Red roses

Sua metade

Senti dedos tocando as minhas madeixas, logo indo para o meu rosto. Acordei assustado por algum motivo, vendo apenas uma pessoa a minha frente com o rosto inteiro preto, não conseguia ver nada.

O meu quarto estava estranho, ele parecia cheio de cores e decorações que eu não lembrava ter colocado. No momento que a pessoa falou comigo ouvi a voz do Tobi, não consegui me concentrar no que ele estava falando.

Parecia abafado.

Tentei falar, mas minha voz não saiu e por algum motivo eu vi Tobi me dando um beijo...

×

Me sentei com tudo na cama, batendo a minha cabeça em uma pessoa que estava perto de mim.

— Poxa, senpai! Você me chama e ainda me recebe com uma cabeçada — Reclamou, esfregando a cabeça.

Era um sonho... Um sonho que a minha dupla me beijava. Isso só podia ser brincadeira com a minha cara.

— E-eu não te chamei! — Puxei o meu cobertor mais para mim.

— Eu entrei para te acordar e você falou "Tobi" — A minha cabeça explodiu na minha imaginação, de tanta vergonha que eu sentia. — Deidara senpai? — O olhei envergonhado. — Você tava sonhando comigo?

Mordi o lábio nervoso, mas me contive antes de surtar. Ele ficou com a cabeça torta para um lado.

Pense em algo Deidara...

Isso!

— Sim, eu sonhei que... Eu te metia um soco por me acordar — Ele se encolheu, afastando aos poucos. — Nem tente me acordar de novo!

— Certo, certo... Fique sossegado — Parecia realmente com medo de mim. — Precisamos voltar a encontrar a besta de três caudas.

— Tudo bem, eu vou me arrumar — Levantei, com a intenção de me arrumar, mas Tobi ficou ali.

Eu não conseguia saber para onde ele estava olhando, aquela máscara me deixava aflito.

— Tobi? — Perguntei, tomando sua atenção. — Você não vai sair? Eu quero me arrumar. — Demorou para o maior se tocar, então ele saiu e fiquei ainda confuso com a sua distração.

Não demorei muito para me arrumar, então sai do quarto de encontro com a minha dupla. Ele já estava lá fora faz um tempo me esperando para sair, assim que nos encontramos seguimos caminho.

Desta vez não fomos andando, e sim, com uma das minhas artes voadoras de argila. A única coisa que me irritava era o fato de que Tobi não sabia se equilibrar direito e sempre acaba gritando.

O que realmente me deixou fascinado, foi a felicidade na voz dele em me dizer que havia conseguido ficar em cima da minha argila. Ele me chamava de Deidara senpai sempre, mas só agora eu estava notando o quanto esse simples costume dele, me deixava feliz.

Eu odiaria um dia não ouvir pelo menos uma vez ele me chamar de Deidara senpai.

Ficamos um bom tempo atrás dessa besta, mas não tinha nenhum sinal dela. Resolvemos parar em uma floresta para dar um descanso.

— Eu não achei que iria ser tão difícil achar uma simples besta — Armei a minha cama na grama, enquanto o mais alto fazia uma fogueira para nós manter quente.

— Não é uma simples besta — Me sentei perto dele, soltando o meu cabelo.

— Mas Hidan e Kakuzu ficaram com as bestas com mais caudas — Ele se sentou também. Suspirei.

— Continuam sendo bestas — Olhei para a sua máscara.

— Por que você não me mostra seu rosto? — Joguei a cabeça para o lado, fazendo Tobi suspirar um pouco assustado.

— Não — Respondeu simplista.

— Por favor~

Pela primeira vez fui manhoso com ele, sentindo um certo choque na sua reação. Sorri pequeno.

— Se eu te mostrar só um lado, você não fica pedindo mais depois? — Concordei com a cabeça, era melhor do que nada.

No momento em que ele tocou na máscara, meu coração disparou em um ritmo surreal. Ele moveu para o lado direito, mostrando um rosto muito pálido e lábios... Lindos.

Fiquei encarando aquela metade do sei rosto, mesmo que só desse para ver seu nariz e lábios. Já que seu olho era coberto por uma faixa preta, ele sorriu de repente.

— Você tá bem? — Balancei a cabeça, saindo do transe de olhar para aquela boca.

— Sim, eu não pensei que essa parte do seu rosto já fosse tão belo — Ele levantou a faixa preta, olhando para mim com aqueles olhos extremamente pretos.

— Você sabia que é uma graça com os cabelos soltos assim? — Se aproximou, tocando nas pontas dos meus fios loiros.

— Para com isso — O empurrei pelo nariz com o indicador. — Enfim, vamos dormir — Iria me levantar quando o rapaz me puxou de novo, só que dessa vez muito mais perto do que antes.

— Boa noite, senpai — Vi os seus lábios se mexendo ao me chamar daquilo que eu tanto gostava.

Me segurei ao máximo, me levantando e respirando fundo.

— Boa noite, Tobi.