2. Mediterrâneo

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Notas da Autora

gente KKKKKKKKK desculpa mesmo, mas eu alterei o final, então se você já leu esse capítulo antes das alterações, peço que leia o final. Obrigada, amo vocês.

#mistersantinho

🐥🐰

Senti o ar preencher meus pulmões, enquanto eu fechava os olhos com força e os abria novamente, em um ciclo lento. Inflei minhas bochechas com ar, e soltei sem demora. Minha mão, que tinha a palma um pouco vermelha de nervosismo — algo incomum que se acometia estranhamente à mim —, estava apoiada em minha bochecha. Fitei minhas pernas cruzadas no chão do banheiro, este frio e em muito boas condições de higiene, mesmo que fosse o banheiro masculino de uma faculdade famosa de Seul.

Banheiro masculino de uma faculdade. A faculdade de meu irmão.

Tudo tinha ido incrivelmente bem, para começo de conversa. Eu tinha acordado no horário certo, pegado as coisas importantes, levado algumas roupas e o necessário para o apartamento de Jinwook e até me arrumado consideravelmente bem. Qual é? Eu podia ser um libertino às vezes, mas eu sabia me vestir. Eu não sou um completo desnaturado, fala sério.

Balancei a cabeça para os lados, decidindo me levantar e ser o Park Jimin de sempre; descontraído, leve e risonho, e não um adulto medroso depois de ter visto um de seus intermináveis casos de uma noite. Eu não teria ficado assim se a garota não fosse uma das amigas da criança número 2 e conseguisse me reconhecer mesmo que eu tivesse uma cauda e escamas.

A criança número 2, a qual eu me referia, era Kim Seokjin, um dos três mosqueteiros, fiel escudeiro do meu gêmeo.

Peguei impulso, ficando ereto na cabine, depois de ficar sentado por uns bons cinco minutos.

A garota não era uma daquelas stalkers loucas que querem algo a mais do que só algumas horas de prazer, mas no breve período de tempo que tive a chance de conhecê-la, soube que Myun Bomgyu era extremamente inteligente e perspicaz, e reconhecia alguém de longe, só pelo jeito que a pessoa se movimentava. Além do mais, era a apresentadora do jornal da faculdade, e estava por dentro de todos os acontecimentos. A garota nunca perdia uma festa. Odiava ser a última, ou até mesmo a segunda a saber das coisas, e estava sempre atenta à qualquer deslize que um mísero estudante desse.

Ela já havia dormido comigo. A ideia de que alguém que me conhecia era amiga de uma das Três Espiãs Demais, senão de todas elas ou até mesmo de meu irmão não passou por minha cabeça, e com certeza não era uma alternativa que eu tinha cogitado antes de dormir.

Se eu tinha dormido com a jovem e ela conhecia meu irmão, significa que ele teve que explicar sobre a minha existência para ela, o que com certeza significa que ela sabe que meu irmão tem um gêmeo, e esse ser em questão sou eu. Tudo isso aponta que, se ela me reconhecer e contar para os meninos que na verdade meu nome é Jimin e eu não sou quem eles acham que eu sou, eu vou ter que explicar tudo o que o Park mais velho não queria explicar, e vai dar uma grande merda.

E eu não sou muito do tipo que é capaz de consertar as coisas.

Se ela descobrir, eu posso falar com ela e pedir para ela guardar segredo, não é? Mas um segredo só é bem guardado se apenas uma pessoa sabe sobre ele.

Se a velha senhora Do soubesse de tudo o que aconteceu nessas vinte e quatro horas, ela me daria um pote de sorvete para me distrair. Como a minha vizinha já dizia: "É impossível um dia começar bem e terminar bem sem que coisas inesperadas aconteçam no meio, Jiminnie. Não podemos evitar as coisas, criança".

Substituto Perfeito  •  pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora