Tinha olhos mas não pude ver
Liberdade? Até tive.
Sobre tudo eu não sei.
Momentos bons desperdicei.
Estive preso em todo o tempo.
Nas correntes viciosas da rotina.
Sozinho no mar da vida
Mas rodeado de amigos.
Muitos me disseram: Avante.
Não escutei.
Viví? Não... Eu existi.
Derramei lágrimas, sozinho no meu quarto.
Enquanto minha caneta sangrava.
Não pude ver. Não... não quis ver.
E quando finalmente abri os olhos...
Percebi que me libertava no momento em que morria.
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