│Livro I da Trilogia E.L.A. │
Eros.
"A paz dela.
A minha destruição.
E a nossa conexão."
Aimee Lyn deixa sua vida e traumas do passado para trás quando decide se mudar para Seattle. Na nova cidade, nova vida e nova universidade, a bailarina acaba...
Sem a música, a vida seria um erro. —Friedrich Nietzsche
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Aimee e Anne estão sentadas no sofá conversando sobre algum assunto alheio. Otávio ainda está no quarto ao telefone, provavelmente falando com seus pais e eu termino de passar o café.As duas sorriem, algumas vezes vi Aimee me encarar e retribui o gesto com um aceno. Seu rosto fica levemente vermelho na região das bochechas e ela abaixa a cabeça tentando disfarçar.
Eu reparo em todos os movimentos dela, desde os mais simples até os mais complexos, como quando ela está dançando. Eu odeio parar no tempo e ficar observando as coisas, acho que é um desperdício dos meus poucos 80 anos restantes aqui na terra.
Eu não me importaria em passar todo esse tempo admirando ela agora.
Ela muda os meus pensamentos, desconstrói todos os meus muros com um sorriso e me mostra o melhor em mim sem que perceba isso.
Antes eu só sentia alguma emoção de verdade quando tocava meu piano. Costumava chegar do colégio e tocar uma sequência incompreensível de notas que ecoavam por toda parte nas paredes cinzas escuras.
Me sinto vivo fazendo isso.
Agora eu sentia alguma coisa quando ela estava por perto. É mais forte do que quando eu toco e é muito mais intenso do que quando eu componho. Aimee tem isso de me atrair para ela como se fôssemos ímãs destinados a se encontrarem e ficarem juntos.
—Irmãzinha, como vai? — Otávio diz retornando para a sala falando com Anne.
—Eu vou bem irmãozinho, me chamou pra beber café? Achei que iríamos falar da banda— Anne se levanta do sofá para cumprimentá-lo.
—E nós vamos — Ele faz um toquinho de mãos com ela que sorri e se sentam ao lado de Aimee.
—Ela é a garota do sonho do Ivo? — Anne pergunta para Otávio e Aimee me encara confusa.Como ela sabia?
Digamos que eu tenho um melhor amigo muito fofoqueiro que insiste em manter a língua fora da boca, seja beijando uma desconhecida ou seja falando da minha vida com uma estranha.
Nós havíamos acabado de conhecer Anne e Otávio já tinha feito dela sua protegida, sua irmãzinha e sua confidente. Que incrível.
Eu deveria estar feliz por ele não querer transar com ela, mas parecia pior. Antes só quisesse isso, com Anne ele parece ter uma relação de amizade verdadeira mesmo e é de maneira recíproca.
—Eu voto por ela já ser expulsa da banda — Comento colocando a garrafa de café em cima do balcão próximo as xícaras.
—Que sonho? — Aimee indaga baixinho olhando para mim.
