O Eu Lírico em mim

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O vazio existencial, que transcendia
os limites de meu delírio repentino, tinha nome.
O pobre homem de 1998 chamado Myke
chorava toda noite, lamentando a maldição que
lhe fora imposta, e querendo mudar.

Porque nasci assim, meu Deus? __ perguntava meu coração, durante as madrugadas.
Sou eu quem mais choro.
Sou eu quem mais sinto.
Ela está lá, chorando também?

Meu coração feito de rosas, ardia em meu peito.
E eu queria renovar meu espírito.
queria ser outra pessoa. Poderia ser?
Ser o homem duro, corajoso, que não ama.
Ser o homem fiel, certo mas que não se entrega.

Quem dera eu exalase rochas.
Quem dera o hormônio do amor, estivesse em falta.
Mas como ser? Se sou eu quem chora...
Se sou eu quem sofre, e sente com maior intensidade?
Como ser o ser que não sou?

Madrugadas não findas.
Lágrimas derramadas
Solidões solitárias, que não caminham sozinhas.
Pensamentos que aniquilam
Tudo, me levou a resposta, na ponta do pensar.

Vi que não sou o fraco da história.
Muito menos o coitado amaldiçoado.
Era só um Eu, escondido em mim, lutando para sair.
Eu não era o sofredor vil das madrugadas
Eu era só um Eu Lírico que acabara de nascer.

Viva ao Vosso VersoOnde histórias criam vida. Descubra agora