DOIS

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Uma semana se passou depois daquela coletiva, assim como o jogo da Libertadores, na qual o time tinha ganhado com um placar simples, nada de muito exagero. Foi um jogo disputado. Eu estava no campo acompanhando o treino para o próximo desafio da equipe e fazendo algumas anotações no meu caderno, Jorge tinha saído para ir beber uma água, então eu concentrei toda a minha atenção no campo onde o Mister comandava seu exército.

— Você está bem concentrada hoje. — ele chegou do meu lado.

— É meu trabalho. — disse simples sem desviar meu olhar do campo.

— Eu ainda não sei seu nome. — ele disse.

Me virei para ele lançando um olhar confuso.

— Eu duvido muito disso. — ri. 

— Não sabia que se achava importante a esse ponto. — disse sínico e olhou para o campo.

— Pelo tempo que me irrita já deve saber o suficiente sobre mim. 

— Tanto que nem sei seu nome. 

— Se você pelo menos tivesse pensando em ler meu crachá, saberia. — disparei — E essa desculpa não rola, o que você quer?

— Você é assim sempre? — me olhou com cara de tédio.

— Sou.

— Como vou te irritar sem saber seu nome? — ele disse fingindo desapontamento.

— É só não me irritar. — sorri.

Jesus gritou por ele que dirigiu seu olhar para o meu crachá pendurado no meu peito. 

— Te vejo depois, Olivia.

Rodrigo olhou para trás e sorriu arqueando a sobrancelha, depois voltou a caminhar em direção aos outros e eu fiquei ali parada recebendo aquele olhar presunçoso e cheio de marra. Alguém nunca disse a ele que isso era irritante? Paulistas tem um sério problema com ego inflado. 

Jorge voltou e sentou na grama ao meu lado, dessa vez com a câmera fotográfica, Natan tinha um sério problema de estresse durante toda a temporada que só se curava nas férias e obviamente isso resultou em uma tarefa a mais para o meu querido amigo. 

O português expulsou todos de lá na hora que o treino fechado ia ter início, era até engraçado o jeito carrancudo dele e isso sempre rendeu boas risadas entre eu e meu amigo que passamos o caminho de volta aos estúdios Globo imitando seu jeito. 

Passei o resto do dia sentada na cadeira da minha sala em frente ao computador escrevendo matérias e preparando pautas para a semana que vinha a começar, Jorge estava sentado ao lado da minha mesa, mexendo no seu computador. A pedido meu nós dividíamos a mesma sala e olha que não foi fácil convencer nosso chefe a isso, semanas de chantagem e imploração para que no fim pudessemos ter um dia de glória. 

— Dia do karaokê, vamos? — ele me chamou atenção. 

— Super adoraria mas combinei de jantar com a minha mãe hoje. — fiz bico. 

— Vou ter que ir com a Lia então. — esticou seu corpo na cadeira. 

— Na próxima eu vou. — prometi. 

Meu amigo concordou em silêncio se levantando da cadeira e me dando um beijo no topo da cabeça saindo logo em seguida. Arrumei minhas coisas e peguei meu caminho rumo a garagem entrando no meu carro, joguei a bolsa no banco do passageiro apenas com o celular e a chave em mãos. Dei uma leve olhada nas notificações enquanto dava partida no mesmo mas estanquei ali mesmo quando vi o nome do bendito na tela. Ele tinha me seguido no Instagram. 


defense + rodrigo caio [REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora