Eu te amo

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- Eu não sabia que crianças como você também poderiam ser um monstro. - Falei enquanto caminhávamos. - Pensei que você fosse um menino doce e gentil.

- Não se preocupe. - Caminhou na minha frente. - Você não é o primeiro que me chama de monstro.

Engoli em seco.

- Mas eu me preocupei de verdade com você. Eu realmente quis te ajudar e agora eu descubro que você é filho do meu pior inimigo! - Gelei ao me recordar daquelas sessões de tortura. - O Jay é uma pessoa horrível!

- É, mas ele ainda é o meu pai. E pelo menos eu tenho um ao contrário de você. - Falou friamente. - Eu não sou como as outras crianças Jimin, mas eu sinceramente não me importo com isso. Eu faço o que o meu pai manda, tento me divertir nessas situações e sou muito bem recompensado depois disso.

- Bem recompensado?

- Sim.

- Com? - Perguntei.

- Com o que eu quiser.

- Entendi.

Ainda era difícil acreditar que uma simples criança poderia agir assim, tão friamente. Ele nunca foi abandonado, nunca perdeu os pais, nunca ficou triste de verdade. Jay já deveria estar me perseguindo já a um bom tempo e quando me viu tão mal e vulnerável naquela maldita praça, mandou o filho dele até mim. Eu não sabia muito bem o que ele pretendia com isso, mas pra chegar até a sequestrar a minha namorada, boa coisa não era.

Pelas informações do Namjoon, o Cantil havia sido invadido e interditado pela a polícia. Os Híbridos de lá também já haviam sido soltos e os criminosos foram colocados atrás das grandes. Mas se Jay ainda estava a solta por aí, quer dizer que fugiu da prisão ou pior, talvez ele nunca nem tenha entrado nela. É claro que ele deve nos odiar, afinal, foi por nossa culpa que o Império de merda dele foi destruído.

- Será que você poderia ligar para o seu pai? Eu só quero me certificar de que ele não faça mal algum a minha garota. - Era com ela que eu estava preocupado. - Eu não me importo de ficar com ele, não me importo de ser ferido ou que acabe morto no final, eu só quero que ela esteja bem.

- Que melancólico! - Zombou ele. - Bem que o papai avisou que vocês Híbridos são muito pegajosos! - Riu novamente. - E ele não vai matar a sua namoradinha. Se esse fosse o plano dele, ele já teria feito isso a muito tempo.

- Então o que ele quer? - Exigi saber. - E pra onde você está me levando?

Nós já estávamos caminhando em um bairro sem saída a quase uma hora. Quase ninguém passava por aqui e quando passavam, era carregando alguma arma na cintura. Acho que nós estávamos em uma espécie daqueles bairros perigosos e mal frequentados pela a polícia, mas conhecidos como um "lugar da pesada" ou "favela".

- Para onde o papai me pediu. - Andamos por alguns minutos em silêncio, até que ele parou perto de um beco e um carro se estacionou bem do nosso lado. - Bom, nós nos pedimos por aqui. Espero que você se lembre de mim, seu animalzinho. - Apontou para a minha mão machucada e enfaixada. - Talvez isso fique com algumas cicatrizes.

- Espera! - O segurei pelo o braço. - Aonde você vai? Aonde está a minha namorada? Você não pode me deixar aqui sozinho!

- Posso e vou.

- Mas por que? - Falei confuso. - Eu pensei que o desgraçado do seu pai queria me ver!

- Mudança de planos. - Abriu a porta do carro. Há um homem velho no volante. - Bom, até nunca mais. - Se sentou no banco e abriu as janelas para me olhar. - Te desejo sorte.

Um Gato em minha vida | Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora