Primeiras decisões

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Anoiteceu e nada do Peter.
Decido ir atrás dele, se ele está mesmo nos limites da propriedade Bartholy  assim que eu entrar na floresta eu o encontro.
A noite está linda!
Estrelada e a lua clareia o céu.
Entro na floresta e ando alguns metros quando uma mão fria me segura pelo ombro.
Me viro e dou de cara com o Drogo.
(Drogo) "Posso saber o que a coisinha faz aqui?"
(Jéssica) "Ah... oi, Drogo..."
(Drogo) "Eu estava agora mesmo com o Peter."
(Jéssica) "E cadê ele? Porque ele não veio com você?"
(Drogo) "Porque eu vou à uma festa e ele prefere ficar isolado."
Respiro fundo...
(Drogo) "Você ainda parece preocupada coisinha, não deveria."
(Jéssica) " Não, eu não estou... é sono mesmo."
Minto na cara dura mas não posso envolvê-lo ainda mais em meus problemas.
O Drogo não é bobo, ele não engole minha mentira mas não diz nada e eu sou grata à ele por isso.
Ele acaricia o topo da minha cabeça como se estivesse acariciando um cachorrinho, bagunçando meus cabelos.
(Drogo) "Ele está há uns 300m daqui."
Após sua piscadinha habitual e sai.
Eu continuo na trilha, logo devo encontrar o Peter.
Estou com medo de como vou encontra-lo...
Ele passou o dia inteiro isolado, será que ele está passando novamente por suas crises existenciais?
Sem permissão minhas lágrimas começam a transbordar.
Não consigo tirar os pensamentos ruins da minha cabeça...
E acho que eu já deveria ter encontrado o Peter.
Meus deuses, será que aconteceu algo com ele?
Será que ele se enfiou mais à dentro da floresta?
Penso nos Descendentes...
Ouço um farfalhar numa árvore.
Dou um pulo de susto, eu não estou sozinha!
Cheia de medo olho pro alto e vejo o Peter.
Ele pula graciosamente de um galho ao chão.
Obrigada seres de luz, é o meu vampiro e ele está bem.
Ele vem na minha direção como um felino.
A poucos passos percebo que sua fisionomia é de tristeza.
Ele está mais deprimido do que nunca...
E eu me afundo na minha melancolia  que nesse momento não parece ser tão diferente da dele.
(Peter) "Jéssica... o quê você faz aqui?"
(Jéssica) "Precisamos conversar, você e eu..."
Tenho uma visão turva do Peter através das minhas lágrimas.
Sinto um turbilhão de sentimentos desconexos.
Estou feliz em vê-lo, de tê-lo encontrado ou ele me encontrado, não sei...
Mas tenho medo da sua dor, dele se isolar novamente.
Minha única certeza é que eu preciso da companhia dele, independente das circunstâncias.
Eu preciso dele!
O Peter se aproxima mais e me abraça.
Deixo meu choro fluir...
Ele me aperta contra seu corpo, me acalentando, como quem acalenta uma criança amedrontada.
Peter sabe que eu preciso chorar em seu colo, que eu preciso por pra fora toda a angústia e dúvida que há no meu coração.
Ele me entende...
O medo que estou sentindo é o mesmo medo que ele também sente.
Não temos certeza de como será nosso futuro.
A única certeza que temos é de que a luta será grande, principalmente contra o Victor.
Me acalmo aos poucos secando o rosto com a barra da blusa.
(Jéssica) "O que você faz aqui, Peter?"
Ele fica em silêncio, me olhando...
Seu olhar é tão profundo, seus olhos tão cheios de dor...
Eu me sinto confusa e perdida o vendo assim.
Num movimento brusco ele me puxa novamente contra seu corpo, num abraço sufocante e desesperado.
(Peter) "Eu te amo demais! Você é tudo pra mim!"
Eu me agarro à ele como um náufrago se agarra aos destroços da embarcação.
O Peter é minha vida, é o ar que eu repiro, eu não existo sem ele!
Suas mãos frias seguram meu rosto, eu volto a chorar....
(Peter) "Você está pronta pra lutar ao meu lado pelo nosso filho? Pela nossa família?"
(Jéssica) "Sim..."
Não consigo dizer mais nada, os soluços do meu choro impedem.
Porém o alívio de ter certeza que não há dúvidas na sua cabeça, me traz um pouco de paz nesse momento.
Ele vai enfrentar o Victor independentemente do que aconteça.
(Jéssica) "Eu sempre estarei com você e lutarei com todas as minhas forças contra o Victor, ele não vai me comandar como ele pensa!"
Fico nas pontas dos pés e toco seus lábios com os meus.
Nosso beijo e urgente e apaixonado.
Aproveitamos ao máximo esse breve momento de amor.
Ao nos afastarmos me sinto mais calma e leve.
(Jéssica) "Eu te amo, Peter!"
Finalmente vejo um pequeno sorriso no rosto dele.
Ele pega a minha mão e a beija gentilmente entrelaçando nossos dedos.
Voltamos pela trilha em direção à mansão de mãos dadas.
Andamos em silêncio por algum tempo até que o mesmo é quebrado.
(Peter) " Eu precisava por meus pensamentos em ordem, por isso vim pra cá..."
(Jéssica) "Tá tudo bem."
(Peter) "Tentei tocar minhas sonatas, mas era impossível não pensar em você, em tudo o que está prestes a acontecer..."
(Jéssica) "O Nicolae e o Drogo conversaram comigo... "
(Peter) "Comigo também... "
(Jéssica) "Eles estão do nosso lado..."
(Peter) "Eu sei e me preocupo por eles estarem comprando uma briga com o Victor que não é deles."
Paro no meio do caminho.
(Jéssica) "Seus irmãos estão fazendo isso por nós sim, mas por eles também! O Victor é um homem horrível e cruel, eles devem ter suas razões pra ficarem contra ele."
(Peter) "Todos nós temos..."
(Jéssica) "Você não faria o mesmo por eles, se fosse preciso?"
(Peter) "Claro!"
(Jéssica) "Então, seus irmãos te amam da mesma forma que você os ama."
Digo meio divertida e saltitante, passando seu braço ao redor dos meus ombros.
Chega de tristeza!
Consigo arrancar mais um sorriso do meu doce vampiro de olhos verdes.
E tenho certeza que esse sorriso é mais feliz!
(Peter) "Eu não posso viver sem você,  sem você  sou apenas uma sombra. Você é quem me traz alegria!"
Ele me pega em seus braços me rodopiando.
Dou um gritinho seguido de uma leve gargalhada descontraída.
(Peter) "Eu quero ficar com você pelo resto da minha vida!"
Posso dizer que toda a dor que sentiamos desapareceu.
Vejo o fim da trilha, já no limite da mansão.
Ao chegarmos Peter me chama pra deitarmos na grama.
Me aconchego contra o seu tórax musculoso e ficamos admirando as estrelas.



Is it Love - Peter - Da solidão à Paixão Onde histórias criam vida. Descubra agora