Substituto Perfeito • pjm + jjk

1. Má Sorte

                #mistersantinho

                         🐥🐰

Seoul, 12/11/2018        03:43

Respirei fundo, controlando a respiração. Meu corpo se movia de acordo com a música, e eu estava elétrico. O suor descia pela minha bochecha, e as pontas da minha franja estavam grudadas na minha testa. A batida foi diminuindo, e eu fui tirando o cabelo negro de meus olhos; a casa estava lotada. Pessoas dançavam praticamente fundidas umas às outras, e muitas estavam com peças de roupa faltando. Alguma música do Marshmello começava a tocar, mas eu só queria sair desse mar infinito de corpos, que pareciam nunca ter visto pele na vida e estavam aproveitando a oportunidade. Meu coração estava acelerado, e eu precisava urgentemente de uma bebida. Nenhum ser humano conseguiria ficar totalmente sóbrio em uma situação dessa. Olhei para os lados, tentando encontrar uma rota de fuga; eu só queria sair do calor. A concentração de pessoas em um mesmo local pode ser mais quente que o deserto de dia, ou tão quente quanto, e olhe que eu não estou exagerando.

Comecei a me mover para a área dos banheiros; a fila não estava cheia, e com certeza tinha menos pessoas que a pista de dança. As pessoas esbarravam e caíam em cima de mim, pisoteando meus pés e me dando uma futura dor de cabeça para limpar meus sapatos — pelos deuses, eram coturnos pretos mas mesmo assim dava um trabalhão do caralho para limpar. "Fazer o Jimin sofrer" deveria ser a função de Hoseok — aniversariante da noite e dono dessa festa que tem mais de quinhentos seres humanos. Estou aqui desde as oito da noite organizando as coisas para o aniversário do meu melhor amigo — ou melhor, um dos meus melhores amigos, porque se o Taehyung lesse isso, ficaria puto da vida por ser excluído, já que o Namjoon era o mais racional.

Estes provavelmente estavam dançando, senão comendo ou até mesmo se pegando com outras pessoas. Meu círculo de amigos não são um bando de animais, mas chegam bem perto de um. 

Sacudi minha regata branca, que já estava transparente pelo suor, quando finalmente consegui chegar na área dos banheiros, com muita dificuldade. Entrei no masculino; eram vários mictórios, e a maioria estava ocupada. Me aproximei de uma das pias e liguei a água, fazendo conchinha com a mão e jogando a água no meu rosto, que já estava sem maquiagem nenhuma, e espalhei até o pescoço. Levei minhas mãos molhadas até meu cabelo e os coloquei para trás; chega de cabelo molhado na testa. Arrumei meus fios castanho escuro e me avaliei no espelho.

Meus lábios carnudos estavam avermelhados, as bochechas vermelhas e as orelhas também, estas que estavam adornadas com brincos e piercings. A tatuagem em minhas costelas estava à mostra pela regata, e meus braços definidos estavam totalmente visíveis. A peça de roupa grudava em minha pele, se moldando aos músculos de meu abdômen. A calça skinny preta revelava os contornos da minha perna e, dizem as más e boas línguas, destacava minha bunda.

Sequei minhas mãos e meu rosto, agora com não mais calor, e abandonei o banheiro azul, bege e dourado da casa de meu amigo. Agora tocava uma música antiga do One Direction, e fui balançando a cabeça ao ritmo da música enquanto caminhava até a área das bebidas. Garotas e garotos que passavam por mim às vezes flertavam descaradamente, ou apenas piscavam e lançavam sorrisinhos. Eu, é claro, retribuía todos. Hoje à noite eu só quero me divertir e aproveitar; é o meu primeiro dia de férias, aliás. Eu amo meu curso, Dança e Cinema, mas o segundo semestre é sempre cansativo, afinal de contas.

Sentei-me em um dos bancos disponíveis da bancada, onde os baristas faziam as bebidas. Apoiei os cotovelos sobre o mármore gelado, me debruçando sobre o balcão, sorrindo para a moça que iria me atender quando ela se virou para mim.

— Oi... ? — Lancei-lhe um olhar curioso.

—  Giwon — A garota colocou um copo no balcão, me esperando dizer o que eu iria querer.