MEDIDAS DESESPERADAS!-Armando Scoth Lee-Conto Gay

CAPÍTULO 6-A PRIMEIRA PARTE DO PLANO

"É quando eu percebo que está tudo dando certo que eu fico mais atento!"

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Ângelo assustou-se quando a empregada veio lhe informar que Álvaro o estava esperando.

O patrão esperava o carro particular que o funcionário tinha contratado para levá-lo para o seu isolamento social que lhe devolveria a tão sonhada tranquilidade para lhe dar novo impulso à vida.

_Álvaro? O que faz aqui? Achei que já estava a caminho da casa da sua tia._perguntou o patrão curioso vendo o motorista vir pegar as suas malas.

O funcionário sorriu desconsertado:

_Me desculpe, senhor Ângelo. Parece que deu tudo errado mesmo. O cara ligou pra mim dizendo que o carro deu defeito na última hora e que não poderá levá-lo.

Álvaro havia ligado para a agência que fornecera o serviço e avisara que queria cancelar o carro. Como fora ele mesmo quem contratara o serviço, foi fácil desmarcar. Naquele momento, não importava se mais tarde o patrão viesse a saber que estava sendo enganado. 

O  importante para Álvaro  era colocar o seu   plano em ação.

Ângelo estranhou ao ouvir aquela justificativa.

_Mas ele tem o meu telefone. Confirmou comigo agora de manhã...

Mas Álvaro já tinha pensado em tudo:

_Pois é...ele disse que não conseguiu avisar no seu telefone e como o meu telefone era o segundo que eu tinha deixado para contato...ligou pra mim. 

_Que cara  irresponsável, hein?! Deveria ter se virado pra achar outro carro, claro! Mas e você? Por que não está a caminho da casa da sua tia? Nem me diga que aí se sentiu responsável pela irresponsabilidade do outro e veio cobrir a falta!

Novamente o funcionário já estava com a resposta na ponta da língua:

_Pois é...imagine só. Ela ligou pra mim hoje de manhã, graças a Deus. Eu iria perder a caminhada, acredita? Uma amiga a buscou para fazerem uma viagem, na tentativa dela descansar, se distrair e  se recuperar. Vai ser bom pra ela. Aí decidi eu mesmo levá-lo até a casa pra evitar outros contratempos.

Ângelo viu as malas de Álvaro no carro. O outro apressou-se a justificar:

_Como já estou com as malas arrumadas, decidi ir pra casa de um primo que vive me chamando pra ir visitá-lo. Deixo o senhor lá e volto pra casa do meu primo._sorriu gentilmente.

O patrão teve que reconhecer que o funcionário realmente era prestativo. 

(Mais tarde  ele perceberia que toda aquela mentira que iria mudar a sua vida pra sempre começara ali.)

_Mas eu vou pagar sua hora extra...faço questão. Espero que a casa do seu primo não seja tão fora de mão, porque aí vai perder mais tempo da sua folga. Se precisar de mais alguns dias, fique à vontade, claro.

Álvaro apressou-se a completar:

_Não, sem problema. Tranquilo...vai dar tudo certo, senhor Ângelo!

O funcionário já havia arrumado tudo dentro do carro e agora convidava o patrão, que já estava posicionado na porta de trás do automóvel, para entrar.

_Seu primo está te esperando?_perguntou o patrão tentando ser simpático e puxar assunto.

Álvaro manobrava para sair da casa e pegar a estrada e imaginou que travariam um diálogo amigável durante o longo trajeto.