Estava pronta para ir até o aeroporto. Estava pronta para ir embora e não voltar nunca mais nesse lugar.
Desci com as malas até a sala, onde meu pai me esperava.— Tem certeza de que não quer que eu vá com você até o aeroporto? — perguntou. Seu semblante estava triste e abatido.
— Tenho. — respondi.
— Saiba que essa casa é sua e estará sempre de portas abertas caso queira voltar. — deu um sorriso fraco.
— Eu acho que isso não vai acontecer, mas obrigada. Obrigada pelo apoio. — estava tentando me manter com postura.
— Filha, saiba que eu sempre vou amar você. — seus olhos estavam lacrimejando.
— É bom ouvir isso. Se cuida, tá legal? — segurei firme a minha mala.
— Você se cuida também. — disse. Ele me deu um abraço repentino — Fique bem.
— Vou ficar.
Nos afastamos e saí pela porta. O motorista já estava me esperando. Ele colocou a mala no porta-mala e abriu a porta para que eu entrasse. Seguimos caminho até o aeroporto. Meu pai comprou de primeira classe de novo. Não deveria ter se incomodado com isso.
Pela janela do carro, fiquei observando cada parte dessa cidade que ficava para trás. Aqui nunca foi o meu lugar. Não deveria nem ter insistido. Passamos em frente ao Room's. Meus olhos queriam chorar, ali naquele lugar ocorreu tantas risadas, tantas coisas e agora elas só ficarão na memória. Segurei firme, não iria chorar. Aguentaria tudo com muito força. Não tive mais notícias de Lauren e nem de Becky, não sei o que aconteceu com eles e provavelmente nunca vou saber. Estou indo embora para nunca mais voltar. Nunca.
Chegamos ao aeroporto, finalmente. O motorista tirou a mala do porta-mala e me entregou. Não demorei muito e entrei para dentro do aeroporto, não queria esperar nem mais um segundo para dar o fora dali.
Fiz o meu check-in. Ainda faltava um pouco para o meu embarque. Só alguns minutos.
Ontem de noite, liguei para a minha tia Addison. Ela disse que seria uma honra me receber em sua casa. Ela tem dois filhos, só que nenhum mora com ela. Ela gostou da ideia de ter uma companhia.
A Flórida sempre foi o meu lugar. Vir para Los Angeles foi um grande desperdício.
Continuei seguindo até a escada rolante, porque o embarque era no segundo andar. Quando me aproximei dela, ouvi alguém chamar o meu nome e então me virei.
— Header! — era Christian. Ele estava com uma cara péssima, parecia que não tinha dormido.
— O que você quer? — perguntei seca.
— Que você fique. — ele falou com os olhos quase chorando.
— Perdeu o seu tempo vindo aqui. — falei.
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Mesma Sintonia
RomansaHeader vivia a sua típica vida adolescente, sem muitas emoções, na Flórida, junto à sua mãe. As circunstâncias a obriga ir morar com o pai em Los Angeles, um empresário renomado. Ele, no entanto, está namorando uma modelo muito famosa e que tem um f...