Desejo por sangue

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Já entardeceu e não consigo esquecer o que a Lorie falou...
Porque eu tô com ciúmes de alguém que nem existe mais?
Ele pode ter gostado dessa Lizabeth vaca porque não me conhecia ainda!
Eu que sou o amor da vida dele, mulher dele e mãe do filho dele.
Não preciso me preocupar com essa assombração que Lorie quer invocar pra minha vida!
Paro em frente ao espelho e fico me olhando pra vêr se minha barriga já cresceu um pouquinho...
Fico de lado...
De frente...
E... acho que já tá mudando sim... meu jeans tá mais apertadinho...
Suspiro passando a mão na minha barriga e ao virar-me, me deparo com Peter encostado na porta sorrindo.
(Jéssica) "Que susto Peter! Faz tempo que você tá aí?"
Ele apenas balança a cabeça que sim, ele parece me admirar, encantado com o que viu.
(Jéssica) "Eu acho que engordei um pouquinho..."
Digo fazendo careta.
(Peter) "Você tá é muito gostosa, e eu quero te sequestrar, posso?"
(Jéssica) "Claro!"
Qualquer lugar com ele pra mim é o paraíso, e depois sair um pouco, respirar ar puro sempre me fez bem.
Descemos e ao chegarmos do lado de fora vejo o conversível preto, Peter entra com um pulo... achei sexy!
(Jéssica) "O Drogo não se importa de emprestar o carro?"
(Peter) "O carro não é dele, apesar dele ser o único a usá-lo, o carro é do Victor."
Hum...
Entro e rapidamente deixamos a cidade, entramos numa rodovia onde lindas árvores se alinham nas laterais e alguns campos verdes surgem até onde a vista alcança.
O sol se põe lindamente no horizonte em tons alaranjados e rosa.
O vento levanta meus cabelos fazendo-os flutuar, me sinto leve, feliz!
(Jéssica) "Huhuuu!!!"
Grito com os braços levantados, deixo a energia do momento me contagiar.
Peter ri e acelera.
Só existe eu, ele e as curvas da estrada... é mágico!
(Peter) "Você sabe dirigir?"
(Jéssica) "Infelizmente não..."
Dou uma leve risada.
(Peter) "O que foi?"
(Jéssica) "Você acha que as freiras me ensinariam a dirigir se elas tivessem carro? Elas não gostavam de mim..."
Suspiro chateada, acabou que lembrei de tempos ruins da minha vida.
(Peter) "Bom... eu posso te ensinar quando você quiser..."
Ele me dá um lindo sorriso e um aperto na coxa.
(Peter) "Nós temos toda a eternidade à nossa frente..."
Eu tô bege com o que ele falou!
Ele fala sério?
Eternidade...
Peter está disposto a me transformar?
Será que ele vai falar agora sobre os "planos dele pra mim"?
Eu sei que o Nicolae falou à ele que o Victor espera ele me transformar.  
E deve ter falado também dos riscos que essa gravidez traz pra mim e pra criança caso eu continue como humana.
Acho que sou a primeira pessoa a ficar feliz por morrer, kkkkkk.
Virar uma "vampira-demônio" não é pra qualquer um, kkkkk.
(Peter) "O que acha de marcarmos sua primeira aula de direção? No fim de semana quem sabe?"
(Jéssica) "Ah, sim... eu vou adorar aprender..."
Se ele não se aprofundou no assunto de eternidade é melhor que eu espere.
Peter tem seu tempo pra assimilar as coisas e eu não vou passar por cima disso, vou deixar ele decidir o tempo certo.
De repente ele desacelera e estaciona no acostamento da estrada e me pergunta antes de desligar a ignição.
(Peter) "O que você acha de um passeio na floresta?"
(Jéssica) "Adoraria."
Saímos do carro e Peter estende a mão pra mim, eu a seguro.
Andar na floresta não é como andar numa calçada da rua, então é melhor  ele me auxiliar.
Ainda assim eu tropeço em quase tudo à minha frente.
Sem dizer nada ele me levanta em seus braços.
(Peter) "Não quero que você caia."
Acho tão romântico!
Eu envolvo meus braços em volta do seu pescoço enquanto ele aperta as mãos ao meu redor.
