│Livro I da Trilogia E.L.A. │
Eros.
"A paz dela.
A minha destruição.
E a nossa conexão."
Aimee Lyn deixa sua vida e traumas do passado para trás quando decide se mudar para Seattle. Na nova cidade, nova vida e nova universidade, a bailarina acaba...
"Fazer todo bem que se possa, amar sobretudo a liberdade e, mesmo que seja por um trono, jamais renegar a verdade." —Ludwig van Beethoven
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Você acredita que existem pessoas que são destinadas a outras pessoas?
Acredita que por talvez alguma falha na matriz, coincidência ou até mesmo obra divina, exista no mundo seres humanos que foram destinados uns para os outros?
Eis aqui o meu ponto, eu acredito.
Não por esses motivos citados acima, mas por sentir sempre a presença de algo que eu ainda não encontrei e mesmo assim saber que no fundo existe, em algum lugar desse nosso imenso planeta terra, alguém destinado para mim.
Mamãe sempre me entendeu nesse quesito, a mesma sempre foi a primeira a falar que saberia quem seria o sortudo dentre milhões escolhido para mim. Às vezes, eu me sentia numa novela ou filme de época com um pouco de distopia mal feita.
"Escolhido"
Eu sei, é uma coisa que chega até a ser cômica dependendo do ponto de vista, mas enquanto o "meu escolhido" não dá o ar da graça, eu escolhi me agarrar nessa pequena possibilidade de que algum dia eu o encontraria.
Uma vez numa aula de filosofia, que por algum milagre eu realmente prestei atenção, escutei a professora dizer sobre um conceito interessante a respeito de Sócrates — "Soso" como Graice, minha melhor amiga e apaixonada em filosofia, gosta de falar — Ele acreditava que o ser humano precisa estar ou está buscando sempre ficar em equilíbrio com o meio racional e o espiritual. Somos constantemente bombardeados com milhares de informações. São tragédias, violências, um político idiota na sua rede social favorita ou vídeos horríveis repassando as tão famosas fake news. Passamos tempo demais pensando nas coisas e deixamos de certa forma de lado o nosso espiritual.
Como é natural, estamos sempre buscando o equilíbrio de ambos e é justamente isso que faz com que as pessoas se agarrem em algo. Algumas em extremismos, outras em divindades ou religiões, tem também as que preferem acreditar em si mesmas e uma outra série de questões pessoais. O fato aqui é que: cada um escolhe no que vai se agarrar para se manter são em um mundo tão louco e eu escolhi me agarrar a esperança de algum dia o encontrar.
Em todos os meus relacionamentos, eu sabia bem no fundo que não eram os certos. Não eram e nunca vão ser os certos, porque não foram com ele. Passo a maioria do tempo não me sentindo completa e acredite, não estou falando de amor próprio. É como se todos os dias eu acordasse e o sentisse, mas nunca o visse. Eu sou um quebra-cabeça não desvendado que todos desistem porque tem uma peça faltando. É o vazio que há em mim e eu não quero que ele preencha, quero que ele transborde. Me transborde.
As madrugadas são de insônia. Deitada na minha cama e esperando pelo dia em que ele vai finalmente me encontrar. Eu não posso sentir isso sozinha. Acho que o maior desejo de Graice e Mac é perguntar a ele se ele sentia o mesmo que eu quando estávamos longe.
