9° Capítulo

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Acordei no outro dia no peito dele. Tínhamos passado a noite juntos em um hotel lindo, com uma vista incrível, cama confortável e um quarto chique.

Há alguns anos eu já tinha estado ali... Naquele mesmo hotel, mas não naquele mesmo quarto. Meus pais amavam viajar e sempre para lugares lindos, com os hotel caros e comidas diferentes.

- Bom dia!

Falei enquanto fazia desenhos com os dedos em seu peito. Ele estava acordando ainda, mas a algum tempo eu já estava acordada e lhe observava dormir.

Eu não posso me apegar a ele, tenho um marido, tenho uma vida diferente da que ele está acostumado... Se ele souber quem sou será que continuaria comigo?

Aos poucos ele sorriu e alisou meu cabelo.

- Bom dia!

Sua voz era de sono e percebi que havia dormido pouco.
Ficamos até a madrugada tranzando e logo eu adormeci, mas tenho uma ligeira impressão de que ele custou a pegar no sono.

Ele se levantou e foi pro banheiro tomar um banho. Realmente estávamos precisando disso.

- Pode pedir o café da manhã?

- Claro. O que vai querer?

Tinha um cardápio ao lado da cama do restaurante do hotel e um telefone próximo. Esse telefone tem dois botões, um é azul onde pedimos comida ao restaurante e o outro vermelho é onde pedimos um serviçal.

- Uma salada de frutas, um suco de laranja, uma fatia de bolo e... Torrada com geleia.

Pedi o que ele havia dito para ele e pedi quase o mesmo para mim, mudando apenas a geleia por patê de frango que eu amava quando era menor e ainda tinha pais...

- Pequena... Eu queria te fazer uma pergunta.

Ele disse depois de sair do banho com uma toalha enrolada no corpo e outra secando o cabelo.
Seu corpo era tão escultural e tão desejável por mim que sinto minha intimidade pulsar.

- Faça!

- Eu percebi que quer manter o mistério dos nossos nomes, mas como posso te chamar?

Eu sorri de leve. Sabia que aquela pergunta ia surgir uma hora ou outra.

- Me chame de... Arya.

Claro que meu nome não era aquele, eu não lhe daria meu nome verdadeiro por enquanto. Mas chegava perto de ser...

- Hm... Então pode me chamar de Jam.

Jam e Arya...

- Por mim tudo bem.

Apenas Kairo sabia meu nome verdadeiro, eu amava escondê-lo. Meus pais me chamavam de Arya e os mais próximos pensam ser meu verdadeiro nome.

- Então Arya, quem são seus pais?

Aquela pergunta me deixou surpresa, ao contrário da anterior eu não imaginava que ele fosse querer saber disso.

- Bom... Meus pais são Jena e Colw, só sei os primeiros nomes. Quando pequena eles me abandonaram com uma família rica e sumiram.

Tudo ali era verdade, não sei o que me deu para contar o que apenas Kairo sabe. Mas omiti a parte que dizia que o casal rico eram ocupados demais para cuidarem de uma criança e eu fugi, indo morar com Kairo.

Nos conhecemos desde pequenos e ele era um grande amigo até sua mãe morrer... Em uma casa estava eu, ele e seus dois irmãos. Quatro crianças tendo que sobreviver sem nenhum adulto e conseguimos... Roubando.

- Eu sinto muito... Vamos falar de algo mais alegre. O que acha de viajarmos nesse final de semana?

Outra pergunta inesperada. Eu odeio ser pega de surpresa e não ter a resposta na ponta da língua, talvez seja isso que tenha me feito contar a ele sobre o abandono dos meus pais.

- Posso pensar a respeito?

Ele concordou com a cabeça e alguém bateu na porta. Ele atendeu e vimos uma mulher vestida de camareira com um carrinho e encima tinha nosso café da manhã.

- Obrigado!

Ele disse lhe dando uma gorjeta. Percebi o olhar dela encima dele, olhando cada parte discretamente e senti um certo... Ciúmes.

Eu sei que não somos um do outro, mas eu que encosto nesse corpo, então ela não deveria olhar.

- Já pode ir

Falei fazendo ela notar minha presença no quarto. Ela gaguejou um "certo senhorita" e saiu. Jam me olhou com um sorriso de lado trazendo para mais perto nosso café da manhã.

- O que foi isso?

- Não viu? Ela estava te comendo com os olhos... Eu não ia deixar.

Ele riu e se sentou ao meu lado. Senti sua mão em meu rosto e logo um beijo suave nos lábios como quem quer demonstrar algo.

- Não precisa de preocupar com quem me quer se eu só desejo você.

Aquilo causou uma sensação estranha em mim. Um choque percorreu meu corpo como se vinhesse dele para mim e senti meu coração acelerar, borboletas dançando balé em meu estômago e apenas sorri.

Não seja fraca Aryana! Não perca o controle de si.

Quantidade de palavras: 700

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