Logo chegamos numa espécie de clareira em meio à mata e ele me põe em pé novamente.
Peter se encosta num tronco caído e me abraça. Aconchego-me nele admirando toda a natureza a nossa volta.
Nossos corpos estão pressionados um contra o outro, sinto um calor dentro de mim.
Nos beijamos, suas mãos passeiam em mim e nossos corpos começam a se roçar num suave balé.
Esqueço onde estamos e só penso em realizar meu desejo... ser possuída pelo Peter nessa floresta!
Meu doce vampiro começa a perder o controle e eu amo isso!
Vêr seu desejo por mim faz meu sangue ferver.
Num rápido movimento Peter me levanta em seu colo, minhas pernas envolvem sua cintura e ele me pressiona contra o tronco da árvore, consigo sentir sua virilidade ereta.
O silêncio surreal da floresta é quebrado por um gemido meu.
Mas algo acontece...
Peter gradativamente vai deixando de me agarrar com toda sua paixão.
Em questão de segundos sua expressão muda, ele parece procurar algo com o nariz levantado pro ar, como se um cheiro o atraísse.
E pra minha surpresa, ele me solta de seu colo de uma vez, fico confusa e frustrada.
O conto de fadas acabou!
Meus deuses, o que está acontecendo agora?
(Jéssica) "Peter, o que houve?"
Ele não responde...
Me olha mas parece que não me vê.
Percebo que tem algo atrás de mim, me viro receiosa e vejo um cervo sangrando.
Quando olho novamente pro Peter ele já está transformado!
(Peter) "Jéssica..."
O sangue do animal desencadeou seu instinto de vampiro.
Respiro aliviada, por um momento pensei que estavamos em perigo.
Se ele quiser beber o sangue desse cervo eu não vou impedi-lo!
Eu o amo demais pra não deixá-lo seguir seus instintos.
(Jéssica) "Peter, amor... você pode se alimentar se você quiser..."
Vejo ele completamente hipnotizado pelo sangue do animal, aproximando-se dele.
Fecho os olhos pra não vêr.
Não vou impedir, mas prefiro não vêr.
Porém algo estranho me acontece, sinto o cheiro do sangue e imediatamente sinto vontade de... prová-lo?
Como assim?
Minha boca saliva e meu cérebro parece achar que sangue é gostoso, doce como um néctar dos deuses.
Sinto uma mão no meu ombro e um pequeno susto me faz sair de minha insanidade.
Me viro.
(Peter) "Não posso fazer você passar por esse tipo de coisa, vou levá-la pra casa."
(Jéssica) "Não, eu não me incomodo, eu..."
Ele me abraça.
(Peter) "Eu sei que você me aceita como eu sou, mas eu não me sinto bem ainda em fazer você presenciar isso..."
Eu estou meio que paralizada e assustada com o que eu senti.
Peter me olha com tristeza.
(Peter) "Me desculpe Jéssica."
Oh! Ele deve estar achando que estou assim por causa dele!
(Jéssica) "Peter, eu tive vontade de experimentar o sangue do cervo."
Digo completamente apavorada comigo mesma.
(Peter) "O quê?"
(Jéssica) "Eu não sei, eu senti o cheiro do sangue, minha boca encheu d'água, e eu não raciocinava direito, só conseguia achar que o sangue era bom, como uma comida muito gostosa."
Meus olhos estão arregalados e confusos.
No entanto Peter não parece se surpreender com isso, ele começa a rir.
(Peter) "Quem sai aos seus não degenera... você carrega um vampiro na sua barriga, deve ser natural sentir desejo por sangue..."
(Jéssica) "Será que é isso?"
(Peter) "Na dúvida vou começar a te dar carne mal passada no café da manhã, não quero meu filho mal alimentado."
Ele diz se divertindo muito com a minha cara, faço uma careta pra ele.
(Peter) "Vem, vamos pra casa... até porquê nosso lanche fugiu."
Ele parece tão feliz que não tem como não rir com ele.
Seguimos até o carro fazendo piada com essa novidade sobre mim e voltamos pra casa.

Is it Love - Peter - Da solidão à Paixão Onde histórias criam vida. Descubra agora