Um Híbrido no trabalho

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- Como assim eu tenho que ir trabalhar com você?

- Eu não posso deixá-lo aqui sozinho, Jimin.

- Mas eu não tenho nada para fazer lá.

- E aqui muito menos! - Revirei os olhos. - Olha, eu vou acabar me metendo em enormes problemas se alguém descobrir você aqui.

- É só me jogar pra fora então.

- Não é assim que funciona! - Puxei suas orelhas em repreensão. - Eu não sou uma garota sem coração que abandona as pessoas assim!

- Mas você pode ser demitida por me levar!

- Não se você for como um cliente. - O sentei no sofá e coloquei as mãos na cintura, pensativa. - Você pode ficar sentadinho lá. Me esperando terminar o expediente.

- Vou poder comer?

- Claro, o quanto você quiser.

- Não sei se é uma boa idéia, S/N.

- Ficar aqui sozinho que não é. - Sentei-me ao seu lado e segurei uma de suas mãos. - Vamos, confie em mim.

- Você quer mesmo cuidar de mim?

- Você ainda não estaria aqui se eu não quisesse.

Seus olhos brilharam e ele sorriu para mim, fechando os olhinhos. Senti uma baita vontade de mordê-lo, mas me segurei. Eu acabaria o assustando se fizesse isso. A questão era que eu estava com muito medo de deixá-lo aqui, todo solitário. Híbridos são muito carentes e ele já sofreu demais naquele Cantil idiota.

Eu nem sei até que horas ficaria no trabalho e temia o que poderia acontecer na minha ausência. As opções eram múltiplas: ele poderia fugir, ser descoberto e até mesmo se machucar na cozinha com algum objeto cortante.

Fico preocupada só de pensar.

- Então, o que eu tenho que fazer?

- Apenas tente se comportar como uma pessoa normal.

- E como eu faço isso? - Me olhou curioso, balançando as orelhinhas para lá e para cá. - Não sei nem comer direito. E se aparecer algum cachorro?

- Eu estarei lá.

- Você promete? - Ficou de frente para mim, com os braços cruzados e a expressão séria. - Não vai poder descumprir se prometer.

- Prometo de dedinho. - Levantei o dedo mindinho para ele. Ele enlaçou o dele com o meu e sorriu, contente. - Se eu descumprir, terei que arrancá-lo fora.

- Credo!

- Isso também vale pra você.

- Se depender de mim, ele ficará intacto. Não quero ir embora.

- Isso me deixa feliz.

- Sério? - Arqueou as sobrancelhas. - Você gosta mesmo de mim aqui?

- Você é a minha companhia.

- S/N. - Aproximou-se, perto o suficiente para me deixar sem graça. - Você quer ser minha Dona?

Engulo em seco.

- Dona? - Fiquei sem graça com o seu contato visual. - Tem noção do que isso significa, Jimin?

- Tenho. - Assentiu ele. - Já que você quer cuidar de mim, nada mais justo do que eu ser o seu animal de estimação.

- Mas você não é um animal para mim. - Toquei o lado direito do seu rosto, bem devagar. - Você é mais humano do que muitas pessoas por aí.

- O que isso quer dizer?

Um Gato em minha vida | Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora