Lamento do mundo no coração inerte do poeta

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Foi num passado recente.
Aquela militancia incansável.
Levantei a bandeira e me fiz aliado dos conspiradores.

Foi num passado recente.
Aquele delírio de prazer.
Entre mãos dadas e pés entrelaçados
na noite chuvosa, quando dois tornam-se um.

Foi num passado recente.
Aquele brado de revolução
contra a tirania do Android 17.
E a esperança e a disposição era
tudo que eu tinha.

Foi num passado recente.
Aquela poesia de amor
que está eternizada no livro
e que sou covarde demais para joga-la
na fogueira.

É aqui no presente, essa covardia.
Onde tudo que eu vejo é um mundo sem saída.
Já não tenho militancia, já não tenho amor, já não
tenho coragem.
Tudo que tenho é um papel, uma caneta
e o lamento do mundo a ponto de explodir
em meu peito.

Viva ao Vosso VersoOnde histórias criam vida. Descubra agora