Visita Inesperada

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Acordei cedo para fazer café.

Deixei Jimin dormindo na minha cama. Tive uma noite tranquila e agradável, mas me assustei quando acordei de madrugada e o encontrei abraçado ao meu corpo. Seus cabelos cobriam seus olhos e ele roncava, balançando as orelhas de um lado para o outro. Era estranho ter alguém na minha cama, ainda mais quando se tratava de um homem assim tão bonito. Eu tinha que dar um jeito nele, não poderia simplesmente deixá-lo morando na minha casa assim. Merda.

Mais tarde preciso trabalhar.

Aonde diabos eu o deixaria?

Bufei, frustrada e quase queimei as panquecas. Coloquei tudo em um prato e arrumei a mesa. Eu havia ido a padaria mais cedo e comprado diversas coisas, pois não sabia o que ele gostaria de comer. Sei que era mais fácil acordá-lo para perguntar, mas ele estava dormindo tão belo e tranquilo, que acordá-lo seria um pecado. Acabei não resistindo e tirei algumas foto dele.

- Bom dia.

Levei um susto, ao vê-lo escorado na porta da cozinha.

- Bom dia. Está com fome?

- Um pouco.

- Tem panquecas, ovos com bacon, bolo e... - Fui apontado para os itens, enquanto ele se sentava. - Pães e também comprei uma caixa de cereais. Você gosta?

- Não costumo comer essas coisas durante a manhã.

- E o que você come? - Não acredito que comprei tudo isso atoa. - Eu compro para você.

- Eu não como nada.

- Como assim?

- Ontem foi o único dia em que fiz uma refeição decente.

Meu coração dói.

- Não te alimentavam no Cantil?

- Sim, mas eram apenas sobras e eu ainda tinha que dividir com os outros Híbridos.

Sinto raiva só de imaginar.

- Não pense mais nisso. - Sorri para ele. - Aqui você pode comer tudo o que quiser.

- Sério? - Seus olhos brilharam. - Eu posso comer tudo isso mesmo?

- Sim, eu comprei para você.

- Nem sei o que dizer.

Desviou o olhar, tímido.

- Não diga nada, apenas coma. - Coloquei um prato á sua frente e o entreguei um garfo. - Toma.

Ele rejeitou o garfo e devorou as panquecas em sua frente, de cabeça abaixada, comendo como um gato. Fiquei surpresa, mas não reclamei. O importante é que ele se alimente, não estou nem ai se ele sujar toda a minha cozinha depois. Peguei uma tigela no armário, adicionei leite e cereal de chocolate. Coloquei na sua frente. Ele me olhou com a boca toda suja de molho, os olhinhos brilhando de felicidade e as orelhas balançando, como sempre.

- Espero que goste de cereais.

- Eu nunca comi isso.

- É gostoso, experimente. - Achei graça quando ele praticamente afundou a cara na tigela, tomando o leite como um gato. - Se quiser mais, é só pegar.

- Isso é muito bom!

O observei comer mais uma tigela de cereais e alguns pedacinhos de pães. Peguei um pano encima da minha mesa e fui até ele, virando a sua cadeira de frente para mim.

Ele estava todo sujo.

- Vem cá, deixa eu limpar você.

- Me sujei tanto assim?

Um Gato em minha vida | Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora