Fogo E Gasolina (Solangelo)

Capítulo 7 - Não dormir.

⚠️Conteúdo um pouco forte. Cuidado se vc é muito sensível⚠️    

      Aquele dia havia sido particularmente difícil, e Will estava com o sague saindo de seu braço, em sua mão a lâmina do apontador.

    Se braço estava cheio de cortes, e ele assistia o sangue escorrer. Na esperança de que aquele liquido vermelho, levasse junto as frustações, as dores, os pesadelos, as saudades, a culpa...

    Um vazio o preenchia. 

     Hoje fazia 2 anos que Naomi havia morrido, dois anos em que a pessoa mais importante para Will havia o deixado, a única pessoa que o fazia não se sentir sozinho, depois daquilo foi só solidão. Ele e seu pai mudaram de cidade e tudo deveria ter ficado para trás.

     Mas como ele deixaria Naomi para trás? Era impossível.

     O fantasma dela o atormentava e a dor física até que o fazia se esquecer um pouco de tudo. Ou talvez fosse só uma forma de se punir. Ele merecia punições. Afinal, era tudo culpa dele.

      Ele havia matado Naomi.

      Ele havia matado sua mãe.

       E naquela noite, quando Will abriu a janela ele se deparou com um Nico Di Ângelo com as bochechas molhadas e o rosto um pouco inchado, ele nunca se sentiu tão próximo, tão igual ao moreno. A diferença era que Nico era forte e bom, já Will não era nada disso.

-Oque ouve? - o loiro perguntou preocupado.

-As vezes eu acho que eu tenho uma falha em meu código, uma porra de um defeito de fabricação, as vezes eu queria que tudo isso fosse apenas um sonho, e então eu poderia acordar em uma vida diferente, em uma vida melhor - lágrimas caiam pelo rosto do moreno, sua bochecha tinha uma marca arroxeada, ele provavelmente havia apanhado - desculpa - disse ele tentando limpar as lágrimas.

-Tudo bem. Eu sei que não da para ser forte o tempo todo.

    Eles se encararam.

-As vezes eu queria poder tomar um monte de remedios e dormir, para sempre - diz Nico.

-Eu também - diz Will.

Assim que as palavras fora ditas, ambos se abraçaram forte, como se eles fosem tudo oque o outro tinha, como se esse simples abraço pudesse juntar todos os caquinhos, como se fosse um pedido silencioso para que nem um deles dormisse.