Capítulo 7.

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-- Vou indo. Tenha um bom dia. -- Toni disse à Penélope se curvando em uma rápida reverência.

-- Toni? Posso falar com você? -- Penélope a chamou. Toni a encarou e assentiu. -- Bem... ai, que vergonha, não sei nem como te pedir isso.

-- Apenas diga, Senhora Blossom. – Disse desconfiada. Havia descoberto a mentira de Penélope ao dizer que Cheryl a queria também.

-- Será que não poderíamos morar na cidade? Digo, agora que você e minha filha estão noivas acho que seria melhor. Inclusive para a proteção dela.

-- Proteção?

-- Sim, querida. Eu não queria lhe preocupar, mas tenho que cuidar de minha criança. -- Abaixou o tom de voz. -- Tem um rapaz perseguindo Cheryl.

-- Por isso ela chorava ontem? -- Toni perguntou preocupada.

-- Sim. Ela teme que ele a machuque, mas por favor não conte a ela que te contei. Ela odeia depender das pessoas, mesmo que seja para sua própria segurança. -- Disse. Toni se viu mais irritada do que deveria.

-- Hoje mesmo arrumem suas coisas. Mandarei virem buscar vocês. Ficarão em minha casa, em quartos de hóspedes. -- Informou. -- E Penélope... -- Suspirou. -- Não me diga o nome desse infeliz, porque eu não sei o que serei capaz de fazer com ele. Apenas informe nos portões o nome dele, assim sua entrada fica proibida na cidade e ele não vai importunar Cheryl nunca mais. Deixarei avisado sobre tudo aos guardas. Eles apenas aguardarão o nome.

-- Oh meu Deus. Você é um anjo, querida. Obrigada. -- Disse fingindo emoção. -- Mas tem certeza que quer que fiquemos em sua casa? Podemos ficar em um hotel ou algo assim. Além do mais, não quero que falem que Cheryl já está morando com você antes de casarem.

-- Não se preocupe. Minha casa é bem grande e tem quarto de hóspedes para todos. Não dormirei com Cheryl.

-- Ótimo. O casamento pode ser em uma semana? -- Toni arregalou os olhos em surpresa.

-- Aonde eu vou conseguir quem nos case e quem faça os preparativos do casamento em tão pouco tempo, senhora?

-- Oh, querida, tenho certeza de que conseguirá de algum modo. Você é a chefe de todos. Confio em você, agora com licença. Tenho que arrumar as malas. -- Toni, sem argumentos, apenas assentiu, se despedindo e saindo do local.

[...]

-- Você ficou louca? Como assim em uma semana? -- Verônica perguntou incrédula.

-- Em uma semana ou em um ano, ela não vai me amar de qualquer jeito, Verônica. Então qual a porra da diferença?

-- Você não pode ter certeza disso.

-- Eu vejo nos olhos dela. Ela tem medo de simplesmente um esbarrar de nossas mãos.

-- Então por que vai se casar com ela, criatura?

-- Porque ninguém vai me amar da forma como espero. Já me conformei, Verônica. Cheryl é doce e se pelo menos posso fazer com que ela não sofra nas mãos de um idiota por aí não me importo em casar com ela.

-- Polly te ama como mulher, se ela pode, qualquer outra também pode. [n.a: vai ser a Polly sim, porque eu quero e posso].

-- Polly só diz sentir essas coisas porque conviveu comigo desde criança, Verônica. Quem não me conhece jamais sentiria nada.

-- Por quê? Você é linda, rica, gentil... qualquer um se apaixonaria fácil.

-- Ninguém aceita isso por aqui para suas filhas. Mesmo que elas queiram, os pais não autorizam. -- Toni disse. -- Eles só me engolem porque sou a que manda nessa merda toda. Se meu pai não tivesse deixado tudo para mim eu nem sei o que teria sido de mim.

-- Toni, ainda acho uma burrice o que está fazendo.

-- Eu não iria fazer, satisfeita? Mas Verônica, ela suplicou. Chorou para eu casar com ela. Eu não poderia deixar ela sofrer assim sendo que posso fazer algo.

-- Você não é a porra de gênio da lâmpada para sair por aí realizando pedidos. – Falou inconformada.

-- Os dela sim. -- Toni falou. -- Passei o último semestre a olhando. Agora que posso pelo menos ter ela por perto...

-- Se você quer assinar sua sentença de sofrimento eu não vou falar mais nada. Eu já avisei.

-- Mademoiselle? -- A voz feminina interrompeu a conversa das duas.

-- Sim, Betty? -- Toni disse, olhando em direção à meia cabeça para dentro da porta.

-- Desculpe incomodar, mas Polly está te chamando.

-- Diga à sua irmã que agora eu não... [n.a: entenderam o porque de ser a Polly?]

-- É verdade que vai se casar? -- A voz fina invadiu o lugar, atropelando o corpo de Betty.

-- Polly, falei para não fazer isso. -- Betty reclamou.

-- Eu preciso saber se é verdade. Me diz, Toni! -- A garota magra, de cabelos loiros até seus ombros e baixa estatura exigiu aos prantos. Toni suspirou e assentiu.

-- Sim. Vou me casar e ela e sua família vem para cá ainda hoje. Quero que os trate com respeito, por favor, pequena.

-- Nunca! -- Gritou. -- Ela me roubou você. Eu nunca a tratarei bem.

-- Ela não me roubou de você, Polly. Eu não sou sua, nunca fui. Já disse milhões de vezes que meu carinho por você é igual o que tenho por sua irmã e por seu pai.

-- Bear... -- A mulher tentou abraçar Toni, mas ela segurou os dois pulsos da garota no alto, impedindo tal ato.

-- Quero que a trate com respeito, ou terei que te tirar daqui.

-- Vai me expulsar por essa...

-- Cuidado com o que vai dizer! -- Alertou. -- E eu jamais te expulsaria, apenas teria que te deixar em minha fazenda.

-- Ela irá se comportar, Bear. Não precisa fazer isso. -- Betty intercedeu por Polly e Toni assentiu.

-- Eu odeio vocês. -- Polly disse irritada e saiu correndo dali. Betty acompanhou com os olhos sua irmã sair do lugar.

-- Desculpe por isso, Bear. -- Betty pediu e Toni negou com a cabeça antes de abrir os braços para Betty, quem se aproximou e abraçou sua amiga. -- Felicidades no casamento, meu anjo. Eu nem sequer sabia que iria se casar, já que você é uma amiga ingrata e não me conta as coisas. -- Disse rindo.

-- Obrigada, Betty. Não contei nada porque nem eu sabia. -- Ela disse rindo.

-- Como assim? -- Perguntou saindo do abraço delas.

-- Toni é uma eterna trouxa, Betty. -- Verônica disse rindo.

-- Me respeita. Eu posso diminuir seu salário. -- Toni brincou e Verônica arregalou os olhos.

-- Se atreva a fazer isso e eu diminuo meu trabalho, aí você pode ir comandar a porra da infantaria. Quero ver dominar aqueles cabeças duras. -- Toni arregalou os olhos e negou com a cabeça.

-- Pode ficar no comando deles. Eu deixo. -- Disse e Verônica sorriu satisfeita.

-- Ainda quero saber por que Verônica disse que Toni é uma eterna trouxa. -- Betty falou e Toni suspirou.

--Bem... -- E passou as próximas horas contando para sua amiga, sendo interrompida o tempo inteiro por Verônica.

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Twitter: @cmilaspetsch







Over The Rainbow (Choni Version) [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora