Capítulo 37 - Degustação

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Como diria Frank Sinatra, "comecem a espalhar as notícias que eu estou partindo hoje!". E eu mal podia esperar para "acordar na cidade que nunca dorme".

Embora nunca tivesse me passado pela cabeça que um dia realizaria o sonho de sair do pais, e que conheceria justamente a cidade mais importante do mundo, eu não cabia em mim de tanta felicidade.

Decolamos no início da noite para uma viagem que duraria aproximadamente quatorze horas, com uma parada. Me lembro de ter combinado alguns roteiros com Raul, antes de dormir profundamente, só acordando quando já sobrevoávamos as imediações do Aeroporto Internacional JFK.

Depois do desembarque, enquanto Raul alugava um carro para os dias em que ficaríamos na cidade, recebi uma ligação no celular. Na tela, a foto de Elisa.

— Oi madrasta. Já chegaram em Nova Iorque?

— Oi Elisa! Já chegamos sim.

— Fizeram boa viagem? Cadê meu pai?

— Menina a viagem foi um berço para mim. Dormi igual criança. Seu pai está tentando alugar um carro. Quer falar com ele?

— Gente como vocês são cafonas. Estrangeiro em Nova Iorque anda nos famosos táxis. Aliás todo mundo anda de táxi em Nova Iorque — ela soltou uma gargalhada debochada.

— Ai Elisa, não debocha. Eu não sei como funciona nada aqui. Estou mais perdida que cego em tiroteio.

— Eu sei, eu sei... — ela disse quando parou de sorrir. — Oh! Avisa para meu pai que eu resolvi ir atrás de vocês.

— Resolveu? Como assim?

— Pois é. Tem um gatinho que eu estou muito interessada, que eu descobri que está voando nesse momento para Nova Iorque, a cidade onde tudo pode acontecer.

— Elisa, você ficou maluca? Seu pai vai pirar com isso.

— Ah, quando eu chegar eu me entendo com ele. Eu tenho tudo planejado, esse gatinho não me escapa.

Enquanto eu tentava, sem sucesso, tirar a ideia estapafúrdia de Elisa se despencar do Brasil para os Estados Unidos atrás de um homem, Raul se aproximou sorridente com as chaves do carro na mão.

— Temos um carro!

— Pois é!

— Com quem você estava falando?

— Elisa! Ela está se colocando a caminho de Nova Iorque.

— Como assim? Porque?

— Ai Raul eu não sei. Você vai ter que perguntar pra ela.

Durante o trajeto até o hotel Row NYC, no centro de Manhattan, onde ficaríamos hospedados. Raul me contou que o hotel era muito procurado e famoso, pois ficava onde antes havia funcionado um dos hotéis mais clássicos de Nova Iorque, Milford Plaza. Me contou, que como havíamos chegado muito cedo, iriamos apenas deixar as malas e passear pela cidade até as dezesseis horas, quando poderíamos fazer o check-in.

Depois de enfrentarmos uma recepção cheia, e de fazer o procedimento de confirmação do check in, fomos orientados a retornar mais tarde, para poder entrar no quarto. Questionei o motivo para isso, se não tinha a opção de nos hospedarmos mais cedo pois eu estava muito cansada. Uma funcionária muito solicita me informou que como o hotel tem uma rotatividade muito grande, era quase impossível conseguir se hospedar antes do horário do check in.

Sendo assim, deixamos nossa bagagem no hotel e mergulhamos na intensidade das ruas de Nova Iorque.

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ATRAVÉS DOS SEUS OLHOSOnde histórias criam vida. Descubra agora