ONZE

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{p.o.v rodrigo caio}

Estou no vestiário me preparando para o treino dessa manhã de terça junto com todos os jogadores. A resenha estava formada, muitas brincadeiras e música. Era o último treino antes do grande jogo que estava a nossa espera essa semana: quartas de finais da Libertadores.

Naquela semana, os ânimos de todos estavam a flor da pele. Queríamos e iríamos ter essa vaga. Independente de qualquer coisa.

Sem muita coisa pra fazer na noite anterior, acabei por ler a matéria escrita por Olivia sobre o jogo, não dava pra negar que era excelente. Tanto ela como jornalista tanto o conteúdo da matéria. Tinham algumas falas do Mister, teorias sobre a escalação e uma pequena análise do Flamengo e do Emelec. Fui fuçar também as redes sociais, como sempre, e acabei por me deparar com uma Olivia enchendo a cara em plena segunda feira. Bem inusitado.

Nesse exato momento eu estou prestando atenção no meu celular, sentado no meu box do vestiário, pensando na possibilidade de mandar alguma mensagem pra ela. Seja parabenizando pela matéria ou só zoando o fato dela ter enchido a cara. Porém eu não deveria estar fazendo isso, nossa relação tem que ser do jeito que está, com menos intimidade o possível e extremamente profissional.

Mas eu já sabia que não tinha mais isso, o profissional já tinha sido deixado de lado e a única coisa que me impedia de aproximar mais era apenas o jeito explosivo e debochado dela lidar com as cosias. Isso era extremamente perigoso.

— Rodrigo — Gabriel chamou me tirando dos devaneios — Tá fazendo o que aí? — ele se aproximou escorando seu braço esquerdo na parede do box.

— Nada demais. — tirei meus olhos do telefone — Só vendo umas cosias no celular.

— Vamos, o treino já vai começar.

Acompanhei Gabriel até o gramado, conversando algumas coisas e fazendo piada com alguns jogadores.

O treino foi a mesma coisa de sempre. Fizemos algumas jogadas ensaiadas, treinamos as posições, bola parada, jogadas no escanteio e algumas coisas mais específicas. Quando o treino chegou ao fim, suspirei exausto. É difícil manter o ritmo do jeito que estamos mantendo, toda essa intensidade os noventa minutos é desgastante mas bastante produtivo e prazeroso no final das contas.

Fui para o vestiário ao som de Jorge Jesus dando algumas instruções a Vitinho. Me sentei novamente no meu box e tirei as chuteiras, passei a mão no cabelo o tirando da testa, já que ele estava grudado ali por conta do suor (acho até que devo aparar um pouco o tamanho). Tomei um banho assim que pude e me troquei para o almoço.

No meio do corredor acompanhado de Arrascaeta, Vitinho e Gabriel, iniciamos uma conversa sobre quem iria decidir o jogo contra o time equatoriano. O que rendeu boas risadas assim que nos sentamos na mesa do refeitório.

— Aposto que o Gabriel vai ficar se gabando quando fizer o gol. — anuncia Vitinho.

— Eu nem sou tão exibido assim, falou? — ele se defendeu.

— É sim. — nós três falamos ao mesmo tempo tendo o revirar dos olhos de Gabriel como resposta.

— Talvez eu seja. — admitiu — Mas eu adoro ser decisivo.

— Nós já sabemos disso. — disse e rimos.

— Muito bem, só aceito o gol se a assistência for minha. — Arrasca o provocou.

— Aí a senhorita quer que eu perca os outros gols à espera do vosso passe?

— Sim. — Arrascaeta deu os ombros.

defense + rodrigo caio [REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora