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CAPÍTULO 11

Apenas Nós | Livro Um


Adam tem sua atenção fixa em mim, e sei que espera uma reação, qualquer uma que seja, mas não tenho reação alguma a não ser repassar suas palavras repetidas vezes em minha mente, é estranho, mas seria uma completa mentira se eu falasse que não gostei de ouvi-las — Diz alguma coisa — ele pede.

Deixo o meu lanche de lado, soltando um suspiro embargado — Eu... já está tarde, é melhor eu ir — as palavras deixaram minha boca sem o seu consentimento, e no mesmo instante eu quis retirá-las, mas de qualquer forma, devido aos fatos da noite eu não estava errada, mesmo com o meu corpo querendo me fazer acreditar no contrário.

Ele afastou-se, pouca coisa apenas para ter a visão completa da minha fuga, eu tentei levantar, mas sua mão em meu pulso me impede — Você costuma sempre fazer isso?

— O que? — quis saber.

Adam ergueu as sobrancelhas grossas no alto, e solta um suspiro de frustração falando em seguida — Fugir toda vez que algum cara assume querer você. Não é um pedido de casamento, Giulia.

Pisquei uma, duas e várias vezes encarando seu rosto esculpido pelos deuses da beleza, e próximo o bastante para que eu notasse todos os seus traços, minha boca entreabriu e eu mal podia acreditar que Adam havia acabado de assumir que me quer. Uma parte minha agitou-se freneticamente com a sua confissão, e tenho certeza que minhas bochechas estão coradas, pois sinto meu rosto queimar assim como o meu corpo inteiro, que em segundos passou a ansiar por Adam.

Mas novamente sou invadida por memórias de horas atrás, e com rispidez afirmo — Quando esse alguém estava a poucas horas beijando a minha melhor amiga, sim — ligeiramente me coloquei de pé, e automaticamente Adam fez o mesmo.

— Você a conhece o suficiente pra não se surpreender quando falo que, ela me beijou — ele disse com a voz calma, e odeio ter que admitir que sei disso, mas não muda o fato do que eu vi — Não use isso como desculpa, Giulia, se não me quer é só falar.

Eu abro a boca para repreendê-lo, mas me calo quando ele avança em minha direção, próximo o bastante para que eu sinta seu hálito soprar em minha bochecha quando diz — É só falar que não me deseja..., não da forma que eu penso — meu corpo tem um sobressalto quando sinto sua mão fria deslizar por meu braço nu — Que não quer que eu beije você... como vejo que implora todas as vezes que olha para mim — sua boca está a meros centímetros da minha, e meu coração palpita cada segundo mais rápido — Fala, Giulia, e eu te deixo em paz — sussurra em meu ouvido, roçando levemente os lábios frios.

Adam estava jogando sujo, eu sabia perfeitamente disso, mas joguei no mais profundo da mente a voz que gritava para fugir do seu alcance, apaguei qualquer coisa que me fizesse recuar, e colocando a culpa nos hormônios que tomaram conta do meu corpo, eu avanço em Adam entrelaçando meus braços em seu pescoço, e estava prestes a beijá-lo quando o mesmo desviou, franzi o cenho não entendendo, até que ele, com a visão completamente imersa em minha boca, soprou — É isso que você quer?

O grunhido de frustração saiu sem que eu percebesse, o espaço entre nossos lábios era tentador, e eu necessitava senti-lo, por isso me adiantei em dizer — Não me faça implorar.

Adam sorri, e morde o lábio eroticamente, sua voz soou grave quando roçando em minha boca sussurrou — Eu não faria isso, linda — no segundo seguinte ele uniu os lábios frios nos meus, e o mesmo choque eletrizante de dias atrás percorre o meu corpo, só que ainda mais intenso, ainda mais carregado de luxúria.

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