Corações de Van Gogh

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De pé sobre o ródano
Ouvindo os altos mares estrelados.
Os eternos campos de girassóis
Me martelando e zunindo
No movimento do vai e volta.

Meu céu é laranja
Minha terra, azul e violeta.
São as cores que eu vejo... Não!
Eu as desvejo! Eu não me perco
No mistério do mistério do ródano.
Com o meu desgastado pincel
Louco, pintando uma estrela.

Eu digo estar em uma ponte
Feita de óleo e sentimentos,
Mas manchado de vermelho
Dentre as flores que me fazem
Muchar e morrer.
Caindo sobre o ródano.

A minha tristeza é inexata
E dura desde o dia em que nasci
Dura desde sempre para sempre
Nos pingos estrelados.
Está agarrada na Lua do ródano.

Eu sou o ródano?
Eu estou no ródano!
O ródano fez-me reagir!
Fico Lhe gritando "Au revoir"
Te chamando, perseguindo
Calado, socorro, me ajude
Me ouça!

Desculpa por aquelas noites
Que te fiz querer morrer.
Ainda me alegro? Dou presentes?
Só choro, grito? Me leva a sério?
A minha tristeza durará para sempre!
Não importa o que você faça,
A minha tristeza durará para sempre!
Não me leve para o ródano!

Sou um barco de fotografias
Navegando pelas águas sombrias
Avistando, na areia, a felicidade
Nunca podendo alcançá-la;
Nunca podendo retornar e ver
O maldito ródano que me fez
Esconder-me diante as árvores.

Essa é a minha última frase
Seguida de um último tempo
Antes de flores desabrocharem.
Do sair da minha personalidade
Por onde ainda a tinha.

Digo boa noite e boa sorte,
Sonhe com as estrelas
Que nada dizem, nada fazem
Tudo olham, jamais reagem.
Guardadas nos meus vasos
Nos corações de Van Gogh.

Euphoria (Disphoria)Where stories live. Discover now