Passado do Peter - 1

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Já anoiteceu e decido me levantar da cama, dormir me fez bem e consegui recuperar minhas energias.
Após um banho relaxante vou até o quarto do Peter.
Entro sem bater, ele que está tocando me dá um sorriso enquanto eu me sento em sua cama.
Não consigo deixar de admira-lo.
Apesar dos comentários feitos pelo Stelian não consigo vê-lo de outra forma, pra mim nada mudou.
O Peter continua sendo o meu Peter!
Eu o amo como ele é, com suas qualidades e seus defeitos.
Meu vampiro para de tocar e se vira pra mim.
(Peter) "O que aconteceu que te fez vim embora da faculdade?"
Sou vaga, não é necessário contar detalhes.
(Jéssica) "Sono, muito sono..."
Ele me olha docemente com um sorriso cheio de amor.
(Peter) "Porque não me avisou? Eu tinha vindo com você."
Sorrio e jogo um beijo com as mãos pra ele.
(Jéssica) " Não quis incomodar...Mas me diga, como foi seu dia?"
(Peter) "Como todos os outros... e depois de chegar em casa toquei muito piano, isso me faz bem."
(Jéssica) "Eu adoraria que você me contasse mais sobre sua paixão pelo piano."
Ele me olha com atenção.
(Jéssica) "Não estou tentando força-lo a me contar sobre seu passado, não se preocupe. Eu prometi que ia parar de cavucar no seu passado e vou manter minha palavra."
Ele se levanta e se junta a mim na cama.
(Peter) "Eu acredito em você Jéssica... e  eu sei que estamos num ponto em nosso relacionamento onde tenho que te contar algumas coisas sobre minha vida passada."
Eu apenas o olho, eu não esperava por essa!
Peter pega a minha mão e mergulha seus olhos nos meus.
(Peter) "Desde minha infância o piano tem sido meu companheiro mais precioso. Começei a estudar música eu tinha apenas 3 anos. Mas a música mesmo me fazendo feliz logo se tornou uma fonte de conflito."
Ele para por um momento, seus olhos tristes me cortam o coração.
(Jéssica) "Amor, não precisa..."
Ele leva seu dedo até meus lábios silenciando-os.
(Peter) "Eu quero lhe contar..."
Eu aceno com a cabeça.
(Peter) "Eu tinha um irmão, Stelian, de quem você nunca ouviu falar, ele era 1 ano mais velho que eu e também estudava piano."
Então o Stelian é irmão do Peter, e ele não disse nada sobre isso.
(Peter) "Eu e ele compartilhamos essa paixão, mas logo nos tornamos rivais. Ele sempre esteve um passo à minha frente em muitas áreas, o que me aterrorizava, eu não entendia o porquê. "
A voz do Peter é séria e seu semblante cheio de lembranças.
(Peter) "O Stelian, era do tipo que gostava de criticar e apontar meus erros enquanto eu trabalhava nas minhas composições... No início eu não ligava, mas quando meu pai decidiu ficar do lado dele eu tive dificuldade em atura-lo... Meu pai dizia que o Stelian tinha um futuro brilhante como artista e que isso não aconteceria comigo, na opinião dele."
Algumas lágrimas começam a rolar pelo meu rosto e o Peter as enxuga com suas mãos frias.
Eu consigo sentir o sofrimento do Peter.
(Jéssica) "E a sua mãe...?"
(Peter) "Minha mãe morreu quando eu nasci... meu pai nunca me perdoou..."
Ele enterra o rosto entre suas mãos enxugando às lágrimas antes de erguer a cabeça.
Eu me esforço ao máximo pra não cair no choro compulsivo, sua história é triste demais!
Seguro suas mãos entre as minhas mostrando o meu apoio.
(Peter) "Era uma época diferente... muitas mulheres morriam devido as complicações do parto."
Eu sinto sua voz cheia de dor.
Ele aperta minhas mãos com força.
(Peter) "Quando eu te vejo eu lembro que o mesmo pode acontecer com você... e a culpa é minha!"
(Jéssica) "Não!!! Você não tem culpa de nada!"
Digo quase que gritando.
Meus deuses, ele tá confundindo as coisas!
(Peter) "Eu não devia ter me envolvido com você... eu te condenei a morte, de um jeito ou de outro você vai morrer."
Ele se agarra a mim desesperadamente e eu a ele sem saber o que dizer pra acabar com sua dor.
Fecho meus olhos, e suplico aos seres celestiais que de alguma forma arranque a dor que o Peter sente.
Ao abrir meus olhos vejo a moça que diz conhecê-lo parada próximo de mim.
Seus olhos doces me observam atentamente.
Me afasto do abraço do Peter  sem desviar meu olhar da moça.
Peter percebe que eu estou vendo alguma coisa atrás dele e se vira.
(Peter) " O que foi Jéssica?"
Eu observo bem a fisionomia da moça, e vejo que seus olhos são cor de esmeraldas comos o do Peter.
Meus deuses!
Levo a mão na boca completamente desnorteada.
(Peter) " Jéssica! O que está acontecendo?"
Ele me sacode pelos ombros.
(Jéssica) " Tem uma moça parada ali..."
Aponto na direção que ela está.
Ela sorri pra mim e acena afirmativamente com a cabeça.
Céus!!!!
Ela é realmente quem estou pensando!
É a mãe do Peter!
(Peter) "Que moça é essa? Você a conhece? "
(Jéssica) " É a moça que uma vez disse pra mim que te conhecia, que você é um grande compositor..."
Olho novamente pra ela que agora  parece feliz.
(Jéssica) "Peter... é a sua mãe!"
(Peter) "Você deve estar tendo alucinações."
(Jéssica) "Eu sei muito bem o que estou vendo, ela tem os olhos verdes como os seus, eu consigo sentir que ela é sua mãe!"
Digo firme e séria.
Peter se levanta pegado-me pela mão,  seus olhos estão cheios de impaciência e excitação.
Andamos pelos corredores até que Peter abre uma porta dupla que eu nunca havia notado antes.
A moça nos acompanha em todo trajeto.
Entramos numa sala enorme com um cheiro forte de mofo. Peter abre um baú empoeirado e pega uma fotografia e me entrega.
(Peter) "É essa a moça que você viu?"
(Jéssica) "Sim, e ela sim! E ela ainda esta aqui Peter."
Ele parece assustado e confuso.
(Sra. Rakoczy) " Por favor, diga ao meu filho que eu o amo muito..."
(Jéssica) "A senhora mesma vai dizer a ele..."
Me viro pro Peter.
(Jéssica) "Sua mãe tem algo a falar pra você, e eu acho que posso fazer você ver ela."
Ele parece uma criança com medo. Pego ele pela mão e nos sentamos numa poltrona empoeirada.
Estico a outra mão pra jovem senhora, assim espero conseguir fazer a ponte energética.
(Sra. Rakoczy) "Você vai gastar muita energia querida."
(Jéssica) "Não se preocupe, eu consigo."
Estico minha mão pra ela que também a pega, e segurando nas mãos dos dois eu me concentro ao máximo, na minha verdadeira energia interior. Logo consiguirei fazê-la ficar visível e audível.

Is it Love - Peter - Da solidão à Paixão Onde histórias criam vida. Descubra agora