Máscara

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Ela – ou, devo eu dizer – Ele
Vive numa gaiola de ossos
E já desistiu de tentar abrir o cadeado.
Já não se entende.
Já não se traduz.
E se lê como algo inexistente.
Pois é inexistente, em tal ponto.
Invisível, não consegue se ver.
Sendo enganado pelo próprio espelho,
Todas as manhãs remendando os
Pedaços do seu rosto quebrado.
Pois ele se quebra.
Pois ele é um vaso.
A única forma mutável é se quebrar.
Mas remendar-se. Criar algo
Estranho, constrangedor.
Um tipo contemporâneo de arte.
E ele mal sabe desenhar, pintar.
Mas se quebra.
Mas não sabe remendar.

Euphoria (Disphoria)Where stories live. Discover now