Sobre o par ideal e as pequenas coisas...

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Na noite do quase desastroso encontro que acabara com Vegeta e Bulma apaixonados, Chichi, no meio da conversa, subitamente se dera conta de que estava redirecionando toda sua afetividade para Goku e se percebera, ao mesmo tempo, que Goku fazia o mesmo, mas para ele isso não era problema, porque, afinal, ele não queria realmente se envolver com ninguém e supria suas necessidades sexuais saindo com várias garotas e tendo encontros sexuais efêmeros.

Era como se eles fossem o relacionamento de transição um do outro... mas sem o relacionamento propriamente dito.

Portanto, enquanto Goku sentia-se, de certa forma, pleno, afinal tinha todo afeto dela e todo sexo que podia encontrar, para ela, aquilo era um tanto injusto. Quando ele a deixara em casa, despedira-se com um beijinho na testa e ela sentira-se frustrada. Era bom ter um amigo, mas ela queria ser amada, queria ser beijada, abraçada... e podia disfarçar bem, mas passara da hora de tornar a fazer sexo. E foi por isso que decidiu que faria menos coisas junto com ele, para tentar se desprender um pouco dele... e encontrar alguém que valesse a pena amar.

Quando ela tinha 14 anos fizera uma lista meio tola das qualidades do homem ideal: deveria ser alto, charmoso, bonito e preferencialmente, moreno e deveria amá-la, deveria gostar de coisas que ela gostasse, deveria compreendê-la e ser doce e gentil. Com o tempo, pensou que de tudo que havia na lista, ela poderia abrir mão apenas dos atributos físicos e de "gostar de coisas que ela gostasse", mas, ironicamente, foi dedicando-se a algo que gostava que ela encontrou alguém que, achou, poderia ser um cara ideal.

Secretamente, sem contar a ninguém, tinha se inscrito num curso de culinária gourmet para iniciantes à noite, era mais um conjunto de workshops que um curso propriamente dito e duraria um mês, sempre às segundas, quartas e sextas. Na segunda após o "encontro" com Vegeta e Bulma, lá estava ela numa escola de culinária super cool conhecendo um professor descolado e inteligente, além de interessante: o chef Yamoshi.

Eles prepararam um risoto ao funghi, com ingredientes da escola, e ele adorou os pequenos toques que Chichi deu no seu prato, num nível de personalização que o surpreendeu. Ela separara o pinoli da receita em vez de misturá-lo no molho e acabou por salpica-lo esmagado sobre o risoto pronto, o que deu um toque crocante e realçou o sabor das pequenas sementes. Ele provou uma colherada e disse:

- Vejam, turma, isso é culinária de alto nível: personalização, leitura de sabores... você é profissional, Chichi?

- Não! – ela negou, corando – eu sou só uma pessoa que curte muito cozinhar e ama gastronomia...

- Hum, nasceu pronta, então. Uma salva de palmas para o melhor prato da turma.

Na saída da primeira aula, Yamoshi a abordou, dizendo:

- É sério, Chichi... você fez algo que pouca gente faz nessa aula: se arriscou e acertou. Personalizou sua receita, parabéns.

Ele sorriu para ela. Yamoshi era alto, moreno, charmoso e bonito. A princípio ela acho que não estava acontecendo nada, mas ele começou a interagir de forma diferenciada e charmosa com ela durante as aulas, de um jeito que a fazia se sentir especial como não se sentia há bastante tempo. E então, ele disse, na sexta-feira da primeira semana do curso, após à aula:

- Ia ser muito ousado eu te chamar pra sair, Chichi? – ele baixou os olhos e disse, meio sem jeito – eu por acaso olhei sua ficha de inscrição e vi que você é não é casada. Mas se for comprometida...

- Ah, não, não sou comprometida não – ela sorriu – eu estou solteira há quase um ano, na verdade...

Marcaram no sábado à noite e ele a levou num dos seus restaurantes, explicando que tinha uma vida ultra corrida, arrumar tempo para os workshops era complicado, que só havia conseguido aquela folga porque o irmão e sócio era compreensivo e topara trocar quando ele dissera que ia levar uma garota linda para jantar.

Quando Goku conheceu ChichiOnde histórias criam vida. Descubra agora