Capítulo 36.

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-- Senhora Blossom Topaz? -- O homem chamou quase rangendo os dentes ao se deparar com Cheryl sentada no colo de Toni ao beijos com a mesma. A mão de Toni estava alojada um pouco acima da bunda de Cheryl, enquanto os braços da mais nova estavam envoltos no pescoço de Toni. Cheryl jamais era tão íntima com John quando eles costumavam se beijar, pelo contrário, o beijo deles nunca durava muito porque ela sempre dizia que ele era ansioso demais.

-- Hmm? -- Ambas as mulheres murmuraram juntas, se virando para o rapaz. Toni riu e negou com a cabeça, sem perceber Cheryl tensionar sob a visão do homem.

-- Acho que precisará nos chamar pelo primeiro nome, Peter. Ambas somos as senhoras Blossom Topaz. -- Toni disse rindo.

-- Desculpe, Senhora Toni. Apenas gostaria de saber onde fica a chave da biblioteca para começar meu trabalho. -- Ele disse com as mãos para trás e de cabeça baixa.

-- Vou buscar com Hal, só um minuto. -- Toni disse dando dois tapinhas na coxa de Cheryl, fazendo a mesma se levantar.

-- Eu vou com...

-- Não, amor. Já volto. -- Toni disse dando-lhe um selinho rápido antes de sumir de vista. Cheryl teria se derretido ao ser chamada de "amor" por Toni caso John não tivesse se aproximado visivelmente irritado.

-- Precisamos conversar, Cheryl. -- Ele disse segurando em seu braço.

-- Me solta, John. Não tenho nada para falar com você. -- Ela sussurrou assustada.

-- Tem sim. -- Ele disse olhando para trás para checar se ninguém vinha. -- Acho que mereço uma explicação, não acha?

-- John...

-- Você simplesmente sumiu, Cheryl. Sem deixar nenhum recado, nenhum sinal... -- Ele disse aflito. -- E de repente se casa. Sabe como eu fiquei? -- Cheryl suspirou e lhe encarou.

-- Por favor, vamos deixar as coisas como estão. -- Ela pediu checando ao redor novamente.

-- Eu só preciso... Só quero conversar. -- Ele disse. -- Por favor, Cher. -- Cheryl pensou um pouco. Sabia que ela deveria conversar com o rapaz, mas não queria problemas com Toni. O olhar desesperado do homem fez Cheryl suspirar. Lhe devia uma explicação e por isso, vagarosamente, assentiu.

-- Amanhã a tarde, quando Toni for trabalhar eu te procuro. -- Falou baixo. -- Mas agora me solte, por favor. Eu não quero problemas com ela. -- O rapaz a soltou, lhe fitando confuso.

-- Por quê? A desgraçada te bate?

-- Aqui está. -- Toni entrou no ambiente sorridente, entregando a chave para o rapaz, fazendo Cheryl olhar atônita para ela.

-- Obrigado, Senhora. Com licença.

-- Hey, Peter. -- Toni chamou e o rapaz se virou. -- Não precisa se matar de trabalhar, tudo bem? Se sentir fome ou algo assim fique a vontade para vir até a cozinha comer algo. -- O rapaz assentiu e olhou para Cheryl.

-- Obrigado. Farei isso, com licença.

-- Simpático o rapaz, hm? -- Toni disse. -- Um pouco quieto demais, mas gostei dele. -- Toni disse. Cheryl forçou um sorriso e assentiu abraçando fortemente sua esposa. -- Hey, o que foi, Cherry?

-- Eu só... -- Disse apertando forte os braços em volta de Toni. O cheiro de sua esposa lhe acalmava de certa forma. -- Só preciso que me abrace forte e me prometa que tudo vai ficar bem. -- Mesmo sem entender Toni abraçou Cheryl, tentando confortar sua esposa.

-- Eu farei o possível para que tudo sempre esteja bem, hm?

-- Promete?

-- Prometo.

