Cativeiro

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O carro corre pelas ruas, fazendo curvas bruscas que me jogam de um lado pro outro.
Minha perna dói e lateja, porém não mais que o meu coração.
Só consigo pensar no Peter!
Meus deuses, será que ele está vivo?
Meu choro começa a ficar alto e sinto falta de ar com esse saco na cabeça.
O balanço do carro me dá enjoos e acho que ainda não desmaiei devido a dor da minha perna que não deixa.
(Descendente) "Cale-se ou te faço chorar pra valer."
(Jéssica) "Vocês vão morrer, vocês não tem idéia..."
Antes que eu termine de falar levo um forte soco na barriga que me faz contorcer de dor.
Fico sem fôlego e só consigo pensar no meu bebê.
(Descendente) "Vai se calar agora?"
Decido ficar quieta e a única coisa que faço é orar pra minha mãe, chamo por ela mentalmente pra que ela de alguma forma me ajude e ajude o Peter.
Já não faço ideia de quanto tempo estou nesse carro, mas sinto a velocidade diminuir e segundos depois ele para.
(Descendente) "Saia."
Me puxam pra fora com força e eu caio no chão, sinto que o chão é pedregoso.
(Descendente) "Não seja mole garota, levante-se!"
(Jéssica) "Não consigo, vocês atiraram na minha perna."
(Descendente) "Foi de raspão ou você já estaria morta pelo veneno."
Meus deuses!
Peter!!!
Começo a chorar compulsivamente, não sei se ele está vivo ou morto e eu não consigo falar com a minha mãe.
Que merda de poder é esse que eu tenho?
Quando eu mais preciso eu não consigo usar!
Alguém me levanta e me obriga a andar, porém mais me arrasto do que ando.
Acho que estou na floresta, sinto que piso em folhas mortas e galhos secos se quebram.
Respiro profundamente tentando me acalmar, eu preciso sair dessa e pra isso eu preciso me concentrar.
Mas as imagens do Peter caído desacordado no meio da rua me fazem perder o controle.
O veneno tem que ser removido rapidamente, ou então...
Céus!
Eu me proíbo de pensar nisso!
(Descendente) "Pare aqui."
Eu paro, mas a mão que aperta meu braço me fazendo andar não me solta.
Escuto o barulho de chaves e o rangido de uma porta.
O que eles vão fazer comigo nesta floresta, numa cabana abandonada?
Sou empurrada pra dentro do lugar, eles me sentam numa cadeira e me amarram a ela com cordas antes de tirarem o saco da minha cabeça.
Vejo os três homens encapuzados a minha frente.
(Descendente) "É melhor você colaborar!"
Diz um deles quase gritando.
(Descendente) " Diga tudo o que você sabe sobre os Bartholy!"
Se eles pensam que eu vou dizer alguma coisa eles estão muito enganados.
(Jéssica) "Não há nada para ser dito sobre eles."
O mais alto se aproxima, inclina-se diante de mim, ficando cara à cara, ou melhor, cara à capuz.
(Descendente) "Não brinque com a gente, boneca!"
Sua enorme mão voa no meu rosto com um forte tapa.
Eles vão me torturar, por isso me deixaram viva.
Mas eu sou forte!
Meus vampiros são minha família e eu nunca direi nada.
(Descendente) "Nós sabemos quem eles são, mas queremos saber mais. Então nos diga!"
Fico muda.
Mais duas bofetadas fortes.
Fecho meus olhos e peço perdão ao meu filho, porquê esses caras vão me bater até nos matar!
Lágrimas silenciosas escorrem pelo meu rosto que queima de dor devido aos tapas violento que levei.
(Descendente) " Colabore garota, é melhor pra você..."
(Jéssica) "Vocês devem me achar muito estúpida, né? Vocês podem me matar porque eu não tenho nada à dizer!"
Corro meus olhos por cada um deles.
Também se eu dissesse algo eu morreria depois de qualquer jeito.
(Descendente) "Nossa! A babá tá ficando corajosa!"
Um deles diz gargalhando.
(Descendente) "Vamos lá boneca, conte-nos o que você tem, qual o seu segredo?"
(Jéssica) "Segredo?"
(Descendente) "Sim, alguma coisa você deve ter, ninguém ficou tanto tempo com os Bartholy!"
Ele passa sua mão imunda pelos contornos do meu rosto.
Nojento!
Cuspo nele...
Eles riem enquanto um fala.
(Descendente) "Está moça tem coragem!"
Vejo sua mão levantada pra outra bofetada, eu o encaro esperando...
E levo outra bofetada violenta.
(Descendente) "Eu não gosto do jeito que ela está agindo com a gente."
Dessa vez sinto algo escorrer pelo meu rosto, ele abriu meu supercílio que sangra.
(Descendente) "O quê você sabe sobre Victor Bartholy?"
(Jéssica) "Eu não o conheço mas tenho certeza que ele irá matar cada um de vocês por terem atacado o filho dele."
(Descendente) "Vadia!!"
Levo um chute no estômago que me joga no chão com cadeira e tudo.
Bato a cabeça fortemente em algo duro como pedra.
(Descendente) "Calma... vamos ver por quanto tempo a moça vai conseguir ficar de bico fechado..."
Um deles me levanta junto com a cadeira e aperta mais os nós da corda antes de deixarem o cômodo.
Eu mal consigo respirar, e uma dor forte se aloja por todo meu abdômen.
Agora minha vida e a do meu bebezinho vai se acabando aqui neste lugar, sem ao menos saber se o Peter conseguiu escapar.
E eu achando que seria feliz, como sou idiota!
Quando eu nasci eu fui amaldiçoada, eu não nasci pra felicidade, eu nasci pra dor, pro sofrimento...
É isso que eu faço...
Eu destruo a vida das pessoas a minha volta...
Meus pais me amaram e morreram...
O Peter me amou e...
Meus deuses!
Que destino é esse??
Eu realmente sou um demônio, eu não preciso morrer pra sentir isso.
Eu trouxe a morte pra vida das pessoas mais importantes pra mim...
Meus pais, Peter e meu filho!
Choro desesperadamente...
Choro como jamais chorei um dia.
A porta se abre e um Descendente entra com um pano.
(Descendente) " A moça chora alto demais, isso aqui vai ajuda-la a ficar quieta."
Ele me amordaça.

Is it Love - Peter - Da solidão à Paixão Onde histórias criam vida. Descubra agora