Um rugido distante
Nos aventuramos por entre uma densa e azul floresta, com grandes galhos – em todos os sentidos, eram grossos e gigantes, quase tocando o céu – vegetação alaranjada, contrastando a luz azul atravessando as árvores. Prigritia parecia um bebê novamente, pulando e subindo nas raízes enormes, atravessando as plantas como se fizessem carinho na sua pelagem. O som das natureza tombando com o vento combinava com o cheiro de mato úmido, apaziguando tudo, quase como se estivéssemos viajando com a família. Não parecia ter pássaros ou animais grandes por lá, apenas formigas traçando seu caminho organizado pela madeira, como uma linha de tinta na árvore, Soror e Codrim ficavam aflitos só de pensar em pisar ou tocar nas trabalhadoras.
Logo que anoitecera, nos sentamos na base de uma árvore, quase cobertos pela sua raiz. Usamos os tecidos que os senhores Passions nos deram para montar uma espécie de cabana, nos protegendo do frio, que nos cercava cada vez mais. Mesmo cansados, decidimos fazer uma fogueira, com medo do frio aumentar durante a noite. A parte difícil foi achar galhos pequenos, a floresta parecia um lar de gigantes de tão grande. O galho principal teve que ser maior, fazendo ser difícil o fogo se alastrar nele. Usei umas 3 folhas de Pitagas tentando acender e nada, o raspar da folha parecia uma massagem pra madeira. Depois de mais tentativas, Soro conseguiu dar uma faísca e subitamente cerquei-a com as mãos para o vento não apagar. A floresta ficara ainda mais bonita com o briho do fogo em meio ao começo da escuridão. Estávamos todos tão cansados que não houveram brincadeiras ou joguinhos, depois de comer, praticamente caímos como pedras no gramado macio.
Durante algum momento da noite, acordei, um pouco destoada. Com a visão meio desfocada vi o fogo logo a frente, ainda acesso. Antes de pensar qualquer coisa, um rosnar ecoado e abafado, alto, mas distante. Parecia um animal, o som se estendeu por mais tempo que um rosnar de um Prigritia, que estávamos acostumados. Ninguém pareceu ouvir ou ligar. Pensei em como eu acordei poucos segundos antes de ouvir, será que foi apenas sincronia ou o som já estava acontecendo há horas?
Levantei um pouco, devagar. Meu corpo estralou todo, o som ficara alto no silêncio da noite. Me coloquei um pouco pra fora da nossa pseud. tenda, Prigrita ainda dormia, sem ligar para o som. O som do fogo estava lento e sereno, com a fumaça mais densa do eu imaginava como comum. Não havia mais o vento de antes, estava bem frango e por consequência, não sendo mais possível ouvi-lo. Alguns segundos de silêncio depois, quando o sono começara a voltar aos meus olhos, outro barulho. Agora um estalar de madeira, muito mais alto e curto, logo em seguida, o rosnar novamente. Sem dúvidas era um animal, mas o som era estranho, como se não estivesse vindo direto a nós, mas sim batendo nas árvores e perdendo o tom, desafinado e deslocado. Soror apenas se virou para o outro lado, ninguém acordou.
................................................................................. Rosnado.
......................................................................... Rosnado.
................................................................. Rosnado.
.......................................................... Rosnado.
Estava se aproximando, não só o rosnado, mas barulhos de madeira, plantas e o que parecia ser movimento.
Virei a cabeça na direção oposta, conseguia detectar a direção do som.
.... Rosnado................................
........... Rosnado.........................
...................... Rosnado..............
Posicionei a cabeça na direção do som.
............................ Rosnado.................................. Rosnado............................
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ASINUS PRIMA
AcakAsinus Prima é uma aventura em um mundo fantástico e mistico, na visão de uma garota que se vê imponente perante aos costumes e tradições da sociedade em que vive. Ela acaba perdida em uma jornada tendo que proteger duas crianças, enquanto desvenda...