Um Gato em minha vida | Park Jimin

Indiferença

- Essa blusa fica muito bem em você. - Dobrei a gola de sua blusa, a ajeitando. - Tudo fica bem em você.

- Obrigado.

- Desfile pra mim te ver melhor.

Me joguei em uma das poltronas da loja, olhando para ele com um sorriso divertido. Ele ficou um pouco tímido, mas isso não o impediu de colocar as mãos na cintura e fazer daquele pequeno espaço sua passarela. Cai na risada com as suas caras e bocas divertidas e engraçadas. Ele trocou de roupa várias vezes, enquanto fazia graça. Avaliei os trajes de um a dez como uma boa jurada.

- Que tal essa? - Perguntou ele, dando uma giradinha. - Nunca usei terno.

- Nada de ternos. -Fui até ele e segurei as duas pontas da gravata, a qual ele ainda não tinha dado nó. - Você não é nenhum CEO.

- E nem quero ser. Eles são tão chatos e egoístas.

- Pois é. E também isso nem combina com você.

- Por que não?

- Porque você é muito fofo! - Apertei suas bochechas. - Agora vá se trocar de novo.

- Agora mesmo, Srta. Louca.

Juntei todas as roupas que ele experimentou, escolhi a melhor delas e dei para uma das vendedoras. Eu havia acordado bem cedo esta manhã, com Jimin dormindo praticamente encima de mim. Tive que controlar a minha vontade de tocá-lo, mas não foi nada fácil. Dormir com ele na minha cama, não estava dando muito certo e isso teria que mudar. Eu só não sabia como dizer isso a ele. Ele é um homem lindo, carinhoso, fofo e companheiro. Não seria nenhuma novidade se eu acabasse gostando dele.

Qualquer garota se apaixonaria por ele facilmente, sem nenhum esforço. Eu não queria fazer parte disso. Não queria me apaixonar por um Híbrido. Qual é, eu mal o conhecia. Tudo o que eu sabia, era que ele fugiu de um Cantil a onde era maltratado e que deixou um amigo para trás. Mas mesmo assim, eu queria que ele continuasse comigo. Não sei o que eu faria se alguém viesse tirá-lo de mim. Não quero perdê-lo, mas também não quero me apaixonar e muito menos que ele se apaixone por alguém. Era estranho pensar nessas coisas, mas era a verdade.

- Nós já vamos embora? - Perguntou ele, ao sair do provador. - Tô com fome.

- Que tal irmos até o Burguer King?

- O que é isso?

- Lá vendem hambúrgueres gordurosos, mas são muito bons!

- Parece ótimo!

- Sim. Me espere aqui, eu já volto.

Fui até a balconista e paguei todas as roupas, vinte no total. É pouco, mas dava para o gasto por enquanto. Eu não queria comprar roupas de baixa qualidade para o Jimin, então gastei quase todas as minhas economias com isso. Ele estava feliz e parecia se divertir muito, o que enchia o meu coração de felicidade. Deixei que ele viesse sem touca, exibindo suas orelhas. Não havia ninguém da minha família aqui, então não tinha perigo nenhum em alguém saber o que ele era.

Ninguém chegaria perto dele, pois eu não deixaria.

Deixamos a loja de mãos dadas, indo em direção a praça de alimentação. Ele pediu para carregar as sacolas, enquanto conversávamos sobre diversas coisas aleatórias. Ele ficou com medo de usar a escada rolante, mas acabou subindo depois de tantas insistências. Foi engraçado. Jimin parecia uma criança medrosa agindo assim. Ele segurava o corrimão, pálido. Segurei suas mãos para tranquizá-lo, ma não foi o suficiente, já que ele acabou me abraçando e enterrando a cabeça no meu pescoço. Congelei no lugar. E nós teríamos caído lá embaixo, se eu não tivesse me afastado e o puxado para fora, quando finalmente chegamos ao nosso destino.