"Uma união que nasceu antes mesmo que seus olhares se encontrassem."
Quando Lia Elizabeth Mendes conheceu, por acaso, Henrique Villas Boas, não fazia ideia de que sua vida mudaria completamente.
Inteligente, bem sucedido, rico e dono de um par de ol...
Caminhei por algumas horas pela praia, com a intenção de aliviar os meus pensamentos. Eu não acreditava que eles tinham se casado. Nunca imaginei que de fato chegariam tão longe, tão rápido.
"Estão casados! Eu não tenho como, e não posso fazer nada. Só me conformar."
Em minha mente as memórias de quando que estive perto de Henrique pela primeira vez, não paravam de surgir. Sem aviso. Aumentando minha angustia e sofrimento. Eu me apaixonei por ele, mesmo sem ele sequer me dar qualquer esperança. Como eu pude me deixar levar pela gentileza e educação de um homem, que sempre me viu como uma adolescente talentosa, nunca como uma mulher?
E pensar em todas as coisas que eu fiz que colaboraram para que eles se casassem, me fazia sentir pior. Não por ele, ou por Lia. Mas por mim. Como eu permiti que eu mesma me machucasse dessa forma? Me apaixonar por ele, sempre foi um erro. E acreditar que teria tempo para conquistá-lo, uma imaturidade imensa. Ele sempre foi apaixonado por Lia. Ela era a mulher que ele sempre quis. Quando foi que eu achei que ele olharia para mim, ou me enxergaria ao invés dela?
Sentei-me na areia e deixei que as lembranças invadissem, e me levassem de volta àquela noite.
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— Henrique, essa é Melina. Ela é estagiaria na Concepta. Está meio deslocada, acabou de chegar e não conhece muita gente além do pessoal da empresa. Você poderia fazer companhia a ela, enquanto eu resolvo um probleminha com uns convidados que estão presos na portaria?
— Claro que sim, Dom — olhando para mim. — Tudo bem para você?
— Por mim, tudo ótimo — minha voz saiu um tanto eufórica. Resultado da influência que aquele olhar azul como uma safira estava exercendo sobre o meu sistema nervoso.
— Você quer beber alguma coisa? — me perguntou quando ficamos a sós.
— Eu aceito uma bebida sim.
Ele se virou para o barman atrás de nós e pediu os drinques.
— Você pode ingerir bebida alcoólica? — ele sorriu, revelando dentes brancos e acentuando o charme de sua covinha no queixo.
— Posso sim! Sou maior de dezoito anos. Na verdade tenho vinte e um.
— Verdade? Não parece. Te dava dezessete anos no máximo! — ele sorriu achando graça do próprio comentário, enquanto pegava nossos drinques. Quando nossos olhos voltaram a se encontrar, ele abriu um sorriso, que fez com que minhas bochechas esquentassem.
— Então, você é uma menina de 21 anos, estagiaria na Concepta. Em que está se formando?
— Arquitetura e Urbanismo. Estou no oitavo semestre.
