Chichi esperava Goku para o almoço numa quarta-feira. Era a segunda vez que se encontravam naquela semana, e também estavam conversando bastante por whattsapp. Quando ele apareceu ela disse, sorrindo:
– Como sempre, pontualmente atrasado em cinco minutos, Goku!
– Ah, não vale, sempre almoçamos perto do seu escritório e não do meu!
– Na próxima podemos marcar lá perto. Mas você sabe que eu sempre estou correndo... logo mais tenho que coordenar uma coletiva de imprensa e você não sabe como isso é CHATO.
– Troca comigo e revisa 18 petições que eu avalio se é chato assim – ele sorriu e disse – é aqui mesmo que você vai atormentar o garçom?
Ela riu. Era um restaurante chinês.
– Aqui eles já me conhecem e fazem tudo do jeito que eu peço!
– Você jura? Já até imagino, te veem dobrando a esquina e começam a se preparar que nem naquele filme "O Diabo veste Prada", deve ser um tal dos empregados gritando "lá vem ela, a psicopata da comida separada!".
Chichi riu e ele completou:
– Você não se tornou crítica gastronômica, mas é o tormento de todo restaurante ainda assim! Uma parte do seu sonho foi realizado, Chichi.
– Goku, você é um palhaço – ela disse, enquanto entravam no restaurante e o maitre chinês a cumprimentava perguntando se iam para a "mesa de sempre" ao que ela disse – Não é preciso, Sr. Wong...
Ele viu a expressão tristonha que apareceu no rosto dela e perguntou, suavemente:
– Era a mesa que sentava com Shallot?
– Sim – ela suspirou – mas juro que não sinto falta dele. Não tanta. Eu sei que superei.
– Eu não – disse ele, puxando a cadeira para que Chichi sentasse. Afinal, os anos tinham lapidado algo nele e o tornado um homem gentil.
Goku sentou-se diante dela e prosseguiu:
– Eu ainda sinto falta dela, todas as noites. Saudades. Ciúmes, porque sei que ela me trocou por outro – ele sacudiu a cabeça – um monte de coisas mal resolvidas. E aí durmo mal. Mas agora, na cama toda, ou melhor, no colchão inteiro.
– Eu demorei algumas semanas para perceber que tinha a cama toda para mim! – Disse Chichi – fiquei dormindo do lado direito até que percebi que podia me espalhar... e foi fantástico. Eu não sinto mais falta dele, talvez sinta falta da companhia dele, da ideia dele estar por perto...
– Eu sinto falta dela. Sei que sinto. Não superei, não sei quando vou superar.
– É estranho ver você assim, Goku – Chichi disse, olhando por cima do cardápio.
– Por quê?
– Porque eu achava que você era um tremendo galinha. Você me cantou quando namorava a Suno!
– Ah, eu tinha 21 anos, Chichi. Depois eu tive muitas garotas e quando conheci a Vados... bom, eu me apaixonei, achei que seria especial, que ela não era como as outras...
Chichi apertou os olhos para ele e disse:
– Esse conceito de "não ser como as outras" é puro machismo, sabia?
– Romance, de um modo geral, é coisa machista. Trata-se de convencer a mulher de que ela precisa desesperadamente de um homem... – ele disse, então sussurrou: – Spoiler: nós precisamos muito mais de vocês do que vocês de nós. Um homem só é patético, uma mulher só, como você, é vitoriosa e poderosa. Ah, e você também não é como as outras.
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Quando Goku conheceu Chichi
FanfikceEssa fanfic é uma homenagem em forma de paródia. Esse ano o filme "When Harry met Sally...", em português "Harry e Sally feitos um para o outro" completa 30 anos de lançamento, e eu o vi no cinema. E é a minha comédia romântica favorita até hoje, a...