Travada

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West City, 2012

O aeroporto de West City fervilhava naquela terça-feira. Partidas e chegadas típicas de um dia de fim de verão, com pais gritando com os filhos e pessoas com o ar tristonho típicos do fim das de férias. Mas havia um casal alheio a absolutamente tudo isso, engajado em seu quarto ou quinto longo beijo de despedida.

Era uma moça de cabelos pretos longos presos num rabo-de cavalo, com uma franja preta e duas longas mechas soltas sobre as orelhas. Ela tinha estatura mediana e constituição física miúda, e seu rosto era bonito e delicado e ela sorria cada vez que davam uma pausa em seus beijos. Já o rapaz era alto e esguio, usava um terno escuro do tipo slim, azul marinho com uma camisa azul clara e gravata em tom médio. Ele tinha cabelos escuros como os dela, mas eram arrepiados para trás, à exceção de uma única mecha que caía sobre sua testa de forma charmosa. De repente, ele abriu os olhos e disse:

- Vou fazer você perder o voo, gata...

- Ainda temos tempo – ela disse, com um sorriso bobo e tentando fazer a mecha do cabelo dele se juntar ao resto, totalmente sem sucesso. Ele a puxou e voltaram a se beijar.

Nesse momento, um homem, de terno cinza bem cortado, carregando uma bolsa de viagem leve, entrou na área de embarque andando rapidamente, ainda na adrenalina de ter feito um check-in em cima da hora num voo ia para Satan City. Ele tinha cabelos pretos rebeldes e olhou o relógio uma vez logo após conferir o portão de embarque do seu voo, percebendo que já deveria estar embarcando. De repente, ele olhou de relance para o casal, por quem ia passando direto e reconheceu o homem, voltando imediatamente e chamando-o, sem querer saber se interrompia o casal:

- Shallot? Shallot Sayan?

- Goku? – respondeu o rapaz voltando-se de repente e cortando o beijo com a garota, que olhou para quem o chamava e, aparentando reconhecer o homem, escondeu-se atrás do namorado, baixando a cabeça.

- Sabia que tinha te reconhecido, quanto tempo! E aí, o que tem feito? Ficou no Ministério Público mesmo?

- Não, cara, fui para o outro lado, me vendi – ele disse, rindo – me tornei tributarista.

- Ah, claro, o cara da grana. – os dois riram e Goku completou – eu estou trabalhando num escritório com consultoria jurídica e revisão processual, mais conversa e menos tribunal... – ele olhou de relance a garota que estava com Shallot e ela o olhou hesitante, como se estivesse apreensiva e ele pareceu, por um breve instante, reconhece-la. Shallot percebeu que não os apresentara e disse:

- Goku, essa é a minha garota, Chichi Cutelo. Esse é o Son Goku, querida, estagiamos no fórum na mesma época.

Chichi deu um breve aceno com a cabeça e Goku disse:

- Foi um prazer, mas preciso pegar meu voo, a gente marca um almoço qualquer hora, Shallot, meu celular não mudou! – ele correu na direção do portão de embarque e Chichi disse, assim que ele sumiu da vista deles:

- Nossa, que bom que ele não me reconheceu...

- Quem, o Goku?

- Ele mesmo, esse homem de Neandertal! Ele veio comigo de Satan City para cá quando terminei a faculdade e foram 18 horas que valeram por 30! Acredita que ele namorava uma amiga minha e disse que eu era atraente?

- Bem, ele não mentiu – brincou Shallot – na verdade, você é linda, não apenas atraente...

Chichi sorriu e disse:

- Você não entendeu, foi uma cantada e a menina era minha amiga... como era o nome dela? Gente, eu não lembro o nome de uma amiga querida da faculdade... como pode? – ela virou-se para Shallot e disse, charmosa – Não se envolva comigo, eu sequer consigo me lembrar do nome da minha grande amiga da faculdade...

Quando Goku conheceu ChichiOnde histórias criam vida. Descubra agora