniforme
- Eu não sei..
- Sabe que pode contar qualquer coisa pra mim né, eu sou sua melhor amiga. - vestia a calça
- Sei.. Eu não sei Ruth, ela é doce, é linda, perfeita. Branquinha, aquele tipo de branca que dá orgulho da espécie.
- Ela parece ser o tipo de branca endinheirada e fresca.
- Que HORROR Ruth! - eu ri. - Não! Ela é diferente.
- Bom.. será que ela é boa de cama que nem sua ex?
- Eu sei lá, ela só está aqui dois dias, não a conheço o suficiente pra saber se ela é boa ou não, mas mesmo se ela é ou não, eu não teria como saber porque ela é casada e tem uma filha!
- C-A-R-A-L-H-O. - falou chocada. - Shoquei. - eu ri
- Pois é.
- Ela é uma branquela endinheirada. Mano tá ligada que ela tem uma vida com 20 anos?
- Tô ligada! - eu vestia minha blusa. - É melhor a gente ir.

NARRADORA LÍVIA

- Ooi! - uma mulher branquela de cabelos de cabelos castanhos claros se sentou ao meu lado.
- Oi. - a olhei dos pés à cabeça
- Tudo bem?
- Tudo.
- Eu sou Paloma.
- Paloma, já ouvi sobre você. A traficante fodona.
- Olha falaram bem de mim pra você, meio inacreditável, porque essas putas só sabem falar merda. - ela acendeu um cigarro. - Aceita?
- Sim.. por favor. - ela me deu um e acendeu o isqueiro
- Você é a Lívia, a novata né?
- Sim
- E amiguinha da Karina
- Sou. - comecei a tossir
- Primeira vez?
- Não, é que dês dos meus dezesseis anos que não fumo.
- E quantos anos tem agora?
- 20
- Olha só, você é esperta, esse caralho só mata. - ela tirou o cigarro da minha boca e o apagou.
- Por que.. - enfiou um pirulito na minha boca
- Você ainda é muito neném
- Não sou neném, tenho 20 anos
- E um metro e meio de altura. - olhou-me debochada. Ri e concordei com ela
- Lívia o que faz conversando com essa putiane de merda?
- Como você é ignorante Karina.
- Cala boca Paloma.
- Lívia..
- Nada, estamos só puxando assunto.
- Pode puxar assunto com qualquer outra pessoa, mas com ela NÃO
- Mas por quê não?
- PORQUE NÃO! - ela gritou e todas as detentas nos olharam
- Como sempre a Kaká sendo a fodona de sempre. Falow Livinha, a gente se fala por ai
- Vai falar o caralho, se eu te ver falando com ela de novo pode ter certeza que..
- Que o quê Karina? Vai matá-la?
- SIM!
- Você não vai fazer isso, porque eu sei me defender
- Você está cometendo um grande erro, ela é a maior filha da puta dessa prisão e..
- Eu não a conheço..
- EXATAMENTE VOCÊ NÃO A CONHECE. Não vai querer ser uma putiane que nem ela.
Não acreditei no que Karina acabara de dizer. Minha expressão não mudou, continuei fria. Pisquei devagar os olhos e me retirei.

NARRADORA KARINA

- Parabéns Karina, você fudeu com a coitadinha da Livinha. - ela se fazia de vítima
- O QUE VOCÊ DISSE PALOMA? Isso tudo é culpa sua, CULPA SUA. Você não tinha nada que falar com ela. Fez isso só pra me afetar não é?
- Eu? Você está me fazendo parecer uma vilã. - ela enrrolava seu cabelo nos dedos
- Eu vou te matar. - falava entre dentes.
- Calma Kana, ela está tentando afetar você.
- Parece que estou conseguindo, eu sempre consigo o que eu quero. - falou mordendo a língua.
A raiva subiu para a minha cabeça e pulei em cima dela, a soquei até sentir que havia quebrado seu lindo nariz, mas ela também não deixou barato para mim, me socou o quanto conseguiu. Acabou que fomos afastadas as duas por policiais, fomos mandadas para a enfermaria onde ela ficou com o nariz quebrado e eu com a mão quebrada também, e logo depois solitária.
- Que merda hein Karina. O que deu em você, brigando por uma mulher que não está nem aí pra você. - continuei séria. Ela continuou. - E olha com quem foi brigar, justamente a Paloma.
- Tá Elise, não fode, porque quebrei o nariz da Paloma, imagina o que mais eu posso fazer se me deixarem mais puta.
- Isso é uma ameaça Briggs? - chegou mais perto de mim
- Talvez.. - falei um tom ameaçador.
- Só não te empurro porque você quebrou a mão.
- Não fode. - quando estava prestes a entrar ela me puxa pelo braço e olha diretamente em meus olhos.
- Se eu fosse você passava a me respeitar porque estou concorrendo ao cargo de policial chefe e eu posso muito bem fazer sua vida mais fudida que já é. - estava com cacete nas mãos e bateu nas minhas pernas até eu cair.
- SUA VACA!

. . .

NARRADORA LÍVIA

Eram os primeiros dias naquela prisão e eu já pensava em desistir de tudo. Mas pensava em Emily, Danillo e minha família.
- Lívia, está tudo bem com você? - Paloma apareceu na porta
- Tá sim. - tentei ser grossa
Ela sorriu, se sentou ao meu lado e segurou minha mão como se minha mãe. - Mas o que..
- Shiiu, olha não acredite no que a Karina disse ok, ela ficou com ciúme por me ver com você porque está SUPER apaixonada por você. Ai meu Deus como ela é idiota.
Eu fiquei pensando se o que ela falava era realmente verdade ou só queria ganhar minha confiança para depois me trair.

. . .

Duas semanas se passaram e Paloma vivia colada em mim, parecia que eu era algum tipo de salvação para ela.
Hoje é o dia em que Karina irá sair da solitária.

- Oi Livinha!
- Oi Paloma. - eu estava sentada no pátio sozinha fumando um cigarro. - O que foi?
- Nada, nada, é.. Eu preciso de um favor.
- Sabia!
- Sabia o quê?
- Sabia que não poderia confiar em você.
- Mas nem sabe o que eu vou pedir.
- Mas eu sei que você vai me fuder.
- Se você for esperta você não vai se fuder.
- Falow o quê você tem aí? - apaguei meu cigarro no concreto
- Não é nada demais, é só pra revender isso pra mim. - ela tirou do bolso várias bolinhas de heroína.
- VOCÊ TÁ LOUCA? - sussurrei meio que gritando
- Deixe de ser estérica garota. Mas e aí, topa?
- Falow
- Ótimo, tem que vir no MÍNIMO umas duas mil libras.
- No MÍNIMO?! Mas como eu vou..
- SE VIRA! Beijinhos

A PrisioneiraOnde histórias criam vida. Descubra agora