Lilith e Adão, luz e escuridão

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Oh as estrelas... São muitas as que vi iluminar o vasto vácuo cideral. Estas são para mim as coisas mais incriveis que alguém poderia ver.
Por mais que já tenham deixado de existir, sua luz seguirá eternamente a iluminar o vazio universal. Fazendo com que todos que as viram nunca esqueçam de seu legado. Eu sou a estrela que destruirá este céu.

Alguns poderiam repudiar a ideia de estar só em rodeado pelo vasto nada absoluto, apenas envolto por uma pequena nave negra sem se quer poder se movimentar, a qual sua única liberdade se restringe a seguir por qualquer direção em busca de um lar. Mas eu, amo a ideia de vagar por aí em busca do paraíso em que viverei. Você não acha simplesmente estonteante a ideia de ter um lugar para chamar de lar depois de ter viajando ao lado das estrelas por centenas de milhares de anos-luz? Eu simplesmente não tenho palavras para descrever minha gratidão por poder vivenciar está magnífica experiència, de novo e de novo, sem nunca me cansar.

Por fim vejo, depois de tanto tempo imerso no vazio sem fim, um pequeno sistema solar. Este era incomparavelmente menor e mais escasso do que o de onde eu havia engessado de minha viagem. Mas isso apenas tornava-o ainda mais especial para mim. Eu finalmente havia encontrado um lar. O MEU lar.

Me aproximei, e desviei meu curso até o terceiro planeta após o Sol. Era bem pequeno e quente, e não havia quaisquer sinais de vida estranha. Então, abri minha nave e juntamente com minha lança de Cassius e meu destinado evangélio, retirei-me, e me pus a olhar a monótona paisagem que me acercava. Peguei o pequeno livreto talhado em uma espécie de argila castanha, e comecei a moldar, a partir de meu próprio sangue, o que viriam a serem os primeiros anjos.

Contudo, quando havia acabado de criar o décimo sétimo anjo, vi cair do céu uma pequena nave branca.

"Porque, você sempre me busca..." Pensava eu, enquanto via sair de lá o deus do conhecimento. "Lilith..."

Ela então aproxima-se de mim com um estranho semblante errático e amedrontador. — Olá Adão, é realmente satisfatório encontrá-lo aqui. — Diz ela, enquanto aproxima-se ainda mais de mim.

— Nem eu ou você podemos evitar nossa sina. — Eu a dediquei um olhar gentil e condescendente ao dizer tão tortuosas palavras.

— Já vivi em meio ao nada tempo o suficiente para saber que não quero sentir a sensação de solidão nem mais um minuto. — Ela, vagarosamente aproximou seu rosto ao meu, e encarou-me com um olhar frio e profundo. — Vamos, funda-se comigo.
— Esta, então, abaixou-se e pegou algo que estava ao meu lado, quase fazendo com que nossos corpos se tocassem durante este processo.

— Minha lança de Cassius... — Lilith segurou-a com suas duas mãos, e a partiu diante de meus olhos. — Então será assim desta vez...

— Funda-se comigo. — Repetiu a deusa do conhecimento em sua voz fria e profunda, sem desviar seu olhar oblíquo um segundo se quer de meus olhos ternos e convencentes.

—Ainda não, minha querida Lilith. — Corri então até sua nave, e retirei de lá sua lança de Longuinus. — Espere, apenas mais um pouco. — Lilith não alterou sua expressão estóica, se não, contentou-se em mirar-me com atenção.

Estendi a enorme lança escarlate, e a segurando, frente ao meu peito, com todas as forças que me eram herdadas, empurrei-a conta meu próprio corpo.

— Não se preocupe, meu caro Adão, haverá um momento em que teremos a benção de nosso reencontro, e quando chegar o momento, iremos finalmente acabar o quê aqui começou. — Disse ela, com um leve sorriso em seu rosto. — Estarei esperando eternamente por você.

E então, a vi vagar para longe, já com minha visão embasada, enquanto caia no longo hibernar em que eu mesmo me havia posto.

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