19|e de brigas

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"Pouco importam as notas na música, o que conta são as sensações produzidas por elas."
—Leonid Pervomaisky.

Aimee estava a coisa mais linda do universo

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Aimee estava a coisa mais linda do universo. O vestido branco com botões na frente havia ficado completamente perfeito em seu corpo. Aimee de vestido demonstrava ainda mais sua postura perfeitamente alinhada, seu olhar alto e a entregava que era uma bailarina.

Seu cheiro invadiu minhas narinas quando entrou no carro e por longos segundos me senti inebriado pelo tal. O tom rosado nos lábios pareciam me convidar para desvenda-los com cada pedaço dos meus.

Eu havia bebido apenas um copo naquela noite, me lembrava o suficiente e o bastante para saber que Aimee e eu estávamos tão malucos que se quer fizemos menção de parar antes de começar.

O problema de começos é que uma hora tem que ter um fim. E eu queria o fim daquela noite mais do que qualquer coisa no mundo. Mais do que aprender a tocar violino.

Violino me lembrava Isis, Isis me lembrava família que me lembrava de não surtar hoje.

Aimee falou a verdade quando disse que eu coloco a culpa do meu ódio nos outros, nunca em mim mesmo e nunca nas coisas que eu faço. Apesar de parecer um santo, eu passava bem longe de ser um.

Otávio sempre foi o mais custoso de nossa amizade e sendo assim as pessoas costumam invalidar o quanto eu ainda posso fazer coisas consideradas erradas também. A verdade é que o mundo define qual erro é maior e qual erro é menor, isso começa se você analisar as leis e a quantidade de anos que uma pessoa fica presa dependendo do quão grave seu erro foi.

"— Foi ela quem começou jogando minhas partituras no lixo! — eu gritei para meus pais e Isis me olhava com seu olhar ameaçador.

—Filho, você quebrou o violino da sua irmã, enterrou o arco no quintal, desfez as malas dela e ainda por cima rasgou o repertório que ela ia tocar hoje — Meu pai falou e minha mãe segurou uma risada.

—Ela não pode ir embora! — Eu gritei e cruzei os braços encarando Isis.

—Nós já conversamos sobre isso caramba! Ivo eu só vou fazer o teste hoje, não é certeza de que vou passar — Isis se abaixou ficando do meu tamanho e segurou meu ombro.

—Eu sei que você vai passar — Sussurrei com os olhos cheios de lágrimas e Isis sorriu de lado me puxando para um abraço.

—O que nós fazemos quando erramos? — Minha mãe perguntou observando nosso abraço ao lado de papai.

—Não vou pedir desculpas. Ela ainda jogou minhas partituras fora — Repeti e Isis me apertou no abraço.

Sabíamos o que estava por vir. "Um erro não anula o outro".

—Um erro não anula o outro. Sua irmã fazer isso com suas coisas não anula o que você fez com as dela — Meu pai falou sério e eu me senti em um tribunal.

CONEXÃO #1Onde histórias criam vida. Descubra agora