[...]

Toni lia distraidamente um livro em sua cama, enquanto Cheryl estava deitada sobre seu peito, com os olhos concentrados no rosto de sua esposa.

-- Não consigo me concentrar sabendo que você está me olhando. -- Toni disse rindo.

-- E que tal se... -- Cheryl disse pegando a fitinha vermelha do livro e o colocando na página para marcá-la, fechando o livro logo em seguida e o colocando sobre o criado mudo ao lado da cama. -- Você não se concentrasse no livro por agora, hm? -- Cheryl perguntou deixando um beijo no pescoço de Toni, fazendo a mulher estremecer.

-- Por mim tudo bem. -- Toni disse virando seu rosto para Cheryl e tentando beijá-la, mas Cheryl se afastou, fazendo Toni franzir o cenho.

-- Agora que tenho sua atenção podemos conversar sobre Katy. -- Toni fechou a cara na mesma hora. -- Amor... -- Cheryl usou um tom arrastado e pidão. -- Por favor, converse com ela. -- Deixou um beijo no rosto de Toni. -- Escute o resto de sua história. -- Com um beijo no canto dos lábios Toni não soube se tremera por Cheryl lhe chamar de "amor", pelo tom arrastado e sensual em sua voz ou pelos quase beijos.

-- Cheryl, ela mentiu para mim.

-- Porque seu pai só deixaria ela ficar ao seu lado sob essas condições. -- Cheryl revelou, ganhando ainda mais a atenção de Toni.

-- Ele morreu quando eu tinha vinte. Ela podia...

-- Ponha-se no lugar dela. As coisas não são tão fáceis assim. -- Toni a olhou e mordeu o lábio inferior. -- Converse com ela, por favor... -- Cheryl disse colando suas bocas finalmente, deixando Toni sem fôlego. -- Por favor, Cha-cha...

-- Tudo bem. -- Toni disse. Não conseguia dizer não para Cheryl e no fundo realmente queria conversar com a mulher, sentia falta dela e queria entender melhor e conhecer a história completa. Sentia-se pronta para isso.

-- Eba. -- Cheryl disse sorrindo, enquanto se inclinava e apagava a luz do abajur. Toni foi surpreendida pela boca cálida de Cheryl sobre a sua. Levou a mão até a cintura da mais nova, a puxando mais para si.

Cheryl invadiu a boca de Toni sem pedir permissão. Sabia que não precisava e por isso se atreveu a isso. Ela não se cansava de beijar Toni, poderia passar dias a beijando sem reclamar. Os lábios eram macios e suculentos, fazendo Cheryl quase querer mordê-los fortemente.

Se inclinou um pouco mais e levou seu dedo indicador até o ombro de Toni. A marca ainda estava lá, apesar de agora haver apenas uma casquinha sobre a ferida. Acariciou a lembrança daquela batalha e terminou selando os lábios de sua esposa.

-- Odeio saber que você sai para essa guerra. Odeio a espera, odeio meu cérebro louco que cria milhões de teorias sobre o pior que poderia te acontecer. -- Cheryl confessou em um sussurro. -- Prefiro você aqui, abraçadinha comigo.

-- Ah é? -- Toni perguntou sorrindo.

-- Sim. -- Cheryl disse deitando sua cabeça sobre o peito de Toni. Amava escutar as batidas de seu coração.

-- Se eu pudesse nunca mais sairia daqui, mas é meu trabalho.

-- Que por sinal eu odeio. -- Cheryl falou, sentindo suas pálpebras pesarem diante da carícia de Toni em seu cabelo. Toni apenas riu ao ouvir a voz sonolenta de Cheryl. Sabia que a mais nova sempre dormia com cafunés.

-- Vê se sonha comigo, boo. -- Cheryl não sabia se Toni realmente tinha dito isso ou se havia sido em seu sonho, mas assentiu levemente antes de cair em um sono profundo.

Over The Rainbow (Choni Version) [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora