E então finalmente o tão esperado fim de semana chega. Sexta-feira é um dia de ânimos exaltados. Todos planejam algo para fazer, desde ficar em casa vendo filmes e comendo pizza ou ir para um show, quem sabe uma balada ou até mesmo um barzinho?
De qualquer forma, poucas coisas costumam estragar o dia de sexta, mas quando este último é estragado, geralmente o fim de semana todo corre o mesmo risco. Se é que me entendem.A sexta-feira de Clara naquele dia estava definitivamente estragada. Começar um dia tendo que prestar depoimento contra seu namorado não era de forma alguma um bom começo de fim de semana. Ainda mais quando este depoimento era falso.
Thomas, que agora Clara tinha certeza absoluta que era um psicopata assassino, lhe convenceu para arquitetar a morte do investigador Ricardo, um abusador.
Clara não sabia que tinha tanta capacidade pra mentira quando aprendeu na última semana. Capacidade que executou com muita confiança depondo para os investigadores Ricardo e Suzane.
“Então por favor nos diga, quem é que Thomas vai matar agora?”, solicitou a investigadora Suzane a olhando diretamente nos olhos de Clara.
Clara não havia percebido o quão azul eram os olhos de Suzane. Por algum motivo eles pareciam sempre saber a verdade por trás das coisas.
Mas Clara não se intimidou.“Thomas me disse que ele se chama Nathan, não me disse muito sobre ele, somente que planeja mata-lo daqui duas semanas, em um galpão abandonado não muito longe daqui. E a noite, claro”, respondeu Clara, sendo direta.
Ricardo se levantou, andou um pouco de um lado para o outro com a mão na cintura. Era possível ver sua arma, uma pistola de cor prata, presa no coldre por baixo do terno, o que lhe dava um tom ainda mais amaecador.“Ele fica assim quando está pensativo", disse Suzane ao perceber a expressão se dúvida no rosto de Clara.
“Não faz sentido. Sua história não faz sentido, Clara” disse Ricardo ainda em sem olhar para ela “por qual motivo Thomas te diria tudo, menos o nome completo da próxima vítima? Ele disse o local, o dia, mas não quem era”Clara sentiu um peso enorme nos ombros, ela dissera exatamente o que Thomas pediu pra falar. O que aquilo significava? Ela seria pega como cúmplice se a mentira fosse descoberta.
“Eu acho que ele queria me supreender, talvez quisesse ver minha reação ou…”, disse Clara em uma tentativa de não se desmentir, porém foi interrompida pelo investigador.
“Ou talvez ele saiba que está sendo investigado e sabia que nos daria tal informação, garota. Ele disse o local como se fosse uma armadilha para nós”, afirmou Ricardo, precisamente.Clara se perguntou o quão dedutivo ele conseguia ser. Pois havia descoberto tudo. Acabou.
Não era a toa que ele era um investigador. Ela foi tola em achar que era capaz de enganar alguém daquele nível.
O que seria dela agora? Simplemente não sabia o que dizer. Não tinha opção.
Sua vida estaria realmente acabada se isso acontecesse. E agora? O que mais poderia fazer ou dizer?
Era o fim…
O fim…
Foi o que Clara pensou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
MORTO EM COMUM [Original]
Romansa[Esta não é uma história de romance comum] Alguns casais podem dizer que se conheceram por algum amigo, lugar, festa em comum. No caso de Clara e Thomas, este algo "em comum" é um MORTO. Cuidado. Assassinatos em série, manipulação psicológica e uma...