A VERDADE

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Incomum, estranho, aterrador, entristecedor

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Incomum, estranho, aterrador, entristecedor. Não existe uma palavra para descrever quando a você ama uma pessoa mas não sabe se deve confiar nela.
Atirar as cegas muitas vezes traz graves consequências. Era isso que Clara estava prestes a descobrir naquele dia.

Quinta-feira é o dia que precede a véspera do fim de semana. Os ânimos costumam se animar um pouco neste dia, mas não tanto ao ponto de fazer alguém ficar de bom humor como sexta e sábado são capazes de fazer, se é que me entendem.

Para Clara seria um dia de escolhas difíceis e muita dor. Ela estava ciente disso.
Não era todo dia que você entregava para a polícia o homem que amava, e com quem tinha perdido a virgindade.

Era numa praça que ficava uma quarta de distância do colégio, que Clara entregou a faca.

Era só Ricardo, o investigador que estava lá. Ele trazia uma maleta preta de couro e usava uma camisa branca por baixo de um terno escuro.

“Onde está a Suzane?” Perguntou Clara.
Clara não estava usando uniforme do colégio neste dia. Ela disse que se encontaria com os investigadores para seu pai.

“Ela não pôde vir, estava trabalhando junto aos peritos na burocracia de levar essa sua faca para análise” disse Ricardo com aquele mesmo aspecto cansado da primeira vez que Clara o viu.

“Entendo, espero que dê tudo certo" disse Clara meio sem jeito.
E lhe entregou a faca com sangue coberta com um pano também manchado.

“O mapeamento da sequência do D.N.A. é feito em até 24 horas. Vou retornar o contato para você, Clara. Agradeço muito sua ajuda. Vamos conseguir prender esse maldito” disse Ricardo.
Clara abaixou a cabeça com a afirmação, num gesto visível de tristeza.
Ricardo colocou a mão sobre o ombro da menina.

“Você merece algo melhor, quando tudo isso acabar esqueça esse homem" disse Ricardo.

“Obrigada, vou fazer meu melhor" respondeu Clara, ainda triste.
“Não termine a relação com ele, me parte o coração dizer isso, garota. Mas continue sem levantar suspeitas por enquanto. Podemos precisar de mais ajuda sua” respondeu o Investigador.

Clara só fez que sim com a cabeça. Não podia se imaginar terminando com Thomas, era como se estivesse admitindo que ele já fosse o assassino de seu primo George. As chances estavam contra, mas ainda podia existir a possibilidade de que Thomas era inocente.

“Se for confirmado que o sangue é do George, ainda pode ter chances do Thomas ser inocente?” indagou Clara.

O investigador Ricardo ficou perplexo, “por qual motivo seu namorado teria uma faca com sangue do seu primo, se ele não o matou?” retrucou Ricardo “olha só, menina. Quero que encare a realidade, ele é o assassino e deve ser pego!”.

Clara começa a derrubar lágrimas. Sente um imenso remorso de ter entregado a faca. Mas pensava que havia feito o certo ajudando a polícia

Subitamente o Investigador passa a mão em seu rosto, enxugando as lágrimas “eu tenho uma filha, ela tem seis anos, é linda assim como você. Eu ficaria furioso se um assassino tentasse usa-la como estão fazendo com você” disse Ricardo.
“Os pais deveriam cuidar melhor de suas filhas…” prosseguiu o investigador olhando fixamente para Clara.

MORTO EM COMUM [Original]Onde histórias criam vida. Descubra agora