Sentimentos

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Fiquei vendo a cortina do meu quarto balançar com o vento, a lua estava clareando o meu quarto porque estava em sua fase cheia. Levantei, me olhando no espelho e arrumando o meu cabelo, eu o odiava deixar enrolado e cheio de volume.

No momento que eu estava arrumando o cabelo, Tobi entrou no meu quarto atravessando a porta. Me assustei e só não cai no chão, porque o moreno foi mais rápido e segurou a minha mão, me trazendo para perto de si.

E novamente meu coração acelerou.

Mas só consegui reagir dando um tabefe na cabeça de Tobi, que entrou no meu quarto sem permissão.

— NÃO ENTRE NO MEU QUARTO ASSIM, TOBI! — Gritei, franzindo o cenho, furioso.

O garoto esfregou a cabeça, se afastando de mim. Resmungando de dor, já que eu não tinha piedade de bater nele sempre que me assustava.

— Eu achei que já estava dormindo, senpai! — Respondeu, estendendo a mão para mim. — Pain-sama quer falar com você.

— Avisa ele que eu não vou — Cruzei os braços e dei de costas para Tobi, indo deitar na minha cama novamente. Quando cheguei perto de deitar, o mais alto me segurou pelas pernas e me colocou no ombro. — TOBI, EU VOU EXPLODIR VOCÊ SE NÃO ME SOLTAR AGORA!

Me bati no seu ombro, querendo apenas meter um chute nesse garoto. Por que ele era tão resistente? E por que ele sempre dava um jeito de me tocar?

— ME SOLTA AGORA! — Gritei mais uma vez, assim Tobi me deixou no chão e continuou me segurando.

— Não grite, Deidara senpai! — Tentei me soltar, sendo em vão. No momento que eu consegui soltar uma das minhas mãos, o maior segurou o meu braço e empurrou as minhas costas contra o seu peitoral. — Se gritar mais uma vez eu te levo conversar com o Pain — Fiquei estático, sentindo um arrepio na minha espinha de ter o corpo quente de Tobi perto de mim.

Eu não conseguia me mover e nem falar nada, aquela sensação era extremamente boa, mas me deixava em choque por ser boa. A minha única vontade era de virar e meter um soco nele por me fazer sentir isso, mas o jeito que ele segurava tanto o meu braço, como me prendia contra o seu corpo, me fazia perder a raiva e só sobrar espaço para uma vontade de abraçá-lo.

Para continuar acabando com toda a minha sanidade, ele me virou e provavelmente ficou me encarando pelo buraco da máscara.

— Ele só queria te dar mais sermão por me trazer machucado, mas eu não queria, aliás fui eu que entrei na frente — Senti o meu rosto esquentar. — Não queria que você se machucasse... Mesmo que me odeie — Falou calmamente, e foi nesse momento que eu notei o quanto sou um péssimo amigo.

— Você não precisava entrar na frente daquele jeito, eram só kunais — Olhei para baixo.

— Você estava de frente, então antes acertar as minhas costas do que o seu rosto ou sua barriga — Tirou o cabelo do meu olho direito. — Você sabe que não pode ficar machucado, principalmente no rosto... Apesar de ser impossível você ficar feio com o rosto machucado.

Olhei para ele, ainda corado. Ele tinha acabado de dizer indiretamente que eu sou bonito?

— O que você quer comigo? — Ele deu de ombros, me soltando.

— Nada, só queria ter certeza de que estava bem — Falou e saiu pela porta.

Sentei na cama e fiquei com as mãos no peitoral, pensando no quanto a presença de Tobi me deixava nervoso. Ele não conseguiu me ver corado pelo quarto estar escuro, mas se ele tivesse visto, só seria mais um motivo para mim ter dificuldade em falar normalmente com ele.

Me joguei na cama, olhando para o teto.

Eu não parava de pensar na minha dupla, ele é tão irritante comigo, mas agora tem algo que o deixa tão atraente e... Tão ele mesmo.

Ele sempre foi bondoso comigo, e eu sempre o bati ou gritei com ele, mas nunca senti o que sinto agora. A minha respiração falha, meu coração acelera, minhas bochechas esquentam.

Tudo isso por Tobi se aproximar de mim, me tocar e falar suavemente comigo. Talvez ninguém entendesse esse sentimento, no máximo a Konan, mas eu não arriscaria.

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