-- Hey... Te achei. -- Cheryl disse ainda arfando. Havia corrido muito, muito mesmo. Achou Toni sentada no pé de sua cama, abaixada de um jeito que, se Cheryl não entrasse no quarto, não conseguiria ver Toni. -- Baby... -- Cheryl disse ao fechar a porta. As únicas luzes ali eram as vindas do abajur, já que as cortinas estavam fechadas. Se aproximou dela, se sentando cautelosamente ao seu lado no chão.
-- Há quanto tempo? -- Toni perguntou com a voz neutra. Seus olhos estavam escondidos, pois sua cabeça estava encostada em seu braço, apoiado nos joelhos, de modo que Toni olhava para seu próprio colo e ninguém conseguiria ver seu rosto.
-- Desconfio há algum tempo, mas só ontem tive a certeza. -- Confessou Cheryl um longo suspiro se esvair. Toni levantou a cabeça rapidamente e lhe fitou.
-- Jura? -- Cheryl apenas fez um leve balançar de cabeça assentindo e Toni se jogou em seus braços de supetão.
-- Pensei que tivesse me enganado também. -- Disse se entregando ao choro que estava preso em sua garganta. Cheryl sentiu o abraço forte demais, mas como não a machucava deixou Toni assim mesmo. Sua mão direita foi aos cabelos de sua esposa, em uma carícia calma.
-- Eu disse ontem a você que não me cabia te contar isso. -- Falou calma. -- Como está?
-- Horrível. -- Toni disse chorando intensamente. Cheryl odiava ver Toni chorar assim, mas sabia que seria bom extravasar.
-- Eu sinto muito não...
-- Você não tem culpa de nada, Cherry. -- Falou reprimindo alguns soluços. -- Ela não podia ter feito isso comigo. Não podia ser minha mãe. -- A frustração na voz de Toni era notória. Cheryl apenas continuou sua carícia por vários minutos em silêncio, deixando Toni chorar e desabafar. Não seria fácil para ninguém passar por semelhante situação. Depois de algum tempo Toni foi se acalmando gradativamente.
-- Bae... Eu não entendo algo... --
Cheryl decidiu quebrar o silêncio. -- Se você ama tanto Rosália, que agora sabemos que se chama Katy, por que é tão ruim a ideia de ela ser sua mãe?-- Você não entende...? -- Toni disse se aninhando mais nos braços da mais nova. -- Ela mentiu para mim a vida inteira. Ela sempre esteve aqui, mas me fez acreditar que não, que minha mãe não me amava o suficiente. -- Falou com a voz embargada. -- Ela me traiu, Cheryl. Me fez achar que eu não era digna do amor de uma mãe. Me fez pensar longas noites em qual seria meu defeito, no porquê de uma mãe abandonar uma filha tão pequena.
-- Vem aqui. -- Cheryl disse retirando os sapatos e se levantando, se deitando na cama. Toni a seguiu e em segundos voltou a se aninhar em seu abraço como um filhote de gato. -- Você deveria terminar de ouvir a história dela.
-- Cheryl, você é a minha esposa. Deveria estar ao meu lado. -- Toni disse fazendo um bico. Ainda chorava, mas Cheryl soube que dessa vez era manha.
-- Hey... -- Cheryl disse segurando seu rosto com ambas as mãos, fazendo Toni olhar em seus olhos. -- Eu sempre estarei ao seu lado, certo? Só quero que clareie os pensamentos
-- Toni assentiu e lhe abraçou novamente.-- Posso te pedir algo? -- Toni sussurrou.
-- O que quiser.
-- Me dá um beijo? -- Falou ao erguer a cabeça, deixando seu rosto próximo ao de Cheryl.
-- Não precisa me pedir algo assim. Meus beijos são todos seus. -- Cheryl disse se inclinando e selando os lábios de Toni. Só queria tirar toda a dor do coração de Toni. Se pudesse pegar para ela a dor, pegaria, não suportava ver Toni tão vulnerável.
-- Seu beijo me acalma. -- Toni disse no intervalo de um selinho e outro.
-- Bom saber disso. -- Cheryl disse sorrindo fraco no fim do último selinho, mas sua respiração oscilou ao ver Toni lhe olhar de uma forma intensa. Sentiu seu coração se acelerar e seu corpo esquentar. Não era certo pensar nisso agora. Não era. -- T.T? -- Chamou baixo quando Toni se inclinou mais e deixou um beijo em seu pescoço.
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Over The Rainbow (Choni Version) [Concluída]
أدب الهواةOver the Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Cheryl, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por John Parker, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Penélope, deseja que a filha co...