defense + rodrigo caio [REVISÃO]

PRÓLOGO

— Olivia, você tem que ir no Ninho do Urubu hoje, tem uma matéria pra fazer pro jogo da libertadores. Preciso de você lá, Jorge Jesus vai dar entrevista. — Natan disse se encostando na porta da minha sala.

— Ta bom, já to indo, vou só pegar minhas coisas. — me inclinei na cadeira — Bora, Jorge! — gritei.

— Não precisa gritar, eu estou do seu lado. — riu.

Eu e Jorge viramos amigos desde que cheguei aqui - na verdade ele é o meu melhor amigo -, querendo ou não, seríamos uma equipe. Eu na frente da câmera e ele atrás dela. Há anos trabalhamos juntos e somos mais unidos do que posso descrever, é como se fôssemos irmãos, é meu suporte em tudo que possa imaginar, em todas as travessuras e momentos difíceis ele está lá. 

Cheguei de São Paulo para fazer faculdade no Rio de Janeiro, jornalismo sempre foi de longe um sonho, e bom, não sou muito boa praticando esportes - eu até consigo, mas não o suficiente para ser uma atleta -, então passar o amor que o esporte transborda por meio do jornalismo foi minha solução. Consegui uma vaga de estágio na equipe do Globo Esporte na época e desde então eles me mantém presa a essa redação.

O Ninho do Urubu é de longe o meu lugar favorito, como rubro-negra tenho que admitir que as vezes era bem difícil sentar na cadeira da sala de coletiva e esperar pelo pior, conforme os anos fui aprendendo a lidar com isso de maneira mais profissional. Junto aos outros jornalistas que estavam ali, eu e Jorge nos preparamos. Ele sempre fica no fundo da sala com os outros câmeras, o português não demorou muito a chegar entrou começou a falar respondendo algumas perguntas até chegar a minha vez.

— Então, Jesus. Você vai... — fui interrompida com alguém entrando na sala apressadamente.

Me lembro de ter tido pequenos desentendimentos com o individuo durante as Olimpíadas no Brasil enquanto buscavam o ouro olímpico. Não sou muito fã dele, ainda mais com o recém retrospecto no ex time paulista.

Todos da sala riram da cena quando ele se sentou na cadeira ao lado do técnico e bagunçou os cabelos do mais velho que lhe olhou carrancudo. 

  — Desculpem o atraso. — ele disse.

  — Continue a pergunta. — Jesus disse apontando pra mim rindo do que tinha acabado de acontecer.

  — Como eu dizia, Jesus, como você planeja reversar os atletas nesses próximos jogos? Afinal a sequência do campeonato brasileiro é tão intensa quanto esse jogo da Libertadores. — conclui a pergunta.

  — As modificações serão necessárias, são jogos duros e creio que vai ter alguns que não vão conseguir manter o ritmo, mas eu pretendo mudar poucas peças. — respondeu.

  — Só não será eu! — Rodrigo disse arrancando a risada da maioria dos que estavam na sala.

  — Quem disse isso pra você? — Jesus brincou com ele.

  — Talvez você precise de um descanso, Rodrigo. — falei irônica, os fazendo rir.

Ele me olhou arqueando uma das suas sobrancelhas. Sabia quem eu era.

  — Claramente não preciso. — respondeu no mesmo tom.