16|incompreendido

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"Ela nunca me decepciona, ela nunca me deixa.
Afinal, a dança é parte de quem eu sou."
—Tatiana Corrêa

Eu sou completamente sã dos meus atos e falas

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Eu sou completamente sã dos meus atos e falas. Ivo e eu estávamos indo mais rápidos do que tudo, o que não me surpreendia em partes. Eu sempre fui intensa demais para tudo e não seria diferente agora, mas infelizmente era. Era diferente. 

Era diferente porque com ele não tinha aquilo de "não vai dar certo" e de "não é ele", e isso me assustava muito. Sentir e saber que tem alguém destinado a você é tão agoniante, tão desesperador e tão confuso. Em todos os meus relacionamentos eu desejei que os caras fossem o certo e no fim não eram. Com Ivo as coisas se complicavam um pouco porque tudo na minha mente parecia confuso em relação a ele. 

Eu tenho total consciência de que quero ele, mas também tenho um medo crescente dez vezes maior. Um medo que me faz "mandar sinais confusos" e acabar causando discussões como aquela no corredor quinta. 

Liz e Ottus almoçaram comigo na sexta e eu evitava ao máximo tocar no nome dele. Porém, mais tarde a surpresa de dois seres batendo a minha porta foi sem sombra de dúvidas chocante. 

—Oi vizinha — Otávio disse e Anne sorriu de lado tímida.

—Oi Otávio? — Eu indaguei confusa.

—Precisando de açúcar? — Ele continuou e Anne cruzou os braços bufando. 

—Não liga pra ele, nós só queremos saber qual capítulo nós perdemos da novela — Ela aparentemente se referiu a mim e Ivo como uma novela. 

—Querem entrar? — Eu os convidei dando abertura para que passassem e eles assentiram. 

—É agora que a gente pergunta se ela tem uma irmã gêmea chamada Paulina? — Otávio perguntou e Anne segurou uma risada. 

—Não, eu não tenho uma irmã gêmea — Eu assegurei rindo nasalado. 

—Certo, o incompreendido está mais calado que o normal e toda vez que citamos seu nome as sobrancelhas dele se unem, ele suspira pesado e desvia o olhar para o nada — Anne falou se sentando no sofá. Isso aí, fiquem à vontade. 

—Eu acho que não sei como ajudar, desculpa — Eu disse e me virei caminhando até cozinha para oferecer água. 

—Você realmente não precisa de açúcar com esse c... — Otávio foi interrompido por Anne jogando uma almofada em sua direção. 

—Cala a boca?! — Ela questionou mandando, se é que isso é possível.  Eu a encarei um pouco sério e ela pegou a almofada colocando de volta no lugar enquanto Otávio sussurrava um "o que?". 

—Não queremos complicar as coisas, só queremos entender o que aconteceu para ajudarmos nosso amigo — Anne falou e eu arqueei uma sobrancelha desconfiada de todo aquele interesse. 

CONEXÃO #1Onde histórias criam vida. Descubra agora