A consulta

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Enquanto tomava banho, Carlos tentava se lembrar de tudo que já leu sobre a psicanálise. Em sua estante de livros, deviam haver três ou quatro obras com o tema, que, por sinal, o fascinava bastante. De início, conseguiu lembrar-se que a psicanálise foi criada por Sigmund Freud, que foi um médico, considerado o pai da psicanálise.

Carlos esforçou-se para lembrar mais coisas sobre psicanálise, porém nada mais veio a sua mente.

Carlos saiu do banho, pegou uma roupa e vestiu-se. Foi até a cozinha e deixou um bilhete para a mãe sobre a mesa, dizendo que havia ido ao psicanalista.

Não demorou muito e Carlos chegou ao hospital. Ao entrar, foi direito a recepção onde se encontrava uma mulher de boa aparência que falava ao telefone. Ao perceber que Carlos esperava para ser atendido, pediu que ele esperasse só alguns segundo. A recepcionista terminou a ligação, olhou para Carlos com um sorriso e perguntou.

− Boa tarde, em que posso ajuda-lo?

− Meu nome é Carlos Daniel e tenho uma consulta marcada com o Dr. Esmael.

− Um momento - disse a recepcionista, voltou sua atenção para o computador a sua frente. − Você é o segundo paciente marcado para um consulta com o Dr. Esmael. A primeira paciente já está em consulta. Então não demorará muito para ser atendido. O consultório do Dr. Esmael é no terceiro andar. Pode subir e aguardar.

− Obrigada.

− As suas ordens.

Carlos conhecia bem o hospital, devido à noite em que ficou internado, por isso deu a volta na recepção, foi em direção aos elevadores. Não demorou muito e o elevador chegou. Carlos entrou e apertou o botão do terceiro andar.

Todo o terceiro andar era destinado à psicologia e a psicanálise. Em um canto haviam diversas cadeiras e Carlos sentou em uma delas. Não demorou muito e a porta do Dr. Esmael se abriu, saindo uma mulher idosa com os olhos cheios de lágrimas. De dentro da sala uma voz falou.

− Carlos Daniel, pode entrar, por favor.

Carlos se levantou rapidamente e entrou na sala a sua frente. A sala que via era simples. Era ampla, com uma mesa de frente para a porta. Do lado esquerdo havia uma enorme prateleira repleta de livros grandes e gastos pelo tempo. No meio da sala havia uma Cadeira e a sua frente havia um pequeno banco. Ao lado da Cadeira havia um cadeirão. Do outro lado da sala, haviam dois grandes armários, bem rústicos. Sobre a grande mesa, Carlos pode perceber uma grande quantidade de livros, porém estes apresentavam uma aparência de melhor conservação.

Entre os livros sobre a mesa, havia um homem sentado de cabeça baixa, no qual escrevia em uma prancheta. Quando Carlos estava próximo à cadeira, o homem levantou a cabeça.

− Boa tarde meu jovem. Você deve ser o Carlos?

O psicanalista se levantou e Carlos pode reparar melhor em sua fisionomia. Era um homem de aproximadamente 35 anos, com um corpo magricela, que usava óculos (Cartier) por ser miope.

Seus cabelos eram bem escuros e seus olhos eram escuros.

− Sim, sou eu mesmo.

O Dr. Esmael expressou um sorriso em direção ao Carlos dirigiu-se a frente da sua mesa.

− O que aconteceu com seu olho? − Carlos até havia se esquecido que seu olho esquerdo estava inflamado.

− Não foi nada, só um problema na faculdade.

− Você me parece um jovem bem difícil. Mas tudo bem, esse tipo de pacientes são os meus preferidos. − o Doutor deu mais um sorriso e continuou.

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